Uma tradição de figuras curiosas no jardim
Propriedade em Testo Alto chama a atenção pela quantidade de estátuas de jardim e vira quase ponto turístico
Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode
Um costume que se tornou raro nos dias atuais, mas que já fez parte de muitas casas na cidade e na região: as estátuas de jardim.
Uma propriedade localizada em Testo Alto, no interior de Pomerode, vem chamando a atenção pela quantidade de estátuas de jardim que a família mantém exposta na área externa, em frente à casa.
Vilmar Kriek e a esposa, Valéria Kriek, tem gosto por estátuas de jardim e, segundo eles, já são mais de 20 colocadas. E a intenção da família é aumentar ainda mais esta coleção, para deixar o jardim ainda mais bonito.
Uma das que mais chama a atenção é uma Girafa, adquirida em 2012 e que foi trazida de Joinville para a propriedade. Viram um modelo parecido em Gaspar e Vilmar quis ter a estátua em sua casa. “A girafa é a minha favorita, por ser maior e por ser uma das mais bonitas e diferentes. Logo quando vi, pensei que tinha que comprá-la para o meu jardim. É uma das únicas de Pomerode, tirando a do zoológico”, brinca Vilmar Kriek, produtor rural.
Mas a paixão pela coleção de estátuas de jardim começou bem antes da chegada do exemplar que hoje é o favorito de Vilmar. A primeira estátua de jardim foi a Branca de Neve, personagem dos contos de fada, acompanhada dos anões, é claro. E foi assim que a paixão pela coleção começou, para a família.
“Nós gostamos muito de estátuas de jardim e, por isso, sempre compramos novas peças. Ter as estátuas no jardim o deixa mais bonito e alegre, por isso gostamos tanto e mantemos a coleção por adorar, mesmo”, afirma Vilmar.
Na coleção há animais, como pássaros, corujas, sapos, flamingos, a girafa, ou personagens e até mesmo itens como cogumelos. O casal mora no local desde os anos 80 no local e começou a coleção há anos.
Hoje, eles têm dois netos e uma neta, que adoram brincar no jardim, com as estátuas, principalmente a da girafa. Uma vizinha, também criança, adora ir brincar na propriedade dos Kriek, pois adora as estátuas. E não são só as crianças que ficam animadas com a coleção e com a beleza do jardim.
As estátuas chamam tanto a atenção que, inclusive, já virou quase um ponto turístico, em meio à rota enxaimel, uma vez que várias pessoas param em frente ao jardim para fazerem fotos.
Vilmar comenta que as estátuas de pássaros, por exemplo, que eram bem comuns anos atrás, hoje são muito difíceis de achar.
“No geral já não é mais tão fácil achar estátuas de jardim para comprar, e também não há mais tanta variedade, pelo menos aqui na região. Mas pensamos em buscar em outros locais, para ver o que achamos de diferente. E o cuidado com a coleção de estátuas também faz parte da nossa lista de afazeres. Quando conseguimos, dedicamos tempo à limpeza de todas as peças, para que estejam bonitas e bem cuidadas. Também sou produtor rural e divido o tempo entre o cuidado com o jardim e com criação de peixes e plantações”, comenta.
A tradição dos anões de jardim
Os anões de jardim são um tipo de decoração muito comum em diversos países e culturas pelo mundo, sendo também chamados de ‘gnomos’ em algumas regiões. No entanto, a tradição de colocar as pequenas esculturas nos jardins não é recente, e já teve seus primeiros passos desde os períodos históricos mais antigos da humanidade.
Existem duas explicações, com base nas histórias folclóricas e lendas locais, sobre o uso das pequenas peças nos jardins: uma delas relaciona o uso de estátuas nas áreas externas das casas à proteção contra os maus espíritos. A outra, por sua vez, conta que os anões viviam nas profundezas da terra, escavando minas e buscando riquezas.
Na Roma Antiga, já se existia o costume de colocar pequenas estátuas de pedra nos jardins. As peças, por sua vez, representavam o deus greco-romano Príapo, que era o deus da fertilidade e também protetor do solo.
No entanto, os anões — ou gnomos, como também são chamados — foram descritos pela primeira vez como criaturas mágicas no período do Renascimento. O alquimista e filósofo suíço Paracelso os descrevia como “figuras diminutas [com] duas medidas de altura que não gostavam de se misturar aos humanos.”(Fonte: Aventuras na história/Uol).