Na mira da lei
Após cometer crime no Centro da cidade, assaltantes de relojoaria tem fotos divulgadas pela Polícia, que segue
investigando o caso
O dia de trabalho já estava terminando para o proprietário e funcionária de uma relojoaria localizada na rua Luiz Abry, no Centro de Pomerode. Próximo das 18h de terça-feira, 12 de maio, dois homens entraram no estabelecimento comercial e anunciaram o assalto à mão armada.
O proprietário do estabelecimento contou que ouviu a funcionária dar um pequeno grito antes de também ser rendido.
“Estava fechando o caixa quando os homens entraram. Primeiro renderam minha funcionária e, com o barulho fui até a porta olhar o que estava acontecendo. Neste momento um deles pulou por cima do balcão, pegou o dinheiro que tinha em mãos e me deu uma coronhada na cabeça. Em seguida fiquei deitado no chão sem reagir, quando também trouxeram minha funcionária para a sala, que foi agredida com um chute. A ação deve ter durado uns cinco ou seis minutos. Eles levaram dinheiro e diversas peças como relógios, pulseiras e joias em geral”, afirma.
O proprietário do estabelecimento foi encaminhado ao Hospital e Maternidade Rio do Testo para levar pontos no local onde foi machucado. A vendedora também foi agredida com um chute, mas não precisou ser encaminhada ao hospital.
Após ser acionada, a Polícia Militar chegou ao local do crime, mas os assaltantes já haviam fugido. No entanto, a motocicleta utilizada para o crime foi recuperada pela guarnição na mesma noite, numa transversal da rua Independência.
A motocicleta possuía registro de furto na cidade de Penha no início do mês. A proprietária do veículo foi comunicada e pôde recuperá-lo.
As Polícias Militar e Civil seguem investigando o caso e, através das câmeras de monitoramento do estabelecimento, também estão divulgando as imagens dos assaltantes, que realizaram a ação de cara limpa.
O parecer da Polícia – Pomerode é considerada uma cidade pacata em termos de criminalidade (comparada a outras cidade) e ainda registra poucos casos de assaltos violentos. Logo, quando alguma ação que envolva, além do roubo, danos físicos aos envolvidos, o crime choca ainda mais. E não tem nem como nem porque ser diferente.
O comandante do Pelotão de Pomerode, Tenente Cristofer Tiemann, reforça que a polícia trabalha para a sociedade e que diversas ações preventivas são efetuadas. “Em primeiro lugar, apesar de pacata em termos de criminalidade, Pomerode também tem os seus problemas de segurança pública. Nenhuma cidade está 100% livre. Trata-se de um fenômeno sociológico e antropológico. Seria utopia afirmar a isenção total de criminalidade em qualquer que seja a civilização. No entanto, há como diminuir ou ao menos conter esses índices. Em Pomerode, estamos trabalhando em várias iniciativas para conter o avanço da criminalidade, no sentido de que, além de ações policiais, estamos firmando parcerias com o poder público e com órgãos privados; buscamos aproximação com Ministério Público e com o Poder Judiciário, além é claro da importantíssima aproximação da comunidade. Não obstante, são realizadas semanalmente ações preventivas e repressivas com, pelo menos, duas operações que contam muitas vezes com apoio de efetivo especializado. Com o efetivo reduzido que dispomos, é preciso ser criativo nas ações, com uma variada gama de operações, sendo imprescindível o apoio das frações especializadas do 10° BPM. Infelizmente, tal efetivo que nos apóia não está disponível na cidade permanentemente. Porém é inegável que mesmo assim vem contribuindo sobremaneira à segurança local. Não existe como aferir o que já foi prevenido com essas ações, mas tenho certeza absoluta que muita coisa já foi evitada”, explica. “Não temos dúvida de que se não fossem nossas ações o quadro poderia ser muito pior”, complementa.
O Tenente também pede a compreensão da comunidade. “É preciso que a sociedade esteja consciente e apoie a polícia nessas ações. Não temos como diferenciar (a primeira vista) um trabalhador de alguém que detenha, por exemplo, um mandado de prisão em aberto, ou alguém que porte uma arma ou alguma substância entorpecente, depois de despertada nossa fundada suspeita. É justamente para isso que serve a nossa abordagem padrão, inclusive com arma em punho, dependendo do nível de risco, por mais que no final da abordagem se explica a situação com cortesia ao abordado. Trata-se de um padrão estipulado por um decreto Estadual. A grande maioria da população (população de bem, diga-se de passagem) concorda e aprova estas ações, motivo pelo qual atuamos nisso com muito vigor e entusiasmo”, frisa.
Sobre o assalto à mão armada, o Tenente também mostrou-se entristecido com algumas situações. “Fiquei bastante decepcionado e triste com alguns comentários sem conhecimento de causa, como ‘a polícia não vai porque tem medo’, ‘a polícia só faz blitz’. Só quem convive diariamente sabe o que fazemos. Muitas vezes deixamos nossas famílias, nosso lazer, para driblar a falta de efetivo e se dedicar, porque isso é paixão e comprometimento. E, as câmeras comprovam, levamos menos de três minutos para chegar. Eu, assim como qualquer outro policial deste pelotão, gostaria muito de ter ´cruzado` com esses assaltantes, porque aí o resultado teria sido bem diferente. Infelizmente isso não aconteceu. Mas jamais desistiremos da nossa atuação. Este estabelecimento foi assaltado pela segunda vez, onde, na primeira, os assaltantes foram presos pela PM. Não perdemos as esperanças e quiçá ainda efetuaremos a prisão desses criminosos”, revela.
Agora, o trabalho que está sendo realizado tem duas linhas de atuação. “A primeira delas é o levantamento de informações e o trabalho de inteligência, realizado também em parceria com a Polícia Civil, onde acredita-se que os assaltantes sejam de fora da cidade, motivos pelos quais inúmeros contatos já estão sendo realizados. Não mediremos esforços para descobrir a autoria do crime e nem na captura dos envolvidos. A segunda linha é a preventiva, onde continuamos a fazer as operações, barreiras, abordagens, consultas, verificações, tudo na mesma intensidade de como se tem feito até então, com apoio inclusive de outras cidades para tentar, ao máximo, evitar que esse tipo de delito ocorra novamente. Infelizmente a atuação preventiva tem um preço, onde as pessoas abordadas passam por verificações e, caso tudo esteja em ordem, são liberadas. Ocorre que, em meio a pessoas de bem, também se misturam pessoas com drogas, pessoas armadas, pessoas foragidas, veículos furtados, dentre uma série de alterações criminais. É nesse molde de atuação (variadas operações) que já realizamos diversas prisões e pretendemos realizar ainda mais, prevenindo assim a prática de outros delitos. A parte criminal é o nosso foco, mas a administrativa também faz parte”, completa.
Tiemann finaliza enaltecendo a importância de esclarecer alguns pontos à comunidade e agradece a imprensa local por fazer isso, de forma imparcial, cumprindo uma importante função social nesse sentido.