Tornado provoca danos em Balneário Gaivota e Sombrio no último fim de semana
Só em novembro, este já é o quinto tornado confirmado pela Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil.
Foto: Divulgação/Defesa Civil SC
Na madrugada de sábado, 18, por volta das 2h, um forte temporal com características de supercélula provocou um tornado no Sul catarinense, com muitos danos registrados em Balneário Gaivota e Sombrio.
Os principais estragos foram destelhamento parcial e total de residências e galpões, assim como a quebra de árvores.
Este temporal esteve associado à formação de uma frente fria junto com o aprofundamento de um sistema de baixa pressão no Paraguai e o intenso fluxo de calor e umidade provenientes da região amazônica favoreceram o desenvolvimento de intensas tempestades sobre Santa Catarina.
Supercélulas são fortes tempestades que apresentam rotação, ingrediente essencial para a formação de um tornado. Elas possuem alto potencial para provocar danos associados a ventos fortes, como destelhamentos, quedas de árvores e danos na rede elétrica. Por meio da análise combinada das imagens de radar e de fotos e vídeos do local atingido pela supercélula, a Defesa Civil de Santa Catarina confirmou a ocorrência de um tornado entre os municípios de Sombrio e Balneário Gaivota.
Só em novembro, este já é o quinto tornado confirmado pela Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil.
O primeiro ocorreu no dia 6 de novembro, em Cunha Porã (Região Oeste), o segundo no dia 11 de novembro em Tubarão, no Litoral Sul, o terceiro ocorreu no dia 16 em Itá (Meio-Oeste) e o quarto, no dia 18, pela manhã, em Urupema no Planalto Sul.
Imagens do Radar Meteorológico
Na figura (a) é mostrado um print de um vídeo feito por moradores de Sombrio, onde é possível identificar a nuvem em formato de funil. Não é possível ver o funil tocando o chão (critério necessário para classificação de tornado), mas ao analisar conjuntamente as imagens dos danos e os produtos do radar meteorológico do Morro da Igreja, fica perceptível a passagem do fenômeno pela região.
A Figura 2 (b) mostra o campo de estimativa da velocidade do vento do radar meteorológico do Morro da Igreja às 02h00, onde é possível observar um forte dipolo, o que indica a presença de uma intensa rotação da célula convectiva. A velocidade dos ventos estimada pelo radar na região indicada pelo círculo em azul superou a escala de 30 m/s, ou seja, ficaram acima dos 100 km/h. Nas Figuras 2 (c) e (d) são exibidas imagens do campo de refletividade (dBZ) do radar meteorológico do Morro da Igreja, às 02h00 e 02h10. Na região destacada pelo círculo azul da Figura 2 (c), é possível identificar o núcleo da supercélula que ocasionou o tornado, com um formato de vírgula. Esta característica também corrobora com a confirmação do fenômeno na região.