Coluna da CLiP: Botão do pânico
Confira o texto dessa semana, da Coluna da CLiP Mulher
Foto: Envato Elements
Alguém me ajuda! Eu preciso descer!
É tanta barbaridade, é tanta loucura, é tanta insensatez que eu estou em pânico.
Precisamos rever nossos conceitos, colocar o dedo em nossas feridas, segurar o choro, a dor e cicatrizar as crateras que se formaram em nossa sociedade, que segue a beira da falência.
Tenho dó de mim e de pessoas que como eu, estão nessa locomotiva ensandecida tentando acionar o freio motor sem causar acidentes aos que estão vinculados e de alguma forma conectados.
Às vezes penso que o que vejo, poucos veem, e se veem, não se manifestam fazendo com que nos sintamos sós nessa multidão.
É uma avalanche de sentimentos que precisa deslizar sem causar acidentes.
Então surge o botão do pânico e acionamos a sirene.
A pergunta não está concentrada no que vai acontecer a partir de agora, mas no que fizemos para que o botão não fosse acionado.
Temo que esse seja o antecessor de um botão mais apocalíptico. Um botão imaginário que quando acionado, inicia a contagem regressiva para o fim, para o nada, para o ponto de exclamação.
Ninguém quer o fim. Todos precisamos do dia seguinte, do “amanhã tem mais” e do daqui para frente.
Entro em pânico em imaginar que talvez esse seja o botão mais efetivo para a mudança.
De qualquer forma, seguimos acreditando que tudo vai passar e se reestabelecer. Que a geração do futuro nos dará conforto e tranquilidade no amanhã que sucede. Que serão luz ao invés de sombra. Que para todo mal sempre existirá a cura.
Prefiro acreditar que o fim estará sempre próximo da próxima melhor versão.
Por enquanto, aperto os cintos e grito socorro.