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Uma relação que vale ouro

Identificação com números e cálculos desde cedo foi o primeiro passo para Tales Augusto Oestreich conquistasse a medalha de ouro na 17ª OBMEP

18 de junho de 2023

Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode

No início do mês de junho, foi realizada Florianópolis a Cerimônia de premiação de medalhistas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), para a 16ª e 17ª edição.

O estado foi escolhido para sediar a cerimônia devido à grande adesão das escolas e representatividade para a OBMEP. Foram 92 estudantes catarinenses premiados, uma das maiores delegações entre os ganhadores.

Entre eles, foram diversos alunos pomerodenses, que conquistaram medalhas e menções honrosas. O destaque fica para o aluno Tales Augusto Oestreich, da Escola Básica Municipal Dr. Amadeu da Luz, que conquistou a medalha de ouro.

O estudante, que hoje está no 8º ano do Ensino Fundamental, fez a prova no ano passado, pela segunda vez em sua vida, e conquistou a medalha de ouro. Tales conta que, ao ouvir pela primeira vez que era um medalhista de ouro, não acreditou de imediato.

“Quando eu soube, estava no aniversário de uma amiga. Então, um outro amigo chegou, com a mãe dele, sorrindo bastante, e falando que eu havia conquistado a medalha de ouro, mas eu não estava acreditando. Eles me mostraram que estava no grupo da escola e comecei a pensar que não poderia ser uma brincadeira. Pesquisei no site da OBMEP e estava meu nome ali, como medalhista de ouro. Eu fiquei muito feliz naquele momento”, revela Tales.

Os pais, Ari Edson Oestreich e Marciana Carla Behling Oestreich, afirmam que a sensação de verem o filho conquistando esta medalha foi de muito orgulho.

“Participar de um evento da magnitude da OBMEP, principalmente na premiação, na qual, diante do Ministro da Educação, é anunciado que 18,3 milhões de crianças participaram da olimpíada, que é a maior do mundo em participantes, e ver o meu filho como medalhista de ouro foi muito especial. Não seguramos a emoção e eu me lembrei do dia da prova, quando o abracei forte e pedi que se esforçasse ao máximo, pois independentemente do resultado, ele já era nosso campeão”, destaca o pai do menino, Ari Edson Oestreich.

Tales foi o único pomerodense a conquistar o ouro, na 17ª OBMEP. (Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode)

 

Intimidade com os números desde cedo

A conquista de uma medalha na OBMEP, para Tales, é o fruto de uma relação sempre muito especial com números e cálculos. O estudante conta que a facilidade em lidar com as operações matemáticas sempre existiu.

“Sempre gostei de matemática e procurava saber coisas além do que eu aprendia em sala de aula, por exemplo quando estava no terceiro ano, já sabia alguns conteúdos do sexto. Eu procurava na internet ou perguntava aos meus pais e os professores, inclusive, matemática é minha disciplina favorita na escola”, afirma.

O pai do menino também atesta a sua afirmação, complementando que sempre foi algo que partia dele, movido pela curiosidade em aprender cada vez mais sobre matemática.

“O Tales demonstrou, desde cedo, uma identificação com os números e muita curiosidade com os desafios. Ele começou a jogar xadrez desde os quatro anos, e a fazer cálculos de operações simples de forma precoce. Isso ocorreu naturalmente, claro com nosso estímulo e do irmão mais velho dele, com cinco anos a mais, já que o Tales sempre foi curioso em relação ao que o irmão estudava”, comenta o pai.

Ari também conta que, aos seis anos já dominava multiplicação e com sete começou a perguntar o que era raiz quadrada, e como ele insistiu muito, os pais explicavam o que era e como funcionava. Quando isso aconteceu, perguntou sobre raiz cúbica e começou a fazer cálculos. “Ele não possui bloqueios para entender as explicações e absorve com muita facilidade. Com matemática, sempre foi comum que ele fizesse as tarefas passadas e também algumas de meses à frente”, completa.

Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode

 

Além da matemática, Tales tem uma rotina bastante agitada e repleta de atividades que ajudam em seu desenvolvimento pessoal. Ele pratica xadrez, inclusive participando de campeonatos, faz aula de violão, Doutrina, na igreja, participa do grupo de jovens, era bombeiro mirim, participa de campeonatos de cubo mágico, está no Ensino Bilíngue, estuda código morse e começou a estudar o francês, também de forma independente.

“A ideia de aprender francês partiu do desejo dele de fazer um intercâmbio na França, futuramente e já aprendeu um bom vocabulário. Também agora, ele já está participando do Programa de Iniciação Científica, após a conquista da medalha de Ouro. Isso tudo porque nós o ensinamos a não perder tempo com coisas que não valem a pena”, frisa o pai, Ari.

No entanto, os pais também destacam que, apesar de ter uma rotina de tarefas que ocupam muito tempo, Tales não deixa de brincar e de participar de coisas que o deixam feliz, como dormir na casa de colegas, jogar futebol e tênis de mesa, por exemplo. A família também costuma realizar atividades como acampar, algo em contato coma natureza, cavalgar, entre outros passatempos.

“E mesmo assim ele consegue absorver todo esse conhecimento. A receita que nós usamos é que o único da sala que não tem celular. Ele tem acesso ao celular da mãe e da internet para pesquisa e o usa muito bem para isso, mas decidimos deixar para mais tarde a inserção do celular na rotina dele, com um aparelho próprio, pois percebemos que há mais absorção das coisas da escola e de outras atividades sem o uso do celular”, enaltece Ari.

Por fim, a família agradece à EBM Dr. Amadeu da Luz, que sempre dá muito apoio às crianças que se destacam e proporcionam que todos possam participar, e especialmente à diretora, ao orientador e ao professor.

 

Dedicação à matemática continua

Sobre o estudo do código morse, que também é algo na rotina de Tales, este é o tema de um trabalho apresentado por ele e por um colega, na Feira Municipal de Matemática. “Começamos a trabalhar mais ou menos no fim do mês de abril, quando surgiu a curiosidade sobre o código morse. Comecei a pesquisar sobre, como funciona, assisti alguns vídeos e então sugeri ao professor Roberto, que também achou muito legal. O trabalho consiste em promover sinais de luz em uma simulação de um barco de guerra, por meio do código morse, para haver a comunicação, e este código é por meio do sistema binário”, explica.

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