Histórias de S Silver

A maioria dos fatos acontecidos no passado, e que não foram registrados, estão esquecidos. Porém alguns, por um motivo qualquer e geralmente humorístico, ainda estão na memória popular, pois são contados como sendo piada, e o contador “jura”que é verdade. As histórias contadas não se enquadram como anedotas, pois, apesar dos acréscimos e enfeites de cada narrador,podem até ter alguma verdade, mas de qualquer forma são parte do folclore da nossa querida Pomerode.

Um caso famoso é a conversa entre dois senhores, grandes amigos, na mesa de um bar no centro da cidade.

Um deles era gordo, empresário, bastante viajado, conhecido por todos, que após o expediente, fazia seu “happy our” bebendo alguns canecos de chopp estupidamente gelado. Era brincalhão e enquanto bebericava, aproveitava para uma brincadeira e até uma gozadinha nos demais freqüentadores. Seu alvo favorito,era um amigo de muitos anos, agricultor, homem simples e pobre, embora sendo analfabeto deixava transparecer um olhar astuto e inteligente, disfarçado pela sua maneira simples de se vestir. Este senhor aproveitava a conversa com os amigos para aprender alguma coisa a mais.

Um dia, sabendo que seu amigo havia retornado de uma das muitas viagens, perguntou:

– Tu que viajaste muito na vida, qual foi o lugar mais distante em que você já esteve?

O amigo gordo aproveitou a oportunidade para tirar a sua costumeira casquinha, e disse:

– Eu já estive no lugar mais longínquo da face da terra, mais longe ninguém consegue ir. Fui até onde a terra acaba, lá no fim onde a fecharam com uma parede de tábuas…

Percebendo que era chacota, o amigo magro respondeu:

– Bom neste caso eu já fui mais longe do que você.

Espanto geral no bar onde se encontravam, como alguém poderia ter ido mais longe?

Mas o magro completou a frase:

– Eu já estive do outro lado desta parede, para entortar a ponta dos pregos…