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Um legado em quatro rodas que ultrapassa gerações

Nesta última segunda-feira, 13 de maio, foi celebrado o Dia do Automóvel. Porém, quando temos a oportunidade de ter um carro próprio, o veículo acaba virando o xodó, e sempre receberá um cuidado especial para a manutenção do bem material

17 de maio de 2019

A cada dia que passa, o trânsito se intensifica. Mais carros na rua, congestionamentos e filas que aumentam em virtude do crescimento das cidades. E, nesta última segunda-feira, 13 de maio, foi celebrado o Dia do Automóvel. Porém, quando temos a oportunidade de ter um carro próprio, o veículo acaba virando o xodó, e sempre receberá um cuidado especial para a manutenção do bem material.

Em meados dos anos 1980, Reimundo Volkmann decidiu adquirir uma Ford F-75 1983, modelo pick-up da Ford Rural, para ser usada, principalmente, para os passeios da família, já que o veículo possui um amplo espaço interno, por se tratar de uma caminhonete. A paixão pela Rural se intensificou e a mesma chegou a receber até um nome: Jubi. Os anos foram passando e Volkmann nunca deixou de lado o seu veículo e deixava claro à sua família para não se desfazer da Jubi, quando morresse. 

Em 2003, por complicações na saúde, Volkmann faleceu. Mas, para manter a memória do pai sempre viva e com o desejo de não se desfazer da Ford Rural, Frank Volkmann ficou com a posse do veículo e, até hoje, utiliza a caminhonete para trabalhar, quase todos os dias. Desde então, cada vez que entra no carro para iniciar a sua rotina, lembra-se de seu pai.

“Esse carro, para mim, é a lembrança viva do meu pai. Toda vez que eu vejo ele, embarco nele, eu lembro do meu pai, da minha infância e ter esse carro era um sonho dele. Então, é uma satisfação enorme andar com a Rural e é um orgulho gigantesco, também. É por isso que eu nunca irei me desfazer do carro”, comenta.
Na adolescência, ele e seu pai utilizavam muito a Rural para o hobby, principalmente, a pescaria, em Palmeiras, Rio dos Cedros. Volkmann conta que era nítida a paixão de seu pai pela Rural.

“Ele queria esse carro, custe o que custar. Tínhamos um jipe, antes de adquirirmos a Rural, mas por ser pequeno, não cabia toda a família. Então, ele visava muito esta caminhonete, pois dava para transportar a ‘galera’ e, também, guardar as bagagens, afinal, viajamos muito com ela para Rio dos Cedros, onde a gente acampava, pescava e praticava outras atividades”, relata o filho.

Agora, fica dúvida de quem irá seguir o legado em quatro rodas. O mesmo desejo do pai, de não se desfazer da Rural, é o do filho.

“Enquanto eu estiver em vida, não irei me desfazer do carro. O meu filho não é muito fã, mas meu neto, já aos quatro anos de idade, só gosta de passear com a Rural, brinca dentro do carro na garagem, finge estar dirigindo ela. Acho que já temos um novo herdeiro para esse carro que tem tanta história para a nossa família, afinal, são quase 40 anos com a caminhonete”, finaliza.

História do veículo

Como dito no início da matéria, a Ford F-75 de Reimundo e Frank Volkmann, é um modelo do ano de 1983, o último da linha a ser fabricado. Ele é um “filho” da Ford Rural, que possuía cabine fechada, ao contrário da F-75, que já é uma pick-up. 

A Rural Willys pode ser considerada “avó” dos atuais utilitários esportivos existentes, pois era um veículo com espaço para a família, mas robusto e com vocações off-road, ou seja, capaz de enfrentar ruas e estradas de terra, lama ou mal conservadas.

Em 1961, entrou em linha a versão picape da Rural, chamada de Pick-Up Willys ou Pick up Jeep e, posteriormente, F-75. A versão militar, amplamente utilizada pelas Forças Armadas do Brasil, denominava-se F-85. Na Argentina, este modelo foi conhecido como Baqueano. 

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