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Uma Osterbaum repleta de variedade: árvore de páscoa na Rota do Enxaimel tem 8 tipos de casquinhas

Moradora de Pomerode decorou a árvore de Páscoa com casquinhas de ovos de oito aves diferentes

14 de março de 2024

Foto: Isadora Brehmer / JP

Com a aproximação da Páscoa, no fim do mês de março, Pomerode começa a se transformar, com a paisagem sendo tomada por decorações tradicionais da celebração, como por exemplo a Osterbaum, um dos símbolos da cultura local, para a data.

E neste momento de preparação para a Páscoa, as famílias pomerodenses começam a colocar em prática as suas tradições, sendo a montagem da Osterbaum uma delas.

Este é o caso da moradora de Pomerode e da Rota do Enxaimel, Elia Maske, que já montou a sua Osterbaum, no quintal de sua casa, apostando na criatividade para criar algo diferente.

“A montagem da Osterbaum virou uma tradição em nossa família e começou há cerca de 12 anos, quando comecei a participar de feiras e via as pessoas enfeitaram galhos com casquinhas de ovos. Achei tudo mundo lindo e comecei a fazer também, na minha casa e na casa da minha mãe. No início fazíamos com galhos e, com o tempo, foi ficando maior, sendo que a montagem passou a contar, também, com a participação dos filhos, que começaram a colaborar e virou motivo de festa. Quanto mais casquinhas conseguíssemos, melhor”, conta Elia.

No início, Elia montava sua Osterbaum com casquinhas de plástico, mas, há cerca de três anos, decidiu fazer suas árvores de Páscoa com casquinhas naturais. E, para isso, passou a guardar as casquinhas ao longo do ano, para ter o maior número possível, quando a Páscoa chegasse.

Para este ano, Elia e a família se comprometeram a guardar as casquinhas durante o ano inteiro, reunindo um grande número. Além disso, houve a necessidade de buscar até fora do município, pois a ideia era variar os tipos de ovos utilizados.

Foto: Isadora Brehmer / JP

 

“Já no ano passado, comecei a pensar na ideia para a Osterbaum deste ano e decidi que iria variar os tipos de ovos, vindos de diferentes aves. Ao todo, em minha Osterbaum, tenho 1.021 casquinhas naturais, de oito tipos de aves: peru, ganso, pato, galinha, angolista, garnizé, codorna comum e codorna chinesa”, enumera Elia.

Na preparação das casquinhas, dona Elia fez um pequeno furo em cima, por onde foi passada a corda para pendurar a casquinha e um furo maior embaixo, para evitar que fique água acumulada e acabe quebrando os galhos da Osterbaum. Neste ano, toda a família se comprometeu a ajudar, principalmente na colagem das flores que decoram as casquinhas. Foram cerca de três semanas de trabalho e a parte da montagem da Osterbaum foi toda realizada por Elia.

“Ficou ainda mais bonita do que eu imaginei, inicialmente, eu achei muito linda e acredito que é a mais bela que fiz até hoje. Quis manter a cor natural de cada ovo e acho que ficou encantador”, frisa.

 

Além da Osterbaum, ela também confeccionou globos com casquinhas de ovos de codorna, dos dois tipos citados, e guirlandas com casquinhas. “Vou inventando até o final e ainda deixo um tempo depois da Páscoa, pois encanta as pessoas, especialmente os visitantes. Eu acredito que precisamos cultivar estas nossas tradições, pois são únicas”, destaca.

Falando em tradições, na família de Elia Maske existem algumas que são seguidas todos os anos e que fazem parte da celebração da Páscoa. “Nossa principal tradição de Páscoa é participar dos cultos, Quinta ou Sexta-Feira Santa, um dos dois temos que participar. Também sempre nos sentamos juntos à mesa e fazemos uma oração em conjunto, pois é o único dia em que nos reunimos, todos”, revela.

Foto: Isadora Brehmer / JP

 

Dona Elia também relembra as tradições vividas com sua mãe, relacionadas à Páscoa. “Minha mãe tinha tradição de fazer o ovo cozido, riscado com sabão natural. O ovo era cozido na casca de cebola e o risco do sabão o deixava colorido. Depois, ela escondia este ovo e nós tínhamos que procurá-lo, na manhã de Páscoa. Minha mãe também seguia a tradição da Osterwasser, a água de Páscoa, que é coletar a água na nascente, nas primeiras horas da manhã. Para mim é muito gratificante ter a família unida, nos respeitamos muito nestes momentos, almoçamos juntos, fazemos as tradições juntos. Somos uma família muito unida e Páscoa, para nós, é festa”, finaliza Elia.

Foto: Isadora Brehmer / JP

 

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