Um curto período, mas com orgulho gigante
Ex-funcionária da Porcelana Schmidt fala sobre o sentimento em ter feito parte da história da empresa
Foto: Isadora Brehmer / JP
Mesmo com um período curto como colaboradora na Porcelana Schmidt, Elfrida Wienen, aposentada e moradora de Pomerode fala com carinho sobre os anos passados na empresa.
Segundo a aposentada, ela não se recorda exatamente do ano que começou a trabalhar no local, mas acredita que foi em 1975 ou 1976, permanecendo no quadro de funcionários por cerca de três anos.
“Apenas saí porque surgiu uma outra oportunidade, relacionada à costura, em uma empresa que produzia calças jeans. Se não, acredito que teria ficado por muito mais tempo na Porcelana. Eu gostava de trabalhar lá, era um lugar tranquilo”, conta.
Dona Elfrida relembra que começou trabalhando no primeiro turno, na fábrica de porcelanas, e depois passou para o turno geral, já que precisava levar as crianças para a creche pela manhã e depois buscá-las ao fim do dia, de bicicleta. A aposentada também conta sobre o setor em que atuava, diretamente ligado ao processo produtivo das porcelanas.
“Eu trabalhava no setor responsável por esponjar as louças. Recebíamos as louças cruas e deveríamos esponjar as beiradas das peças, como travessas, cafeteiras, xícaras, e depois estas peças iam para o forno. Usávamos um avental e tínhamos que fazer esta etapa da produção”, relembra.
Dona Elfrida também comenta que chegou a trabalhar por um tempo junto à máquina de xícaras e pratos, porém não pode ficar muito tempo nesta função, pois passava mal durante o trabalho constantemente, por exigir movimentos muito rápidos e bruscos. Então voltei à função de esponjar as louças cruas.
Algumas vezes, durante o período de três anos, chegou a fazer algumas outras funções, mas sempre no setor da produção das louças. Porém a função que mais exerceu foi a de esponjar as peças.
A ex-funcionária explica que, para fazer uma peça de porcelana, primeiro era preenchida uma forma de determinada peça, com a “massa”. Quando ela secava, as peças eram colocadas em uma prateleira, então, ali Elfrida e os colegas pegavam as peças e, com um balde de água e uma esponja, preparavam as peças para ir ao forno.
“Eu tinha uma faca para tirar as bordas principais e depois passava uma esponja para a peça ficar bem lisinha para ir para o forno. Havia algumas fiscais, que olhavam o que estava bom, faziam a revisão das peças. Para mim, as mais difíceis de fazer foram as louças da coleção Pomerode, pois era toda trabalhada com ondulações, curvas e tinha muitos cantos que eram muito delicados e exigiam muito cuidado para não quebrarem”, pondera a aposentada.
Algumas memórias guardadas com carinho por Elfrida são relacionadas às celebrações dos aniversários dos funcionários do setor.
“Costumávamos fazer encontros das pessoas do mesmo setor que faziam aniversário naquele mês. Neste momento fazíamos uma foto, era trazido um bolo, algum café e acontecia um momento de confraternização entre os colegas de setor. Fazíamos um café para acompanhar e se tornava um momento de diversão, em grupo, sempre fora do horário do serviço, ou na hora do lanche. Assim também fazíamos diversas amizades com o grupo”, relembra.
Como funcionária da Porcelana Schmidt, Elfrida também se tornou uma admiradora da marca e, quando era possível adquiria algumas peças produzidas pela Porcelana Schmidt.
“Quando íamos ao ponto de vendas, por sermos funcionários, tínhamos direito a um bom preço, e assim comprávamos algumas peças, que sempre eram muito bonitas”, conta.
Elfrida fala com pesar sobre o sentimento em ver que a Porcelana Schmidt não vive mais os seus dias de glória em Pomerode, mas admite a gratidão por ter feito parte da história de uma empresa tão importante.
“Era e ainda é um orgulho poder dizer que fui funcionária da Porcelana Schmidt, porque era uma das grandes empresas da época na cidade e na região”, finaliza.