Em quatro meses, SC tem 19 ataques a caixas eletrônicos em 17 cidades
Criminosos chegam a usar armas de calibre com venda proibida no Brasil.
Investigação e guarnições especiais da polícia ajudam no combate ao crime.
Nos quatro primeiros meses de 2015, Santa Catarina teve 19 arrombamentos de caixas eletrônicos em 17 cidades de quase todas as regiões. Investigações e guarnições especiais da polícia atuam no combate a esse tipo de crime, como mostrou reportagem do RBS Notícias desta sexta-feira (8).
Arrombamentos foram registrados no Oeste, Litoral Norte e Vale do Itajaí. A maioria deles, porém, ocorreu no Norte e Sul do estado. “São delinquentes audaciosos, bem preparados e, normalmente, experientes nesse tipo de ação ou até em outros assaltos”, afirmou o delegado Anselmo Cruz.
Armamento pesado
Em um desses ataques, a quadrilha acertou três tiros numa viatura da PM. As cápsulas eram de fuzil calibre, 7,62 mm, o mesmo do fal, o fuzil que o Exército brasileiro usa. A venda dele é proibida no Brasil.
Os tiros são capazes de atravessar uma chapa de aço de 12 mm a 100 metros de distância. “Nenhuma arma que um civil poderia comprar vai sequer manchar uma chapa dessa”, disse o colecionador de armas Klaus Brandl.
Combate ao crime
Esse tipo de armamento, só equipes especiais da Polícia Militar (PM) podem combater. As viaturas comuns precisam evitar o confronto. O major Jofrey Santos explicou que “o primeiro procedimento que ela deve ter é de se colocar em um local seguro e acionar uma guarnição de maior poder de fogo, que tem um treinamento diferenciado”. Um exemplo é o Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT).
Essa semana a polícia do Paraná prendeu suspeitos de pertencerem a uma quadrilha especializada em ataques a caixas eletrônicos, com ajuda da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) em Florianópolis. Eles são acusados de pelos menos três ataques, incluindo um em Navegantes, Litoral Norte catarinense, no dia 2 de maio. Os criminosos tinham fuzis 556, quase tão poderosos quanto os fal.
A polícia acredita que essas quadrilhas estão indo ao Paraguai comprar essas armas de traficantes. Depois, entram no Brasil pela fronteira e vêm a Santa Catarina.
Se os criminosos estão bem armados, a polícia está cada vez mais experiente em combater os caixeiros. “O que se tem tido maior sucesso efetivamente é na investigação policial, feita pela Polícia Civil, para se identificar todos os envolvidos e concretizar as prisões”, finalizou o delegado Anselmo Cruz.