Um hobby para manter a mente sã
Ana Cláudia Stocki encontrou no crochê uma forma de manter sua mente focada, em meio ao tratamento do câncer, e ainda obter uma renda extra
Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode
Positividade, alegria e vontade de viver a vida, da melhor forma. Estas são algumas das palavras e expressões que podemos aplicar à Ana Cláudia Stocki, de 32 anos, que está em meio ao tratamento do câncer de mama, mas que nem por isso perdeu a vontade de viver.
Funcionária da empresa Cativa desde 2009, Ana Cláudia precisou se afastar do trabalho em janeiro deste ano, quando descobriu a doença. O diagnóstico veio no dia 04 daquele mês e não demorou para que ela buscasse o tratamento e o auxílio necessário.
“A primeira coisa que eu fiz, ao descobrir, foi conversar com uma conhecida, que era voluntária na Rede Feminina. Também logo recebi as primeiras orientações e fui em frente. No início, quando descobri a doença, não foi fácil, pois a primeira coisa que vem à cabeça são pensamentos negativos, mas agora está tudo bem e consegui superá-los”, conta Ana Cláudia.
E parte de sua motivação para persistir, no dia a dia, vem de um hobby que ela resgatou, agora que está afastada do trabalho, em decorrência da doença. Ana Cláudia começou a fazer bichinhos de crochê e se dedica à atividade, como uma forma de distrair-se das dificuldades.
“Eu voltei a fazer o crochê, como terapia, pois além de ser algo que eu amo, acaba sendo uma renda extra, para ajudar com as despesas da casa, agora que estou afastada do trabalho. Eu sei fazer crochê desde os meus 11 anos e sempre gostei. Quando descobri a doença e me afastei do trabalho, logo pensei que precisava fazer algo para me manter ocupada e o que me motivou a voltar a trabalhar com o crochê foi a vontade de manter a mente ocupada, com alguma atividade”, destaca.
Os bichos de crochê são feitos por encomenda e Ana Cláudia se sente feliz em poder ter uma atividade, enquanto está em casa, além de aproveitar o tempo ao lado das filhas. Com um sorriso no rosto, ela não deixa de agradecer a quem está lhe dando suporte, neste momento difícil.
“Agradeço muito à Rede Feminina de Pomerode, pois as voluntárias sempre me deram muito apoio e também à empresa Cativa, que desde o início, quando descobri o câncer, sempre me apoiou. Meu marido também trabalha lá e, quando preciso fazer meus exames e as sessões de quimioterapia, se colocam a disposição para ajudar, assim como a escola onde minhas duas filhas estudam. O que me dá ânimo para persistir, sempre, é ter a minha família, que é maravilhosa e que está comigo em todos os momentos. O que também me dá forças é a minha fé em Deus, porque acredito que, sem Ele, não somos nada”, enaltece.
E além do exemplo de força e alegria em aproveitar cada momento da vida, com um sorriso que não sai do rosto, Ana Cláudia frisa a importância de não perder a vontade e a felicidade em viver, além de sempre manter-se fiel a Deus.
“Meu recado para as pessoas que tem a doença é que o primeiro passo é assumir a realidade e o segundo é não desistir. O terceiro é sempre fazer o que ama, porque o futuro só a Deus pertence. O que eu sempre falo para as pessoas é: que seja feita a vontade de Deus, assim na terra como no céu. E para as outras pessoas, se cuidar, se conhecer e se amar”, destaca Ana Cláudia.
Caso alguém tenha interesse em adquirir um dos bichinhos feitos por Ana Cláudia, pode entrar em contato pelo telefone (47) 99772-5998. Os bichinhos são feitos por encomenda.
Um exemplo inspirador
E para inspirar pessoas que estão passando por este momento difícil, como é o caso de Ana Cláudia, temos um exemplo mais do que inspirador. Riacarla Rauh, ex-diretora da Apae, enfrentou e venceu o câncer de mama, aproveitando, agora, o melhor que a vida tem a lhe oferecer.
“Eu descobri em agosto de 2018 que tinha o câncer de mama. Logo iniciei os exames necessários e depois fui ao mastologista, tudo correu muito rápido. Em 26 de setembro já fiz a cirurgia, uma mastectomia total na mama direita, além da colocação de um expansor. Depois deste procedimento, comecei as sessões de quimioterapia”, conta Riacarla.
Foram quatro sessões vermelhas e 12 brancas e, na primeira delas, Riacarla já recebeu a orientação e o suporte que precisava. “A equipe logo te prepara para a queda do cabelo, o que aconteceu em novembro, comigo. Logo que isso ocorreu, eu já marquei para cortar e minha família, o marido e os filhos, também rasparam o cabelo para me acompanhar”, comenta.
Em maio do ano seguinte começou a radioterapia, com 28 sessões, que terminaram em agosto de 2019. Depois veio a medicação, que está tomando até hoje, além dos exames e acompanhamento médico, com mastologista e oncologista, de seis em seis meses.
“Me sinto muito bem, muito forte, tenho que agradecer a Deus por isso, por sempre me dar forças. Durante todo o meu tratamento, eu nunca tive sentimentos negativos, sempre pensei para frente, pois só dependia de mim. Então ergui a cabeça e fui à luta. Agradeço à família, aos amigos, a Deus e a Rede Feminina por todo o apoio, a força e o suporte, além de ter seguido à risca o que os médicos orientaram, confiar no trabalho deles. No início também foi um pouco complicado aceitar a queda do cabelo, porque existem olhares diferentes, mas hoje eu penso que nem parece que passei por isso. Hoje me sinto muito bem, com muita energia e feliz. O que me fortaleceu também foi a fé, parece que a gente muda muito, em diversos aspectos. E como muitos dizem, nada é por acaso e agora acabou, passou e vamos em frente”, finaliza.