Segurança

Em quatro meses, SC tem 19 ataques a caixas eletrônicos em 17 cidades

Criminosos chegam a usar armas de calibre com venda proibida no Brasil.
Investigação e guarnições especiais da polícia ajudam no combate ao crime.

9 de maio de 2015

Nos quatro primeiros meses de 2015, Santa Catarina teve 19 arrombamentos de caixas eletrônicos em 17 cidades de quase todas as regiões. Investigações e guarnições especiais da polícia atuam no combate a esse tipo de crime, como mostrou reportagem do RBS Notícias desta sexta-feira (8).

Arrombamentos foram registrados no Oeste, Litoral Norte e Vale do Itajaí. A maioria deles, porém, ocorreu no Norte e Sul do estado. “São delinquentes audaciosos, bem preparados e, normalmente, experientes nesse tipo de ação ou até em outros assaltos”, afirmou o delegado Anselmo Cruz.


Armamento pesado


Em um desses ataques, a quadrilha acertou três tiros numa viatura da PM. As cápsulas eram de fuzil calibre, 7,62 mm, o mesmo do fal, o fuzil que o Exército brasileiro usa. A venda dele é proibida no Brasil.

Os tiros são capazes de atravessar uma chapa de aço de 12 mm a 100 metros de distância. “Nenhuma arma que um civil poderia comprar vai sequer manchar uma chapa dessa”, disse o colecionador de armas Klaus Brandl.

Combate ao crime

Esse tipo de armamento, só equipes especiais da Polícia Militar (PM) podem combater. As viaturas comuns precisam evitar o confronto. O major Jofrey Santos explicou que “o primeiro procedimento que ela deve ter é de se colocar em um local seguro e acionar uma guarnição de maior poder de fogo, que tem um treinamento diferenciado”. Um exemplo é o Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT).

Essa semana a polícia do Paraná prendeu suspeitos de pertencerem a uma quadrilha especializada em ataques a caixas eletrônicos, com ajuda da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) em Florianópolis. Eles são acusados de pelos menos três ataques, incluindo um em Navegantes, Litoral Norte catarinense, no dia 2 de maio. Os criminosos tinham fuzis 556, quase tão poderosos quanto os fal.

A polícia acredita que essas quadrilhas estão indo ao Paraguai comprar essas armas de traficantes. Depois, entram no Brasil pela fronteira e vêm a Santa Catarina.

Se os criminosos estão bem armados, a polícia está cada vez mais experiente em combater os caixeiros. “O que se tem tido maior sucesso efetivamente é na investigação policial, feita pela Polícia Civil, para se identificar todos os envolvidos e concretizar as prisões”, finalizou o delegado Anselmo Cruz.

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