CliP Mulher

Coluna da CLiP: Botão do pânico

Confira o texto dessa semana, da Coluna da CLiP Mulher

28 de abril de 2023

Foto: Envato Elements

Alguém me ajuda! Eu preciso descer!

É tanta barbaridade, é tanta loucura, é tanta insensatez que eu estou em pânico.

Precisamos rever nossos conceitos, colocar o dedo em nossas feridas, segurar o choro, a dor e cicatrizar as crateras que se formaram em nossa sociedade, que segue a beira da falência.

Tenho dó de mim e de pessoas que como eu, estão nessa locomotiva ensandecida tentando acionar o freio motor sem causar acidentes aos que estão vinculados e de alguma forma conectados.

Às vezes penso que o que vejo, poucos veem, e se veem, não se manifestam fazendo com que nos sintamos sós nessa multidão.

É uma avalanche de sentimentos que precisa deslizar sem causar acidentes.

Então surge o botão do pânico e acionamos a sirene.

A pergunta não está concentrada no que vai acontecer a partir de agora, mas no que fizemos para que o botão não fosse acionado.

Temo que esse seja o antecessor de um botão mais apocalíptico. Um botão imaginário que quando acionado, inicia a contagem regressiva para o fim, para o nada, para o ponto de exclamação.

Ninguém quer o fim. Todos precisamos do dia seguinte, do “amanhã tem mais” e do daqui para frente.

Entro em pânico em imaginar que talvez esse seja o botão mais efetivo para a mudança.

De qualquer forma, seguimos acreditando que tudo vai passar e se reestabelecer. Que a geração do futuro nos dará conforto e tranquilidade no amanhã que sucede. Que serão luz ao invés de sombra. Que para todo mal sempre existirá a cura.

Prefiro acreditar que o fim estará sempre próximo da próxima melhor versão.

Por enquanto, aperto os cintos e grito socorro.

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