Casos de violência contra a mulher são constantes em Pomerode
Às vésperas do dia em que se homenageia a mulher, mais um caso de agressão foi registrado na cidade. m Pomerode, em uma comparação entre os números de casos registrados em 2017 e 2018, houve um aumento de registros de Boletim de Ocorrência.
A dois dias da data que celebra o Dia Internacional da Mulher (08 de março), Pomerode registrou um mau exemplo de como a mulher ainda é vítima da violência em sua própria casa, mesmo após 13 anos da sanção da Lei Maria da Penha. Na quarta-feira, dia 06, a Polícia Militar prendeu um homem depois de ele ter agredido a namorada, em sua residência.
O caso se encaixa nos padrões deste tipo de agressão. Segundo os relatos da PM, o indivíduo já possuía registros de agressão contra a mulher, e estava embriagado. Ele tentou invadir a casa da namorada para agredi-la e chegou a quebrar vários pertences dela dentro da residência. O agressor teve voz de prisão decretada e foi levado à Delegacia de Polícia Civil de Pomerode.
A moça, vítima da violência, ainda possuía marcas no corpo, por outras agressões do namorado, assim como muitas outras ao redor do estado, já que, de acordo com dados da Polícia Militar de SC, nos últimos 12 meses, mais de 40 mil mulheres foram vítimas de alguma forma de agressão física no estado.
Em 2019, nos meses de janeiro e fevereiro, a Polícia Militar foi acionada 16 vezes para atender casos relacionados à violência doméstica. No entanto, em apenas quatro foi necessária a confecção de boletim de ocorrência e em apenas dois houve a condução do agressor até a Delegacia. A maioria dos casos acontece devido a problemas de relacionamento entre o casal, ingestão de bebida alcoólica e drogas, problemas financeiros, entre outros.
Em Pomerode, em uma comparação entre os números de casos registrados em 2017 e 2018, houve um aumento de registros de Boletim de Ocorrência no ano passado e, de acordo com a PM, isso se deve ao fato de as mulheres estarem se sentindo mais encorajadas a denunciar.
“A população pode contribuir realizando denúncias ao 190 quando presenciar alguma agressão entre casais ou observar que discussões mais acaloradas estão ocorrendo em residência próxima a sua. Na maioria das vezes, a mulher não tem coragem de acionar a Polícia Militar por medo ou porque o agressor impossibilita que ela peça ajuda”, afirma o comandante da Polícia Militar de Pomerode, Tenente Fábio Verdasca de Luca.
As vítimas de Violência Doméstica que possuem Medida Protetiva são beneficiadas pelo Programa Rede Catariana, que atua em duas frentes. Primeiro através de um contato telefônico inicial com a vítima, verificando se a mesma tem interesse que a Polícia Militar faça um visita onde quer que esteja ou oportuniza que ela vá até uma Unidade da Polícia Militar para conversar sobre o assunto e prestar alguns esclarecimentos. Uma policial feminina irá realizar o contato para que ela se sinta mais confortável em expor seus medos e tire suas dúvidas. Em um segundo momento, um policial militar entrará em contato com o agressor e informará que existe uma Medida Protetiva em seu desfavor, dando assim ciência da imposição judicial, e explicará sobre as consequências, inclusive, prisão, caso ele a descumpra.
“Importante lembrar que a violência doméstica é incondicionada apenas quando há agressão física. Quando os crimes são de ameaça, dano, etc., há a necessidade da vítima representar. Se ela não tem o interesse no momento em que a Polícia Militar chega ao local é registrado apenas o fato e encaminhado, posteriormente, para a Delegacia. A vítima terá um prazo de seis meses para representar contra o agressor caso mude de ideia”, ressalta o comandante.