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Uma base forte, também, no mundo da dança

Grupo Folclórico Alpen Bach é o único de Pomerode a ter a categoria infantil, trabalhando com crianças a partir dos oito anos. O objetivo é garantir, por meio dos mais novos, a continuidade da preservação da tradição da dança no município

30 de março de 2019

Quando o assunto é esporte, muito se fala em categorias de base, como forma de manter a modalidade e, também, de oferecer oportunidades às crianças e adolescentes. Ao pensarmos em cultura, também se fala em preservação das tradições, por meio dos mais jovens. E foi pensando nisso que o Grupo Folclórico Alpen Bach foi criado, em 2000. Hoje, a agremiação é a única da cidade a ter a categoria infantil, com crianças de oito a 14 anos, quando começa a transição para o adulto.

Como já citado, a história do grupo começou no início do milênio e surgiu a partir da paixão de seu fundador, Horst Spies, pela dança e pela tradição. A esposa, Iraci Spies, conta que os dois sempre buscaram uma forma de estar em meio ao folclore de nossa cidade. “Nós começamos a dançar em 1981, no Alpino Germânico, mas devido a um acontecimento pessoal, precisamos sair. Porém, não conseguíamos ficar sem o folclore, então, fundamos o Edelweiss, onde ficamos até não conseguir mais dançar, por causa da idade. E por não conseguir ficar longe deste mundo, Horst teve a ideia de criar um grupo de crianças”, conta Iraci.

Conversando com pessoas conhecidas, conseguiram reunir, inicialmente, cinco crianças e começaram a ensaiar na garagem da casa deles, segundo Iraci. Aos poucos, o grupo foi crescendo e havia a necessidade de um local maior. O Grupo Folclórico Alpen Bach, então, passou por alguns clubes de caça e tiro da cidade, bem como, pelo Pavilhão de Eventos, até que, em 2006, começou a fazer os seus ensaios no Clube Alto Rio do Testo, também conhecido como Salão Belz.

Ainda nesta época, como conta Iraci, começou um período de mudança no grupo. “As crianças foram crescendo e pensamos o que iríamos fazer, porque várias não tinham muita idade, ainda, mas tinham tamanho e isso dificultava a sua participação no infantil, com crianças menores. Chegamos à conclusão que teríamos duas opções: ou as crianças saíam ou criávamos um novo grupo, que foi o que fizemos”, revela a esposa do fundador.

No mesmo ano em que o grupo passou a ensaiar no Salão Belz, foi criado o grupo juvenil, para que aquelas crianças que estavam inseridas no mundo da dança, não saíssem dele. Assim, formou-se uma grande família, que é, até hoje, o grupo Alpen Bach.

No ano de 2015, após o falecimento do então presidente e fundador, quem assumiu a presidência do grupo foi Gilmar Pein, que fez questão de continuar com as duas categorias, adulto/juvenil e infantil, mantendo a tradição do grupo. Modelo este que é seguido pela atual gestão do Alpen Bach, por meio do presidente, Allan Michael Oechsler e do vice-presidente, Gilmar Pein Júnior.

O vice-presidente ressalta que existem as dificuldades em lidar com crianças, mas que é mais fácil estimular este gosto pela tradição quando se é mais novo, do que, por exemplo, quando os jovens têm entre 13 e 15 anos. “Lidar com crianças é muito difícil, mas o objetivo é cultivar as tradições germânicas na cidade e as pessoas que levarão isso para frente são as crianças, então, precisamos delas para que a tradição da dança não se perca. E se a pessoa vem para o grupo desde mais nova, já tem noção de responsabilidade, comprometimento e mesmo a técnica da dança”, explica.

Outra dificuldade que sempre enfrentaram foi a rotatividade dentro do grupo, com muitas saídas e entradas de pessoas, até mesmo, no infantil. “Às vezes é difícil manter os integrantes porque as pessoas, hoje, são muito ocupadas. Tanto pais quando crianças, às vezes, não têm tempo e, por este e outros motivos, já tivemos anos bem complicados, mas nunca precisamos ir atrás de crianças ou fazer propagandas”, comenta Oechsler.

Uma das maneiras que sempre chama a atenção de novos pequenos dançarinos folclóricos é a presença constante em eventos na própria cidade. “Procuramos fazer muitas apresentações aqui em Pomerode mesmo com o grupo mirim, em escolas ou festas de igreja, por exemplo. Levar as crianças para algum lugar fora do município é muita responsabilidade, por isso, mantemos eles mais aqui. E isso tem ajudado, porque sempre que tem apresentação do grupo infantil, aparecem algumas crianças interessadas”, afirma Pein Júnior.

Hoje, o G.F. Alpen Bach conta com 23 integrantes na categoria infantil e 21 no adulto e os gestores afirmam que é um orgulho poder dizer que são a única agremiação na cidade a ter um grupo de crianças. “Para nós, é um orgulho dizer que somos o único grupo infantil de Pomerode, até porque, começou com as crianças. O infantil é a parte principal do DNA do Alpen Bach e são estes pequenos integrantes que continuarão com o grupo quando os outros envelhecerem. Trabalhamos sempre para que o infantil seja mantido, porque eles, depois, têm a vontade de entrar no adulto, garantindo a continuidade. Vamos lapidando-os enquanto são crianças e eles têm a motivação de alcançar o grupo adulto. É gratificante fazer este trabalho”, destaca o presidente do grupo.

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