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Um legado de família sobre quatro rodas

Em uma Kombi 1968, adquirida junto com seu avô, Fernando Campregher e sua namorada Júlia compartilham momentos e viagens

17 de novembro de 2024

Foto: Isadora Brehmer / JP

Em uma Kombi ano 1968 que representa um legado muito especial na vida de Fernando Diego Campregher, morador de Pomerode. Junto da filha Laísa Fernanda Campregher e da namorada Júlia Adriana Milchert, a rotina de passeios e viagens com a Kombi “Corujinha” é compartilhada por meio do perfil no Instagram @kombinando_porai.

Ter uma Kombi e poder se aventurar com ela era um desejo antigo de Fernando, motivado pela história da família, na qual este modelo de veículo esteve muito presente. “Meu avô, Heins Janke, tinha uma banda e os deslocamentos dela eram feitos com uma Kombi ‘Corujinha’. Mas conforme os anos foram passando, o número de músicos e instrumentos crescia, então a Kombi foi ficando pequena, assim como o motor era mais fraco. Porém, ao invés de trocar de veículo, ele apenas trocou de modelo de Kombi, e comprou uma mais nova”, conta Fernando.

O morador de Pomerode relembra que, desde criança, tinha muito contato com a Kombi e afirma que diversas viagens e passeios em família eram feitos a bordo da Kombi. Desta forma, Fernando passou a adorar o veículo, também.

A relação de Fernando com a Kombi 1968 que possui hoje começou no ano de 2017, quando adquiriu o veículo junto com o avô. “Naquele ano sugeri ao meu avô resgatarmos a história da ‘Corujinha’ e da banda, comprando uma Kombi deste modelo, e ele topou, mas não queria ir muito longe para isso. Eu sabia que um colega em Pomerode tinha uma e algumas vezes eu propus comprar, mas ele sempre tinha dúvidas em vender ou não. Até que, em um sábado, ele me ligou e informou que estava decidindo se venderia ela ou não, então nos disse que se até 12h fôssemos até lá para comprar, ele venderia. Logo entrei em contato com meus avôs e contei a novidade. Eles moravam em Rio dos Cedros, e em 40 minutos estavam comigo na casa do meu colega, para comprar a Kombi”, relembra.

Foto de Heins está presente na Kombi. (Foto: Isadora Brehmer / JP)

 

Depois da compra do veículo, a Kombi precisou passar por uma reforma, já que precisava de diversos reparos. Foram nove meses de trabalho nela até que tudo ficasse pronto e Heins esteve presente em todo esse processo, auxiliando na reforma. “Ele sabia como cada reparo foi feito e cada peça foi colocada. Quando meu avô falou, na época, que ela estava pronta após a reforma, não esperei e logo embarquei no carro para ir até Rio dos Cedros vê-la. O primeiro passeio marcante para nós foi entre mim, meu avô e meu tio, quando fomos para o primeiro encontro de veículos antigos, no Paraná, com meu ‘opa’ dirigindo. Ele estava muito feliz, pois trabalhou muito na Kombi. Meu avô faleceu em maio deste ano, mas temos uma foto dele dentro da Kombi até hoje, para que ele esteja conosco em cada passeio, cada viagem, pois era um sonho nosso”, afirma Fernando.

Atualmente, são a filha Laís e a namorada Júlia quem acompanham Fernando nas aventuras a bordo da “Corujinha”. Segundo o casal, a viagem mais longa feita até agora com a Kombi foi para São Paulo com um grupo de amigos que também têm Kombis, e percorreram 1.970 quilômetros.

“Ficamos por três dias lá e foi a mais longa que fizemos com a Kombi até agora, em um período nosso de férias. Nessa oportunidade participamos de um evento de carros antigos em Águas de Lindoia e também passamos em Campos do Jordão, mas na região não achamos campings e acabamos pernoitando antes em um posto de gasolina, depois de lá voltamos para casa. Por enquanto curtimos muito participar de eventos, como encontros de carros antigos e desfiles, e queremos planejar para termos condições de viajar para locais mais distantes e custear tudo isso”, conta Júlia.

Foto: Arquivo pessoal

 

Apaixonado por viagens, o casal acompanha com frequência as experiências de outros viajantes, por meio das redes sociais. E vendo tantas vivências de outras pessoas, surgiu a ideia de também compartilharem as próprias histórias por meio das redes sociais e, assim, começou o perfil no Instagram.

“Em um dos nossos passeios mais recentes, fomos para Bombinhas e ficamos na praia de Retiro dos Padres. Na noite em que estávamos lá, conversamos sobre a possibilidade de criar um perfil, inspirados em viajantes que nós acompanhávamos nas redes sociais. Ficamos um bom tempo pensando no nome do perfil, pois tinha que ser algo que nos representasse bem e que tivesse um significado. Como o chamamos o Fernando de “Nando”, juntamos ele e a Kombi, e assim surgiu o @kombinando_porai”, revela Júlia.

O casal afirma que realizam passeios e viagens mais curtas, para destinos mais próximos por enquanto, sempre que tem a oportunidade, além de participar de eventos como encontros de carros antigos e desfiles. “Para fazermos os passeios, não fazemos um planejamento muito grande, quando surge a oportunidade nós vamos. Mas com certeza é um sonho ‘cair na estrada’ e para isso estamos planejando a longo prazo, para termos condições de curtir da melhor forma”, garantem.

Foto: Arquivo pessoal

 

Fernando completa, ainda, falando da emoção em poder fazer amizades verdadeiras graças à Kombi, que possui um significado muito especial pela história com o avô, de quem comprou parte da Kombi há algum tempo.

“É muito legal ver como as pessoas gostam do que veem, além de quem vem perguntar sobre ela e compartilha histórias relacionadas à Kombi. Hoje consigo compartilhar essa paixão com a Júlia e nem penso em vender a Kombi, pois se tornou um legado de família e tem um valor inestimável. Tenho também um Fusca 1975, que foi do meu tio, depois do meu pai e agora está comigo, somando mais de 40 anos da família. Os dois veículos são os meus xodós e esperamos percorrer muitos quilômetros com eles, ainda”, finaliza Fernando.

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