Um jovem talento na literatura

Gabriel Simas Bernardi tem apenas 10 anos, mas já pode ser considerado uma revelação no universo cultural. Mesmo com a pouca idade, o menino já é autor com um livro publicado e um início em grande estilo no mercado editorial.

O livro “O Feiticeiro Dourado – A magia de Krangdon”, foi lançado no Espaço da Câmara Literária de Pomerode (CLiP), no 1º Festival Literário Internacional de Pomerode (FLIPomerode), realizado entre os dias 09 e 13 de agosto, no Centro Cultural.

Tudo começou quando Gabriel tinha apenas nove anos e seus pais perceberam o desejo dele em escrever um livro. Porém, para realizar este objetivo, era necessário um acompanhamento para auxiliar no desenvolvimento técnico de sua escrita. Então, Deise Mara Simas Bernardi e Cristino Bernardi, pais de Gabriel, procuraram escritores regionais.

Em contato com alguns deles, conseguiram acordar uma mentoria com a escritora pomerodense Andréa Gustmann Gomes, da CLiP, que foi a orientadora de Gabriel no processo de escrita do seu livro.

“Eu estava fazendo o curso com a Andréa e ela me sugeriu escrever um livro sobre super heróis, porque eu já tinha pensando, uma outra vez, em fazer um super herói como este do meu livro. Eu já tinha desenhos parecidos e gostei do estilo, também por ser diferente, pois é um herói com poderes mágicos”, conta Gabriel, sobre a inspiração para seu livro.

Segundo o menino, foram entre três a quatro meses escrevendo a história, até cada detalhe estar acertado e o livro finalizado. Quando questionado sobre qual foi a parte mais divertida e a mais desafiadora, em todo o processo, a resposta de Gabriel já demonstra sua maturidade e gosto pelo que estava fazendo.

“A parte mais legal e a mais desafiadora foram as mesmas. Antes eu havia feito só a base e precisava trazer mais detalhes, mais informações para dar corpo ao livro. Esta foi a parte mais difícil, mas também a mais divertida, para mim”, destaca Gabriel.

O livro de autoria de Gabriel Simas Bernardi é intitulado “O Feiticeiro Dourado – A magia de Krangdon”, como já mencionado, e conta a trajetória de um super herói, chamado Garry, ou Feiticeiro Dourado, que recebe super poderes ao ganhar uma joia, herança do tataravô dele. A partir daí, o livro conta suas aventuras. Inclusive, a ilustração de capa também é de autoria de Gabriel, que desenhou o seu protagonista.

A escritora pomerodense, Andréa Gustmann Gomes, que foi a mentora neste projeto, comenta que ficou impressionada com o talento de Gabriel para a escrita e que foi um orgulho auxiliá-lo.

“Os pais dele me falaram que o Gabriel é um menino que gosta muito de ler, de escrever, que tinha o sonho de escrever um livro e queria aprender a técnica. Então, fechamos a mentoria e todo sábado pela manhã tínhamos este momento. E nestes momentos de mentoria descobrimos no Gabriel um grande talento, ele é um vulcão de ideias, que me lembrou também um pouco eu mesma, na minha infância, o que trouxe uma identificação. Ele tem muita facilidade para criar histórias e para escrever, então fomos aperfeiçoando a técnica, e assim surgiu o Feiticeiro Dourado”, destacou a escritora.

O gosto pela leitura, desde cedo

O talento de Gabriel é um fenômeno que foi sendo construído desde a sua primeira infância, quando começou o seu gosto pela leitura, primeiro passo para quem se aventura na literatura.

“Sempre gostei de escrever, desde quando era pequeno, quando já lia bastante. Eu escrevia por escrever, não sabia muito das regras, mas gostava de escrever e inventar histórias. Na leitura, os livros do ‘Capitão Cueca’ me marcaram muito, pois eu achava muito engraçado e gostava bastante, então eram meus livros favoritos. Agora o meu próprio livro já está na lista dos meus favoritos”, garante o menino.

Gabriel agora se dedica também a elaborar algumas histórias em quadrinhos, o que exige dedicação da mesma forma, já que se trata de um processo completamente diferente. E, para o futuro, Gabriel revela ainda não ter um caminho traçado, mas não descarta nenhuma possibilidade.

Gabriel com os pais, Deise e Cristiano. (Foto: Isadora Brehmer / JP)

Para os pais, Deise e Cristiano, o sentimento de orgulho em acompanhar a clara evolução do filho em seu talento, foi coroado com a publicação de um livro.

“É um orgulho muito grande para nós, pois ele acaba influenciando outras crianças também para a leitura, para os livros. Desde pequeno nós comprávamos livros para o Gabriel, líamos com ele, mas também é ele que nos incentiva a ler mais”, afirmam.

Andréa, a mentora, destaca o quanto Gabriel tem potencial para brilhar em diversas áreas. “É um menino multitalentos, gosta de teatro, de escrita, música e é uma inspiração para a juventude”.

A gratidão também é um sentimento presente para os pais, pela realização de um desejo de ter um filho com talento e educação enquanto cidadão. “O primeiro sentimento é gratidão, por termos a oportunidade de ter um filho abençoado e com esse talento. Nosso sonho era este, criar um filho educado, uma pessoa direita, que pensa o bem e faz coisas boas, somos muito gratos por isso”, finalizam.