JPet

Como saber se um cão é de uma das 365 raças puras de cães catalogadas internacionalmente?

O documento que atesta a pureza da raça é chamado de pedegree

26 de setembro de 2023

Aysa e Polanski, cães de guarda da raça Pastor Alemão de Paulo Maurício Pizzolatti. (Foto: Divulgação)

O pedegree não é um documento que atesta apenas que a aparência de um determinado cachorro parece com uma determinada raça pura. Por isso apenas olhando “por fora” não é possível dizer que um determinado cão que lembra um Golden Retriever seja mesmo um Golden Retriever. Muito mais do que a aparência externa (morfologia) temos outros aspectos que devem estar presentes em um determinado exemplar para que ele possa ser considerado de uma raça pura.

Todos os elementos que obrigatoriamente devem estar presentes, ou que nunca podem estar presentes em determinada raça, são estabelecidos pelo Padrão Oficial da Raça, ou simplesmente Padrão, que é um documento escrito pelo País de origem do animal e que contém todas as características que um animal deve ter e quais as falhas que são graves.

No documento Padrão Oficial da Raça, de fácil consulta no site da CBKC, são apresentados vários elementos que vão além dos aspectos externos (cabeça, posteriores, anteriores, pescoço, dorso, cauda, pés, focinho, pelagem, cores, olhos etc) mas também falam sobre movimentação (como o animal deve se movimentar), temperamento e comportamento, tamanho, peso dentre outros elementos indicativos, sendo que algumas raças podem ter mais ou menos indicativos na sua padronização.

Então, o pedegree do seu animal é o documento que vai atestar que ele tem chances de apresentar as características exigidas pelo Padrão Oficial da Raça. Cabe alertar que é muito difícil encontrar um animal que atenda 100% de todos os pontos que são exigidos, mas quando conversarmos sobre exposições de cães, será mais fácil compreender esta questão. Os pedegrees da FCI/CBKC são os mais aceitos no mundo inteiro. Existem outros organismos que também possuem um documento que chamam de pedegree, mas pelo aspecto histórico e de funcionalidade, representatividade e importância, o da FCI/CBKC ainda possui mais alcance.

Preste atenção, também, que o pedegree não é um documento que, por si só, gera custo. Portanto, ao comprar um animal de raça pura, o argumento de que o animal não tem pedegree – senão iria aumentar o preço – é uma mentira. Essa justificativa é muito utilizada por pessoas mal intencionadas e que apenas tem o lucro como objetivo, o que é inadmissível. O pedegree é apenas uma consequência de uma boa criação.

Todo criador sério, preocupado com a pureza da raça (esta é a única finalidade de se criar cães de raça pura) e com o bem-estar do animal, adota um padrão de criação com todos as cautelas, exigências e com todos os registros necessários, onde o pedegree surge como efeito, inclusive porque a expedição do pedegree não representa R$ 100,00 no custo do animal. O verdadeiro custo para se ter uma criação capaz de merecer pedegree é muito maior do que os custos de uma criação exploratória dos animais, apelativa comercialmente e irresponsável sob o ponto de vista do bem-estar animal.

Por Vílson Sandrini Filho (Advogado, Mestre em Direito e Especializando em Direito Animal, pela ANCLIVEPA / Sociedade Paulista de Medicina Veterinária; proprietário do Canil Hunterbird/CBKC; Diretor Jurídico do KCI)

Teddy, um cão de pastoreio da raça Border Collie de Moira Petrucci. (Foto: Divulgação)

Notícias relacionadas