Cultura

Olho Embutidos e cuca de Linguiça Blumenau são tema de matéria para o Globo Rural

Pomerode está novamente no centro das atrações da mídia nacional

23 de fevereiro de 2024

Foto: Divulgação

A cidade mais alemã do Brasil está novamente no centro das atrações da mídia nacional. Dessa vez, é por conta do reconhecimento do registro de Indicação Geográfica (IG), que foi solicitado pela Associação das Indústrias Produtoras de Linguiça Blumenau (ALBLU) e concedido pelo Instituto Nacional de propriedade Industrial (INPI). A partir dessa publicação, apenas a linguiça produzida com carne suína pura e defumada de 16 municípios catarinenses  poderá se chamar Linguiça Blumenau. Um dos municípios contemplados é Pomerode, onde fica a Olho Embutidos que, este ano, está completando 90 anos e foi uma das primeiras na produção de Linguiça Blumenau no Vale do Itajaí.

A tradição da receita da linguiça Blumenau, que ainda é usada nos dias atuais, com produção de forma artesanal, e a conquista do IG, trouxeram a equipe do Globo Rural a Pomerode. Durante 3 dias,  eles gravaram uma matéria que será exibida para todo o Brasil, no mês de março. Na matéria, eles vão mostrar todo o processo para a produção:  desde como os suínos são criados, a forma de abate até como se produz a linguiça mais famosa da região.

O diretor da Olho Embutidos, Luiz Antonio Bergamo, explica que o reconhecimento de IG significa que só será considerada Linguiça Blumenau a que for produzida com carne pura suína defumada, seguir as regras do caderno de especificações técnicas, ser num desses 16 municípios contemplados nas regiões do Vale do Itajaí e do Alto Vale do Itajaí, e possuir a autorização da ALBLU para ter o nome Linguiça Blumenau no rótulo.

A IG abrange 16 municípios catarinenses do Vale do Itajaí  (Gaspar, Blumenau, Pomerode, Timbó, Indaial, Rio dos Cedros, Doutor Pedrinho, Benedito Novo, Rodeio) e do Alto Vale do Itajaí (Presidente Getúlio, Ibirama, Rio do Sul, Lontras, Aurora, Agronômica e Laurentino). Desde 2020 a ALBLU vinha requisitando esse reconhecimento, que foi possível através da parceria com o Sebrae.

Segundo a documentação apresentada ao INPI, o nome geográfico Blumenau passou a identificar o produto cuja origem e características estavam diretamente relacionadas ao processo de colonização alemã na região, fruto da adaptação de um saber trazido pelos imigrantes, tornando-se autêntico, emblemático e típico da localidade.

A produção desta linguiça defumada abrange o território original do município de Blumenau em 1894, conforme demonstrado na documentação. Originalmente, visava ao autoconsumo, preservando a carne suína produzida pelos colonos. A linguiça, então, se estabeleceu como um produto típico da região e gradativamente passou a ser comercializada, alcançando, inclusive, outros estados.

Além disso, a linguiça oriunda de Blumenau mantém uma uniformidade em sua produção na área delimitada, com base no saber fazer tradicional dos produtores, mas que se modernizou ao longo dos anos, observando as normas sanitárias vigentes. “É bom lembrar também que todas as cidades contempladas faziam parte da região de Blumenau, em 1894, e por isso esse nome, mesmo que não seja produzida atualmente no município de Blumenau”, explica Bergamo.

Ainda de acordo com a documentação enviada ao INPI, a linguiça de Blumenau é fruto das “representações étnicas, típicas, tradicionais e culturais, ligadas ao consumo e ou à produção da linguiça Blumenau na região, portanto, marcados geograficamente pelas ‘festas étnicas da cultura alemã’, onde a gastronomia típica se manifesta com pratos e receitas com a linguiça Blumenau.

A Linguiça Blumenau tem uma presença tão forte na culinária da região que até na cuca ela é utilizada. A equipe do Globo Rural gravou, inclusive, o processo de produção dessa cuca de sabor diferenciado na Delicaten Biscoitos e Cucas, com a dona Elia Maske.

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