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Uma tradição de figuras curiosas no jardim

Propriedade em Testo Alto chama a atenção pela quantidade de estátuas de jardim e vira quase ponto turístico

17 de setembro de 2022

Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode

Um costume que se tornou raro nos dias atuais, mas que já fez parte de muitas casas na cidade e na região: as estátuas de jardim.

Uma propriedade localizada em Testo Alto, no interior de Pomerode, vem chamando a atenção pela quantidade de estátuas de jardim que a família mantém exposta na área externa, em frente à casa.

Vilmar Kriek e a esposa, Valéria Kriek, tem gosto por estátuas de jardim e, segundo eles, já são mais de 20 colocadas. E a intenção da família é aumentar ainda mais esta coleção, para deixar o jardim ainda mais bonito.

Uma das que mais chama a atenção é uma Girafa, adquirida em 2012 e que foi trazida de Joinville para a propriedade. Viram um modelo parecido em Gaspar e Vilmar quis ter a estátua em sua casa. “A girafa é a minha favorita, por ser maior e por ser uma das mais bonitas e diferentes. Logo quando vi, pensei que tinha que comprá-la para o meu jardim. É uma das únicas de Pomerode, tirando a do zoológico”, brinca Vilmar Kriek, produtor rural.

Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode

 

Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode

 

Mas a paixão pela coleção de estátuas de jardim começou bem antes da chegada do exemplar que hoje é o favorito de Vilmar. A primeira estátua de jardim foi a Branca de Neve, personagem dos contos de fada, acompanhada dos anões, é claro. E foi assim que a paixão pela coleção começou, para a família.

“Nós gostamos muito de estátuas de jardim e, por isso, sempre compramos novas peças. Ter as estátuas no jardim o deixa mais bonito e alegre, por isso gostamos tanto e mantemos a coleção por adorar, mesmo”, afirma Vilmar.

Na coleção há animais, como pássaros, corujas, sapos, flamingos, a girafa, ou personagens e até mesmo itens como cogumelos. O casal mora no local desde os anos 80 no local e começou a coleção há anos.

Hoje, eles têm dois netos e uma neta, que adoram brincar no jardim, com as estátuas, principalmente a da girafa. Uma vizinha, também criança, adora ir brincar na propriedade dos Kriek, pois adora as estátuas. E não são só as crianças que ficam animadas com a coleção e com a beleza do jardim.

As estátuas chamam tanto a atenção que, inclusive, já virou quase um ponto turístico, em meio à rota enxaimel, uma vez que várias pessoas param em frente ao jardim para fazerem fotos.

Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode

 

Vilmar comenta que as estátuas de pássaros, por exemplo, que eram bem comuns anos atrás, hoje são muito difíceis de achar.

“No geral já não é mais tão fácil achar estátuas de jardim para comprar, e também não há mais tanta variedade, pelo menos aqui na região. Mas pensamos em buscar em outros locais, para ver o que achamos de diferente. E o cuidado com a coleção de estátuas também faz parte da nossa lista de afazeres. Quando conseguimos, dedicamos tempo à limpeza de todas as peças, para que estejam bonitas e bem cuidadas. Também sou produtor rural e divido o tempo entre o cuidado com o jardim e com criação de peixes e plantações”, comenta.

 

A tradição dos anões de jardim

Os anões de jardim são um tipo de decoração muito comum em diversos países e culturas pelo mundo, sendo também chamados de ‘gnomos’ em algumas regiões. No entanto, a tradição de colocar as pequenas esculturas nos jardins não é recente, e já teve seus primeiros passos desde os períodos históricos mais antigos da humanidade.

Existem duas explicações, com base nas histórias folclóricas e lendas locais, sobre o uso das pequenas peças nos jardins: uma delas relaciona o uso de estátuas nas áreas externas das casas à proteção contra os maus espíritos. A outra, por sua vez, conta que os anões viviam nas profundezas da terra, escavando minas e buscando riquezas.

Na Roma Antiga, já se existia o costume de colocar pequenas estátuas de pedra nos jardins. As peças, por sua vez, representavam o deus greco-romano Príapo, que era o deus da fertilidade e também protetor do solo.

No entanto, os anões — ou gnomos, como também são chamados — foram descritos pela primeira vez como criaturas mágicas no período do Renascimento. O alquimista e filósofo suíço Paracelso os descrevia como “figuras diminutas [com] duas medidas de altura que não gostavam de se misturar aos humanos.”(Fonte: Aventuras na história/Uol).

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