Conservando a história por meio de selos
O pomerodense Bino Mayer é um destes apaixonados por selos e já contabiliza, em sua coleção, mais de 300 mil
Foto: Raphael Carrasco / Jornal de Pomerode
Você já ouviu falar na filatelia? A filatelia é o estudo e o colecionismo de selos postais e materiais relacionados.
O objetivo deste hobby é selecionar selos para compor uma coleção, que pode ser geral ou temática. Existem coleções que, além dos selos, possui informações sobre o tema, parâmetro utilizado por muitas pessoas nas coleções temáticas. O pomerodense Bino Mayer é um destes apaixonados por selos e já contabiliza, em sua coleção, mais de 300 mil, das mais diversas épocas, do Brasil e também de fora do país.
Tudo começou no final dos anos 1960. Por morar próximo aos correios e pela família atuar na área de impressão e gráfica, os selos chamavam muita a atenção, por conta da qualidade da impressão, cores e de ser impresso na Casa da Moeda brasileira, que sempre foi uma referência.
“Quando você olhava um selo, sempre tinha uma informação histórica. Tinha selos sobre Cabral, o milésimo gol do Pelé, que nos chamavam muito a atenção e eu e meu irmão, em 1967 para 1968, iniciamos a nossa coleção”, comenta.
Depois de um tempo, ele e seu irmão Sarandy começaram a entrar em contato com as embaixadas brasileiras, via cartas, para saber mais informações sobre a filatelia fora do Brasil. Aqui no país, também procuram sobre e adquiriram, na época, álbuns e outros materiais para que a coleção pudesse ser preservada e mantida com qualidade.
Na década de 1970, por meio das embaixadas, mantiveram um forte contato com a África do Sul, e receberam selos do país e outras nações que fazem parte do continente africano.
“Os selos são lindos. Uma impressão de qualidade magnífica. Recebemos da Namíbia, Botswana e outros países menores da África. E por aí, intensificamos a nossa coleção e levamos mais a sério a filatelia”, comenta.
Um dos destaques da coleção e também um dos mais antigos, é o selo One Penny Red. O One penny red, emitido em 1841, veio substituir o one penny black e continuou como o principal selo do Reino Unido até 1879. Esta mudança de cor deveu-se à dificuldade de se ver o carimbo no selo de cor negra. O exemplar que o pomerodense possui é do ano de 1858.
“Esse é um dos que tenho um carinho muito grande, dos quase 300 mil exemplares que guardo. Este selo carrega muito a história e com ele é possível aprender muita coisa. Ele tem muita relevância e guardo ele com muito carinho e com todo cuidado possível”, relata o colecionador.
Além de guardar os mais de 300 mil selos de sua coleção, Bino Mayer também é colecionador de moedas. Ele também ajuda a promover vários encontros com amantes da filatelia. No final de semana passado, foi realizado o encontro de colecionismo que deu destaque para a filatelia e a numismática (coleção de moedas). O evento foi realizado na cidade de Blumenau, no Centro Cultural 25 de julho, e contou com a presença de cerca de 800 pessoas, entre os colecionadores e visitantes em geral.
A história do selo, no Brasil
O primeiro selo brasileiro foi emitido no dia 1º de agosto de 1843, passando a circular já na mesma data.
A ideia da criação dos selos postais surgiu através do processo de escolarização da humanidade, onde os indivíduos passaram a se comunicar através de carta. Com isso, os correios tiveram que criar uma tarifa para poder prestar os serviços de postagem e entrega das correspondências.
A criação de novos e diferentes modelos fez com que as pessoas tivessem interesse em colecionar os selos postais, os filatelistas. Além dos modelos atuais, os filatelistas buscam os modelos mais raros, que já saíram de circulação, mas que existem como documento histórico do país, uma vez que os selos retratam fatos importantes de uma nação.
Além dos fatos, podem apresentar elementos da natureza, como animais e plantas, modalidades esportivas e suas principais conquistas, homenagear pessoas admiráveis para a cultura do país, atletas, políticos, etc.