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A esperança, do outro lado do mundo

Situação na China começa a melhorar, depois de ser o epicentro da pandemia de coronavírus

28 de março de 2020

Epicentro da pandemia de coronavírus, a China foi o país onde o vírus surgiu e, também, um dos que mais foi afetado pela disseminação da Covid-19. Até o início da tarde da quarta-feira, fechamento desta edição impressa, o país contabilizava 81.171 pessoas contagiadas, das quais, 3.277 morreram e 73.159 se recuperaram totalmente. Depois de cerca de três meses desde os primeiros casos e mortes registrados na China, dois dos quais, foram em quarentena e isolamento social, a vida começa a voltar ao normal.

Janio Alves da Silva, 35 anos, treinador de futebol, que já atuou em algumas equipes de Pomerode, mora na China com a família há dois anos e oito meses. Silva vive com a esposa, Daiane da Silva, e os filhos, Luiz Henrique,  de 10 anos, e Lívia, com três, na cidade de Shenzhen, localizada no Sul da China, ao lado de Hong Kong, de, aproximadamente, 16 milhões de pessoas. 

Ele conversou com nossa equipe, via WhatsApp, e relatou como foi o enfrentamento do coronavírus no país. “Há cerca de dois meses, começou a paralisação total, decretada pelo governo. Por meio dela, a cidade inteira parou, exceto as coisas que as pessoas têm a necessidade, e assim foi em toda a China. Também foram impostas várias restrições, como só sair de casa em casos de muita necessidade”, relata o treinador de futebol.

Nestes casos de extrema necessidade, quem saísse de casa, não poderia fazê-lo sem o uso de máscaras. De acordo com Silva, a cada 300 metros, na rua, havia um posto, com servidores da saúde e policiais, onde era feito um cadastro do celular de cada pessoa e que permitia saber onde cada um estava andando. Ainda, era feita uma triagem, com medição de temperatura, e caso estivesse alta, a pessoa era direcionada imediatamente para um local, onde seria feito o teste do coronavírus.
“Essas medidas passam a sensação de segurança, porque todos tínhamos a preocupação, principalmente, pelas nossas famílias. A determinação de só sair de casa com máscara deveria ser seguida e, caso não fosse, havia até possibilidade de prisão. Aqui na China, as coisas foram e continuam sendo rígidas e as pessoas respeitam, mas é graças a estas restrições, depois de meses, que a China está tendo números bons”, afirma o treinador.

Devido às medidas de quarentena e isolamento social, mais de um bilhão de pessoas pararam suas atividades cotidianas na China, como forma de prevenção, que contou com a obediência da população chinesa, possibilitando que, agora, a vida comece a voltar ao normal.

“Para nós, foi uma experiência nova. No começo houve a preocupação, pela minha família, principalmente, mas quando começamos a ver o que o governo estava fazendo e a obediência do povo chinês, sentimos mais segurança. Vimos que o controle era bem feito, pessoas buscando fazer o possível. Sabíamos que, mais cedo ou mais tarde, a situação iria se controlar e, graças a Deus, estamos perto do fim desta luta”.

As atividades estão, aos poucos, voltando na China, com a cautela necessária. “Os cuidados ainda continuam, ninguém sai sem máscara e ainda é feita a medição de temperatura, por exemplo. Mas a esperança é grande, sem deixar de lado a prevenção. A recomendação, de nós que vivemos na prática, é reforçar a certeza de que as coisas só melhoraram porque as pessoas pararam. Não precisa desespero, pânico, mas sim, cuidado e responsabilidade. Ainda não é hora de voltar à normalidade, pois pode causar uma piora na situação. Lembrando que nós paramos por dois meses aqui. Desejo que Deus abençoe o Brasil todo, assim como a China e o mundo”, finaliza.

 

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