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Uma “vitória” do amor ao próximo

Após uma Vakinha On-line e um tratamento contra a Plagiocefalia Severa, pequena moradora pomerodense pôde comemorar a alta.

23 de janeiro de 2022

Liz, seus pais Fernanda e Andrew, junto com o Dr. Gerd Schreen | Foto: Arquivo pessoal

Entre os meses de junho e julho de 2021, você acompanhou, aqui pelas páginas do Jornal de Pomerode, toda da família da pequena Liz Vitória, que precisava, urgentemente, de uma órtese craniana, para que pudesse tratar de uma Plagiocefalia Severa – uma má formação nos ossos do crânio, o que compromete o desenvolvimento adequado. Se não tratada de forma precoce, pode acarretar em perda de audição, visão e problemas na mandíbula.

Horas após o diagnóstico, uma Vakinha On-line foi criada por seus pais, Andrew Schumaher Campos e Fernanda Reis, que logo atingiu o objetivo, numa mobilização da comunidade pomerodense. A ação que permitiu que pudessem adquirir o equipamento, importado dos Estados Unidos, a fim de dar à sua filha, a chance de uma melhor qualidade de vida.

Pouco mais de seis meses depois, veio a notícia que todos estavam esperando. No dia 12 de janeiro, Liz finalizou o seu tratamento e ganhou alta, sem sequela alguma. No entanto, o caminho foi árduo e nem sempre, de calmaria, como conta a mãe, Fernanda. “Durante o tratamento, houve muitos altos e baixos. Nos primeiros dias, houve uma melhora significativa. Mas, aos poucos, o capacete começou a incomodar um pouco a Liz, chegando a dar algumas feridas na cabeça, além do calor que ela sentia. Fora todo o cuidado a mais que tínhamos com ela, na hora de dar banho e trocar roupa. Foi um processo doloroso, mas, ao mesmo tempo, de muita fé e esperança, na cura de nossa filha”.

Até os momentos finais do tratamento foram de apreensão. “Estávamos bem ansiosos, porque já existia a possibilidade dela ganhar alta, na penúltima consulta, em Curitiba. No entanto, quando chegamos lá, não havia tido nenhuma progressão, o que nos frustrou um pouso, pois se ela tivesse que continuar o tratamento, precisaríamos adquirir outro capacete. Então, eles nos encaminharam para São Paulo, para que o Dr. Gerd Schreen pude avaliá-la e a encaminhar para a alta. Fomos para São Paulo com o coração a mil, mas eu tinha certeza que tudo tinha dado certo e sairia de lá com a minha filha curada. E foi o que aconteceu”, comenta Fernanda.

Ela conta que, quando fizeram o último scanner, a mudança no crânio de Liz foi impressionante. “Naquela oportunidade, há seis meses, eu levei uma criança para lá. E agora, pude trazer ‘outra’ para casa”, conta, emocionada.

 

Foto: Arquivo pessoal

 

Tanto que, a partir de agora, ela poderá ter uma vida normal, sem nenhum tipo de acompanhamento. “Todo esse processo fez com que o desenvolvimento dela ficasse um pouco atrasado, mas já notamos uma grande melhora neste último mês. Quando ela começou a falar, foi uma emoção muito grande, chamar ‘mamãe’, não tem explicação. Essa foi uma das partes que eu ficava mais preocupada, pois a Plagiocefalia Severa interfere muito, na fala e na audição. E, agora, vendo este desenvolvimento, só tenho a agradecer a Deus e a todos que ajudaram”.

 

O irmão Daniel também fez questão de registrar o momento da alta
| Foto: Arquivo pessoal

 

Campanha

A Vakinha On-line, divulgada pelo Jornal de Pomerode, somada às postagens sobre a menina, nas Redes Sociais, abriram as portas para que mais pessoas pudessem conhecer o que é a Plagiocefalia Severa e, até mesmo, auxiliar pessoas que possuíam casos em suas famílias.

“Eu recebi muitas mensagens, durante o tratamento, de mães aqui da região, de cidades vizinhas, que, ao pesquisar sobre a doença, viram a reportagem do Jornal de Pomerode. Então, pude conversar com muitas mães e falar sobre a doença, encorajá-las a procurar ajuda. Inclusive, fiz uma amiga, na cidade de Jaraguá do Sul, que também conseguiu a órtese. Ela me falou que eu fui um ‘anjo na vida dela’, pois quando ela começou a pesquisar, já apareceu a reportagem e eu mandei todas as informações. E fiquei muito feliz por ela também ter conseguido a órtese. E acredito que esse processo todo tenha chamado a atenção, tanto de médicos, quanto de pais, para que prestem mais atenção na simetria do crânio dos bebês. E que existe um tratamento, não só cirúrgico, o que pode ajudar muitas crianças por aí”, enfatiza Fernanda.

 

Liz Vitória, durante o seu tratamento com a órtese craniana
| Foto: Arquivo pessoal

 

Agora, com a alta de sua filha, o sentimento, não somente da mãe de Liz, mas de toda a família, é de gratidão. “Em toda esta trajetória, posso dizer que encontrei verdadeiros ‘anjos’ na vida da Liz, enviados por Deus. Eu só tenho, realmente, a agradecer a todos que ajudaram, de alguma forma, tanto na parte financeira, quanto no apoio, com palavras e atitudes. Sem contar as amizades que fizemos, ao longo deste caminho. Com certeza, eu vou levar para minha vida e ela vai saber de tudo isso. A cura da Liz não seria possível sem a ajuda dessas pessoas. Sou muito grata o que todos fizeram por nós e pela minha filha. Que Deus abençoe a vida de cada um”, finaliza, emocionada.

 

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