Pomerodense que mora na Flórida relata apreensão durante a passagem do furacão Ian
Milena May mora nos Estados Unidos há quatro anos
Foto: Arquivo pessoal
A costa leste dos Estados Unidos sofreu nesta semana, com o furacão Ian, que tocou a terra na ilha de Cayo Costa na quarta-feira, 28, e seguiu para o estado da Flórida. O furacão chegou à categoria 4, com ventos máximos sustentados de 150 milhas por hora (241 km/h).
Na passagem do furacão pela Flórida, duas pessoas morreram, além dos fortes ventos, chuvas torrenciais, grandes ondas e cortes de energia. O furacão Ian é uma das tempestades mais poderosas a atingir a área continental dos EUA nos últimos anos. Atualmente, o Ian já enfraqueceu e está na categoria tempestade tropical.
Há quatro anos, a pomerodense Milena May, empresária, mora com o marido e a filha, de um ano e 10 meses, em Kissimmee, na Flórida. Ela relatou como foi a preparação para a chegada da furacão e quais as orientações recebidas pelas autoridades.
“Estamos acompanhando a rota do furacão Ian há quase duas semanas, as previsões são quase que constantes na televisão e alertam a população a todo momento. Mas como as rotas de furacão mudam a todo instante é difícil saber a rota exata, até ele se aproximar da terra. As medidas de segurança são passadas a todo instante nos meios de comunicação, como por exemplo montar o kit furacão com água, alimentos não perecíveis, baterias extras e lanternas. Encher banheiras para uso de limpeza caso se tenha falta de água. Nas casas, pedem para colocar madeiras nas janelas. Outro modo de segurança é montar um acampamento em áreas da casa que não possuem janelas, como nos closets. Outra medida de segurança tomada pelo governo é sempre enviar alerta a todos os celulares simultaneamente, informando se a área onde você mora está tendo algum alerta de tornado, furacão ou enchente”, comenta.
Para a passagem do furacão, a família se preparou conforme as orientações recebidas. Quando o furacão estava com a rota praticamente certa, a família estocou água e comidas enlatadas em casa, em quantidade suficiente para ficar três dias. Segundo Milena, os mercados ficaram muito lotados, com racionamento da quantidade.
Em casa, Milena comenta que encheram uma das banheiras com água, estocaram pilhas, lanternas, alimentos, além de congelar bastante água, caso faltasse energia. Outra medida foi instalar um fogareiro de camping, cozinhar alimentos para mais dias e depois congelá-los. Milena também colocou um colchão no closet, onde não há janelas, por causa do alerta de tornado e também pelo barulho, caso a filha se assustasse muito. A família também levou consigo alguns materiais como fitas adesivas e lonas, e power bank para recarregar os celulares.
A passagem do furacão
Mesmo assim, a passagem do furacão causou medo e apreensão e Milena afirma que a sensação foi de medo. “O momento mais crítico foi na noite de quarta-feira. Começamos a sentir ventos a partir das três horas da tarde, mas o pior veio de madrugada por volta das 2h da manhã. No dia seguinte, à tarde, ainda tínhamos ventos fortes, mas nada comparado ao terror que foi a madrugada. Os ventos aqui na minha cidade chegaram a 140km/h. Além dos ventos fortes, havia a preocupação com alagamentos e alertas de formação de tornado. Tivemos conhecidos com apartamentos e carros inundados. A sensação é horrível, isso que o furacão passou aqui na categoria 1 e no litoral ele chegou perto da categoria 4”, afirmou a empresária.
Ainda de acordo com Milena, a maior preocupação, antes da passagem do furacão era justamente em qual categoria ele estaria, quando chegasse à Kissimmee, onde mora com a família, além da preocupação com os tornados, que poderiam se formar. “O barulho de mais de 12h parecia ao de um avião decolando isso que as janelas são a prova de furacão e abafam muito o som”.
Caso acontecesse algo mais sério para a casa e estivessem em risco, Milena comenta que o condado abre “shelters”, que são abrigos para ficar até passar a tempestade.
A empresária afirma que já havia passado por situações de preparação para uma eventual passagem de furacão, mas que nunca foram atingidos, no período que estão morando nos EUA. Milena também comenta que um furacão nesta intensidade, na região de Orlando, é um fenômeno difícil de acontecer.
“Até o momento, a Disney e outros parques não comunicaram nenhum tipo de dano além de inundações no térreo de alguns hotéis. O aeroporto internacional continua fechado também, além de termos quase três milhões de pessoas sem energia no estado”, conta.