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Um laço de amor incondicional

Após a celebração do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, pais destacam a alegria em acompanhar a evolução da filha, que tem o TEA

9 de abril de 2022

Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode

O dia 02 de abril é sempre lembrado como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e o principal objetivo, com a data, é chamar a atenção para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), destacando a importância da inclusão e da aceitação de quem possui o TEA na sociedade.

A pequena Valentina Raduenz, de três anos e meio, convive com o TEA e os pais, Rosália Danker e Eduardo Raduenz, descobriram sobre o autismo da filha, quando ela tinha dois anos de idade.

“Na verdade, nós começamos a perceber que ela estava ‘ficando para trás’ na questão da fala. Em algumas ocasiões, ela parecia que iria prosseguir no desenvolvimento da fala, mas, de repente, parava. A partir daí, começamos a reparar, também, em outras coisas, como andar muito na ponta dos pés e alimentação”, relata a mãe.

Segundo os pais, a introdução alimentar de Valentina foi um período complicado, pois podem ocorrer restrições alimentares causadas pelo autismo, além de pequena possuir tinha alergia a ovo.

“Desde então, alguns sinais começaram a aparecer e nós prestamos atenção a isso. Mas um ponto que foi um divisor de águas foi ainda durante a pandemia, quando, depois de um período de isolamento, decidimos organizar um encontro com alguns amigos. Alguns deles tinham filhos pequenos e nós decidimos deixar as crianças brincando juntas. Aquele dia foi crucial para percebermos algo de diferente, porque a Valentina quase não interagiu, o que as outras crianças pegavam, ela jogava no chão e não deixava pegarem em nada. Ela não brincou com as outras crianças e tudo isso combinado, nos fez procurar ajuda especializada”, conta a mãe da menina.

Antes, nas consultas ao médico, os pais já levantavam a hipótese do autismo, mas sempre ouviram que precisariam acompanhar o desenvolvimento da criança até os dois anos, para que de houvesse um diagnóstico mais preciso. Quando isso aconteceu, os pais de Valentina consultaram uma fonoaudióloga, que praticamente confirmou que era autismo. E, segundo os pais, foi como receber um balde de água gelada.

Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode

 

“A partir daquela consulta, nós estudamos mais e começamos a ver a questão com mais clareza, e depois buscamos os tratamentos. Recebemos uma indicação de uma clínica, onde a Valentina teria acompanhamento de especialistas. Ela faz tratamento duas vezes por semana, no período da manhã. Tem o acompanhamento com a fonoaudióloga, com a psicopedagoga e com a psicóloga. E elas fazem todo o trabalho com a Valentina”, relata Eduardo.

O acompanhamento especializado começou em outubro e, desde então, houve avanços gradativos no desenvolvimento de Valentina. Os sinais mais notáveis de evolução começaram a ser percebidos cinco meses depois do tratamento, como a fala, por exemplo. “Hoje, toda a questão que ela desenvolve, a cada coisa nova que ela experimenta, que ela come, a gente vibra demais, porque é um avanço, uma conquista. A Valentina, desde o começo, já evoluiu muito no comportamento, na fala e isso é muito especial, nos dá uma alegria imensa”, destaca Rosália.

A equipe de especialistas que acompanha Valentina também indicaram que a menina frequentasse a creche, pois teria mais experiências de socialização, interação e aprendizado. Ela, então, começou a frequentar o CEIM Amália Anders e, segundo os pais, tudo vem ocorrendo de forma tranquila.

“Logo quando entramos em contato, a diretora abraçou a nossa necessidade e a creche passou a nos dar todo o apoio. Eles fizeram tudo dar certo e a adaptação foi tranquila. Qualquer coisa que acontece, eles já falam conosco e as atividades que ela faz na creche, eles colocam no caderno, para que nós posssamos agregar mais, em casa”, enaltece a mãe.

Os pais elogiam, ainda, a inteligência da filha, que é uma criança extremamente curiosa e adora livros, animais e histórias. “Ela adora acompanhar as histórias, quando lemos para ela. Outra coisa que ela adora é confeitaria, a Tina gosta muito de fazer bolos e sempre deixo ela participar quando faço”, destaca a mãe.

“É curioso que, se pedirmos para ela, agora, dizer os números de um a 10, ela não vai falar. Mas vai haver um momento em que ela, sozinha, irá começar a recitar a ordem corretamente, até mesmo em inglês. Ela tem o conhecimento, só talvez não vá demonstrar no momento em que pedirmos. Mas a Tina sabe e aprende tudo isso”, afirma o pai.

Antes da descoberta do autismo, os pais só falavam em alemão com a menina, mas devido ao diagnóstico e ao tratamento, o idioma precisou se evitado, para não atrapalhar o desenvolvimento. Agora, com a evolução, os pais estão retomando, aos poucos, a introdução do idioma, mas se surpreendem porque ela ainda lembra o significado das palavras, mostrando o quanto sua memória é avançada.

Sendo na hora de fazer um bolo, de brincar ou de aprender, uma coisa é certa: é impossível não se encantar pela pequena Valentina, que ainda vai dar muitos sorrisos por aí!

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