Educação

Projeto desenvolve cultivo de fungos comestíveis, em sala de aula

Alunos dos segundos anos da EEB José Bonifácio cultivam fungos enquanto aprendem sobre o tema

15 de outubro de 2022

Foto: Divulgação / EEB José Bonifácio

Aprender por meio de exemplos práticos, muitas vezes, é mais fácil para diversos estudantes e, pensando nisso, um projeto diferente está sendo realizado com as turmas de 2º ano do EM da Escola de Educação Básica José Bonifácio.

Um dos temas presentes na grade curricular de Biologia destas turmas é Fungos e, por isso, a professora Ana Paula Germano sugeriu a ideia de cultivar fungos comestíveis, além de procurá-los no ambiente.

“Eu sempre fui encantada por fungos, tive uma bolsa de iniciação científica na faculdade estudando fungos micorrízicos, então pensei que seria muito proveitoso para os estudantes não só procurar cogumelos e outros fungos no ambiente, mas cultivar algumas espécies comestíveis, para que eles pudessem ter essa experiência. Começamos bem no início do mês de agosto o cultivo, mas como tem feito muito frio, eles demoraram um pouco para crescer”, destaca a professora de Biologia.

Com o projeto, a professora Ana Paula pôde trabalhar melhor o tema, aprofundando conceitos do reino Fungi, desde características, fisiologia, classificação até doenças e usos pelos humanos. E enquanto as aulas caminhavam, o cultivo ia seguindo junto, segundo a professora de Biologia.

O projeto contou com o apoio de uma amiga de Ana Paula, que possui uma fazenda onde se cultivam cogumelos de várias espécies. Foi esta amiga que sugeriu que a própria turma realizasse o cultivo. Ela forneceu três blocos para este fim, feitos de serragem de madeira, com esporos inoculados.

“Tivemos que ativar os blocos, furando para que entrasse ar e molhando bem. Eles deveriam ficar em ambiente com uma temperatura mais elevada, bem irrigados e com bastante oxigênio, então eles ficaram dentro da sala de biologia mesmo, para que os próprios estudantes pudessem molhar e acompanhar diariamente. O projeto foi feito com as turmas de segundos anos, mas todos os estudantes ficavam interessados para saber o que eram aqueles blocos. Muitos achavam que era um pão embolorado, outros ficavam com um pouco de nojo, outros muito interessados em provar. Mas ninguém passava pelo cultivo sem dar uma espiada rápida, todos os dias. Depois da primeira colheita, todos queriam experimentar”, relata Ana Paula.

Terminado o tempo de cultivo dos cogumelos comestíveis, os alunos dos segundos anos puderam prová-los e, segundo a professora, o resultado foi surpreendente.

“No geral acho que o resultado foi muito bom, pois alia a prática aos conceitos, e os estudantes carecem muito de atividades práticas na escola. Eles ficaram bastante impressionados com a velocidade como eles crescem, o quanto o metabolismo deles é rápido e uma coisa leva a outra, começaram a perguntar de outros fungos, se eram alucinógenos ou venenosos, como eles poderiam identificar algum e assim por diante. E no dia de preparar os cogumelos para comer, eles estavam bem participativos, queriam cortar e preparar os cogumelos para comer. A maioria teve ‘coragem’ para degustar e alguns até gostaram”, enaltece Ana Paula.

Ainda, o sítio que deu os blocos às turmas está com um projeto para começar a divulgar essa atividade para professores de ciências e biologia e também está se adequando para receber visitas técnicas em loco. “Então essa atividade também serviu para eles terem uma noção de como montar um material didático para divulgar os fungos”, finaliza Ana Paula.

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