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Uma forma de retribuir o amor

Filhas organizam festa surpresa de Bodas de Ouro, como forma de homenagear o amor dos pais

1 de outubro de 2022

Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode

Uma homenagem àqueles que lhes deram à vida e que lhes transformaram em seres humanos íntegros e bons. Esta foi a ideia das irmãs Rúbia Dallmann e Rosana Ittner Scheidemantel, ao preparar uma festa surpresa para comemorar as Bodas de Ouro de seus pais, Marlene Ittner, de 67 anos, e Nilton Ittner, de 68.

A intenção foi celebrar a vida e a união do casal, que sempre foi exemplo de amor e carinho para toda a família. Por cerca de três meses, Rúbia, Rosana e suas famílias mantiveram segredo sobre o planejamento da festa.

“Planejamos tudo, procurando em qual espaço poderíamos fazer a festa, quantas pessoas iríamos convidar. Meu pai queria uma festa em um salão grande e minha mãe nem queria festa, então buscamos um meio termo, em um espaço que não era um salão, no caso a Acaen, com as filhas, os genros, os netos, padrinhos, irmãos e alguns amigos, nada muito grandioso”, conta Rosana.

A partir de então, a família bolou uma história para que, no dia da festa, os dois fossem até a Acaen, arrumados para algum evento. O pretexto criado foi de que levariam Marlene e Nilton para tomar um café em Rio dos Cedros. Na hora de buscar uma das netas, Eduarda, na Acaen, a surpresa foi revelada.

 

Casal comemora aniversário de 50 anos e é surpreendido pela família, com surpresa. (Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode)

 

“Minha irmã, Rúbia, estava com eles, e ia nos comunicando tudo pelo WhatsApp. Inventamos que eles precisavam buscar a Duda, minha sobrinha, na Acaen. Quando eles chegaram, estávamos eu, a Duda, o João, meu outro sobrinho e minha filha, Joana, em frente à entrada, com um buquê para minha mãe. Quando eles saíram do carro, minha mãe começou a chorar, abraçada pela minha irmã e eu olhei para o meu pai, que tinha lágrimas nos olhos. Repetimos o quanto nós os amamos e foi muito emocionante”, conta Rosana.

Marlene e Nilton, os grandes homenageados, comentam o quanto ficaram surpresos ao descobrirem sobre a festa, pois, mesmo com todo o planejamento acontecendo em segredo, não desconfiaram de nada.

“Não sabíamos de nada e apenas estávamos convidados pra um café em Rio dos Cedros. Mas antes disso, nos perguntavam muitas coisas, como por exemplo quem eram os nossos amigos mais próximos, as pessoas mais queridas, os parentes. E também as nossas netas, quando estavam aqui em nossa casa, viviam procurando fotos antigas”, contam Marlene e Nilton.

Com o pretexto de levá-los para um café em Rio dos Cedros, a família fez com que o casal se arrumasse e se preparasse para sair, sendo surpreendido com uma festa intimista, na Acaen, com a presença de diversos amigos e parentes queridos.

“Quando nos demos conta da surpresa, eu comecei a chorar muito. Eu escutei da Rúbia: mãe, seja forte, porque isso eu e a Rosane fizemos para vocês. Quando entramos na Acaen, eu ficava cada vez mais surpresa com quem eu via entre os convidados. Nunca vou esquecer”, relata Marlene.

Para a filha, Rúbia, a emoção que tomou conta de todos, quando revelaram a surpresa, trouxe a sensação de que tomaram a decisão certa em planejar a festa, como uma surpresa, por quase três meses.

“Tudo foi emocionante, mas o momento de ver a reação deles, observando cada pessoa que estava ali e que fez parte da vida deles, padrinhos de casamento que não viam há anos, por exemplo, ver esta emoção deles foi o mais especial”, destaca Rúbia.

A festa contou com a bênção de um pastor, além do café especialmente preparado para o casal e seus convidados, além de uma bandeonista, que proporcionou toutro momento valioso para o casal: a oportunidade de dançarem juntos uma valsa, algo que sempre fez parte da rotina de Marlene e Nilton, apaixonados pela dança.

“Foi muito gratificante, não temos palavras para agradecer às filhas, aos netos e os genros pela surpresa. Só temos a agradecer a Deus por tornar isso possível e por elas trabalharem juntas nisso, com suas famílias. Foi tudo maravilhoso, só Deus sabe como nós agradecemos à nossa família”, destacam Marlene e Nilton.

 

Família emocionou o casal durante a surpresa feita, em Pomerode. (Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode)

Para Rúbia, não há palavras que descrevam a sensação de proporcionar esta alegria aos pais. “Foi algo sem igual, uma emoção atrás da outra, algo que, com certeza, marcará a vida deles para sempre. Os dois merecem cada momento e tivemos a certeza de que eu e minha irmã somos sortudas por termos sido escolhidas para sermos filhas deste casal incrível”, enalteceu.

Rosana também destaca o amor dos pais, como inspiração para toda a família. “Eu vejo nossos pais como espelhos para todos nós. E os dois são como minha filha sempre diz: ‘tão fofinhos’, pois sempre vemos o carinho deles pelos netos e vice-versa, e temos um carinho enorme por eles, um amor indescritível. Todos nós nos espelhamos muito neles, pois são pessoas do bem e acredito que eles conseguiram educar as filhas e os netos muito bem. Meus pais hoje vivem para os netos e ver este amor é muito emocionante. E foi maravilhoso poder proporcionar um momento tão especial para eles”, frisou.

 

Amor que começou com a dança

Há 50 anos, Marlene e Nilton se conheceram justamente em um salão. Os dois dançaram juntos, em um baile de sábado à noite e, assim, começou a relação. Na época, Nilton tinha 18 anos e Marlene 17.

O casamento veio menos de um ano depois do início do namoro, em 23 de setembro de 1972. E o começo da vida como casal não foi nada fácil, com a pobreza batendo na porta.

“A pobreza era tanta, que chegamos a morar em um rancho de vacas. Nesta época, quando nos casamos, tínhamos dois tijolos, um ao lado do outro, com uma tábua por cima, que foi a nossa primeira mesa. Éramos realmente muito pobres, mas passamos por todas as dificuldades e construímos uma vida confortável, com muito trabalho”, conta Nilton.

 

(Foto: Arquivo pessoal)

 

Também depois do casamento, Nilton deixou o exército e passou a trabalhar em diversos locais, fez cursos diferenciados e assim foi mantendo o sustento da família. Até que o irmão o convidou para abrirem um negócio juntos, de fabricação e venda de enfeites de Natal, que garantiu uma vida confortável à família e que durou 18 anos.

“Temos duas filhas incríveis, dois genros espetaculares e os netos mais ainda. Sempre dizia que queria viver até as minhas bodas de ouro, e agora conquistei isso. E a união entre nós foi o que nos manteve firmes, um entender o outro. No começo foi difícil, éramos muito novos e namoramos por menos de um ano, antes de nos casarmos, mas passamos por todas as dificuldades, e por isso damos muito valor à vida. Discussões sempre vão existir, mas o importante é o respeito entre o casal e o entendimento. Nossas filhas estão muito bem encaminhadas, com a vida construída, e felizes com suas famílias. O que mais poderíamos querer? Somos muito felizes”, enaltece Marlene.

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