Vigilante de creche morde cobra-coral verdadeira após ser picada, em Jaraguá do Sul
Mulher foi internada em estado grave e precisou ser entubada, mas já recebeu alta e segue se recuperando

Foto: Arquivo Pessoal
Na manhã da última sexta-feira, 7 de março, uma vigilante de uma creche mordeu uma cobra-coral verdadeira após ser picada no dedão do pé, em Jaraguá do Sul. A picada ocorreu porque a mulher pisou sem querer na serpente e como estava de chinelo, a cobra conseguiu atingi-la no dedão. O acidente ocorreu enquanto ela abria a porta para a chegada dos professores.
De acordo com o portal G1, a mulher relatou que estava correndo para dentro da creche e ficou com medo da cobra se esconder onde as crianças brincam. Antes de morder a cobra, tentou atingir o animal com britas e com a bicicleta. Sem efeito, acabou mordendo a serpente no desespero.
Sem saber o que fazer, enviou um vídeo ao gestor relatando que havia sido picada pela coral verdadeira. Ela foi incentivada pelo chefe a buscar ajuda médica imediatamente. A vigilante relatou que já estava com a visão turva e com náusea quando pegou a bicicleta e foi até o posto de saúde da região. Neste meio tempo, sua saturação baixou e seu maxilar ficou rígido. Ela precisou ser entubada e foi necessário chamar o Samu e encaminhá-la para emergência do hospital.
A vigilante foi internada em estado grave, mas já recebeu alta. Ainda assim, teve sequelas como câimbras, espasmos musculares e dificuldade na fala.
O biólogo Gilberto Ademar Duwe, da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama), confirmou ao G1 que a espécie se tratava de um filhote e que não é indicado que a pessoa pegue o animal na mão, pois, para se defender, a serpente pode dar uma nova mordida.
Ele também alertou para os cuidados necessários em atividades ao ar livre. “É importante que as pessoas tenham bastante cuidado principalmente quando vão fazer algum tipo de atividade ao ar livre, como trilhas, mexer em hortas ou trabalhar na roça. Sempre utilizar equipamento de segurança, como bota e perneira, além de olhar onde vai pôr a mão ou o pé.”
Conforme Duwe, a coral verdadeira possui uma das peçonhas mais fortes do país e, ainda assim, registra poucos acidentes. Isso porque é uma cobra que não dá bote e não é agressiva, tentando fugir ao se sentir ameaçada. “Os acidentes, quando acontecem, em grande parte, ocorrem porque a pessoa pisa nela com os pés descalços ou a pega na mão. Mesmo assim, às vezes, ela não consegue injetar o veneno totalmente, pois sua boca não é muito grande e os dentes são bem pequenos”, explicou.
O que fazer em caso de picada:
- Procure atendimento médico imediatamente;
- Se possível, e caso isso não atrase a ida ao atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão;
- Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, retire acessórios que possam piorar o quadro, como anéis, pulseiras, fitas amarradas e calçados apertados;
- Não amarre o membro acometido e, muito menos, corte, queime, esprema ou aplique qualquer substância no local da picada;
- Não tentar “chupar o veneno”, pois isso apenas aumenta o risco de infecção;
- Não dar bebidas alcoólicas ou outros líquidos como álcool, gasolina ou querosene, pois além de não terem efeito contra a peçonha, podem causar problemas gastrointestinais na vítima.