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Retorno de viagens e calor excessivo: como manter a saúde e o bem-estar do meu pet?

Veja dicas e cuidados a serem adotados, nestas duas situações

8 de março de 2024

Foto: Envato Elements

Com o término das férias escolares, muitas famílias estão voltando de viagens ou retornaram de seu período de descanso no mês de janeiro. E para quem tem animais de estimação, alguns cuidados pós-viagem são fundamentais.

O médico veterinário James Davi Dalke explica que, caso o pet tenha realizado a viagem com seus tutores já com antiparasitários, vacinas e identificações em dia, além de não ter passado por nenhum imprevisto, na teoria ele continua protegido. “A recomendação é que seja reavaliado a necessidade de repetir os antiparasitários e um banho e hidratação caso seja necessário em animais de pelo longo”, afirma.

A preocupação principal, por outro lado, é restabelecer a rotina, que também é importante para o bem-estar do pet. “Se, durante as férias, você viajou com seu cachorro e o levou para a praia, ele pode se sentir frustrado ao voltar para casa e para a rotina, visto que existem menos estímulos e menos atividades para fazer. Mas mesmo quando eles não viajam conosco, a rotina deles pode acabar mudando se eles ficarem em uma creche para cachorros ou se alguém que não for da família cuidar deles por um tempo. De qualquer forma, há essa quebra repentina na rotina, que pode levar alguns cachorros a exibirem sintomas da síndrome pós-férias”, explica o médico veterinário.

No caso dos cães, a orientação para ajudar no bem-estar deles no período pós-férias é aumentar o número de passeios realizados por dia, para que assim ele se exercite mais e gaste mais energia. Segundo Dalke, esta dica serve principalmente para quem utilizou o período de descanso para fazer mais atividades com o seu animal de estimação.

“Isso porque ele vai continuar se exercitando e não vai sentir uma mudança tão brusca na rotina. Dessa forma, ele vai se adaptando aos poucos à rotina e as suas necessidades fisiológicas também vão acompanhar esse ritmo, o que evita que ele faça as necessidades dentro de casa”.

 

Doenças que podem ser contraídas na praia ou interior

Segundo o médico veterinário, existem algumas doenças que podem ser mais facilmente contraídas no litoral ou no interior.

Problemas como dirofilariose, leischimaniose, erliquiose, babesiose, leptospirose são doenças comuns em arias com presença de mosquitos, carrapatos e áreas alagadiças. “Por estes motivos, a importância de uso de coleiras repelentes, vacinas e uso de ectoparasitícidas é muito grande”, destaca.

 

Tratamentos

O médico veterinário destaca que o tratamento pode variar muito de acordo com a doença, pode ser necessário desde internação a acompanhamento para o resto da vida do paciente., como no caso da leishmaniose que não existe cura parasitológica estéril. Com o tratamento haverá um declínio da carga parasitária e reduzirá o potencial de infecção dos flebotomíneos e, consequentemente, a transmissibilidade da doença.

“Assim, a cada quatro meses, o animal em tratamento deverá retornar ao médico veterinário para uma reavaliação clínica, laboratorial e parasitológica (pelas citologias de linfonodo e medula óssea). Se necessário, um novo ciclo de tratamento deverá ser indicado”.

Os sintomas são muito inespecíficos e muitas vezes negligenciados, porém observa-se: apatia, perda de peso e apetite, icterícia (amarelão), palidez, pelo opaco, cansaço e tosse.

 

Cuidados com o calor intenso

Como para nós, humanos, é importante manter seu pet hidratado. “Busque mantê-lo com oferta de água limpa e fresca, além de aumentar o número de bebedouros e até dispor de modelos que tenham movimento de água para estimular a ingestão e consumo, principalmente de gatos, buscando tornar a ingestão hídrica mais atraente. Pensando em tornar mais atraente, pode-se fornecer água gelada ou colocar alguns cubos pequenos de gelo na água do pet, como forma de melhor refrescá-lo”, orienta Dalke.

Outra dica é fornecer água de coco gelada, que também é uma alternativa para hidratação, desde que a bebida seja sem conservantes. Em alguns casos, pode-se apostar em picolés, preparados com ingredientes e frutas que podem ser consumidos pelos animais, como picolé de sachês, patês, e de frutas como melão e melancia.

“Em dias quentes ou abafados os passeios e a prática de exercícios devem ser realizados nos períodos mais frescos do dia, preferencialmente no início da manhã ou no final da tarde, evitando os horários entre as 10h e 17h. Porém, da mesma forma, busque locais que possuam sombra. Cabe ressaltar que as patas dos pets são altamente sensíveis e podem esquentar rapidamente, o que pode levar a formação de machucados e lesões”.

O médico veterinário também sugere maior frequência nos banhos, pois sempre são bem vindos e uma ótima saída para proporcionar mais conforto nos dias quentes. “Portanto, pode-se adotar banhos regulares para o seu pet. Já referente ao pelo, não há necessidade de tosar curto, mas mantê-lo limpo e escovado é de suma importância para que ele exerça a função de isolante térmico. Se optar por tosar, evite exageros, pois o pet pode ter queimaduras solares em algumas regiões se não tiver a proteção adequada através de sua pelagem”, alerta.

No verão, os animais, principalmente os braquicefálicos, podem não conseguir encontrar uma forma de resfriar o corpo, acabam aumentando a ventilação pulmonar e ficam ofegantes. Em certa medida, este processo de troca de calor é normal e funciona.

“Mas devemos lembrar que esse tipo de respiração é menos eficiente do que a transpiração. Caso o animal continue exposto ao calor excessivo, ele poderá ficar demasiadamente ofegante, entrar em ‘agonia respiratória’ e sofrer uma hipertermia. Por isso, fique atento nos dias quentes aos seguintes sinais: hipersalivação, respiração ofegante acima do normal, pele muito quente, batimento cardíaco acelerado, cansaço, fraqueza, indisposição. Durante a hipertermia, a temperatura do animal pode chegar aos 42ºC. Isto pode provocar vômito, coagulação intravascular disseminada, edema pulmonar, parada cardíaca e, até mesmo, coma e ou morte”, finaliza o médico veterinário.

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