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Do grão até a xícara

Conheça as etapas de produção de café, feita pela família Siewert, em Testo Alto.

30 de maio de 2021

Uma bebida que, geralmente, está na mesa dos brasileiros e que, com certeza, possui sua importância histórica e cultural ao nosso país. É claro que estamos falando do café. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o Brasil é o maior exportador de café no mercado mundial e ocupa a segunda posição, entre os países consumidores da bebida. O nosso país responde por um terço da produção mundial de café, o que o coloca, também, como maior produtor mundial, posto que detém há mais de 150 anos. 

Com o tempo, as maneiras de se produzir o café mudaram. Mas, a família Siewert, de Testo Alto, ainda prefere utilizar métodos e técnicas antigas, porém, com algumas adaptações aos dias de hoje, a fim de facilitar um pouco do processo. Rogério Siewert, morador da casa mais famosa de Testo Alto, convidou a equipe do JP para acompanhar de perto um pouco da produção do café, feito em casa. Tudo começa com a plantação de pés do cafeeiro, a planta que dá origem ao café, que fica localizada nos fundos da residência. Após a colheita, os frutos do cafeeiro são separados e colocados para secar de forma natural, com a luz solar. Só este processo, leva cerca de oito a 10 meses.

Após a longa espera, chega a hora de separar as cascas do grão. Antigamente, os Siewert utilizavam um “pilão”, junto com um pedaço de maneira, para prensar os frutos secos, retirando o grosso da casca. Hoje em dia, é utilizado uma máquina que ajuda a agilizar o processo, retirando, de maneira mais rápida, a casca. 

 

(Foto: Raphael Carrasco / Jornal de Pomerode)

Porém, nem toda casca sai com facilidade e, então, outro processo é feito. Para retirar ainda mais a parte não utilizável, Siewert conta que no passado, era utilizada a técnica do sopro, onde a pessoa soprava o café para que fosse feita a separação total, ficando apenas o grão, ingrediente principal. Atualmente, o pomerodense adotou uma técnica de utilizar um ventilador para fazer a separação, dando um pouco de rapidez no processo e, também, facilitando no resultado final.

Após tudo separado, o grão passa pela fase da torra. Com um “Kaffeetrommel”, uma espécie de tambor utilizado para a torra do café, os grãos são girados frequentemente no fogo, para que o calor se espalhe de maneira correta. É utilizado, para que a brasa se mantenha, pedaços de bambu, madeiras e sabugos de milho. Depois de um tempinho de torra, os grãos são colocados em uma forma e é deixado para esfriar, antes da parte final do processo: a moagem.

 

Torra do café é feita de maneira totalmente artesanal. (Foto: Raphael Carrasco / Jornal de Pomerode)

A etapa final é feita com um moedor antigo, que já foi usado por várias gerações da família Siewert, com o objetivo de não perder a essência das técnicas utilizadas, antigamente. Depois de feita a moagem, é a hora de preparar a bebida e desfrutar o sabor único que só o café nos proporciona. 

Rogério conta que poder produzir o café de forma artesanal e utilizar métodos que eram usados pela família, em gerações passadas, é gratificante.

“A gente sempre tenta manter e preservar as tradições, fazendo as coisas como eram feitas antigamente. Isto, para mim, é uma forma curiosa e eu fico me perguntando como tudo isso era feito no passado. Por isso que eu tento resgatar essa cultura, nós ainda temos pés de café em casa e fazemos o processo, claro, com algumas adaptações, porém, grande parte da produção é feita de maneira artesanal, como nos ‘velhos tempos’”, conclui o pomerodense.

 

 

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