Todos contra o mosquito da dengue

Depois de passarmos pela situação crítica da Covid-19, uma outra doença exige atenção das autoridades e da população, em todo o estado: a dengue. De acordo com a Secretaria de Saúde de Santa Catarina, há 45 municípios catarinenses com alto risco de transmissão da doença.

No ano de 2022, a análise dos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), até o dia 21 de abril de 2022, evidenciou um aumento de 153% no número de casos confirmados da doença, em comparação ao mesmo período do ano de 2021.

A transmissão de dengue foi registrada em 87 municípios, sendo que, até o momento, pelo menos 33 deles se encontram com transmissão em nível de epidemia (incidência acima de 300 casos por 100 mil habitantes).

Em Pomerode, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, até o fechamento desta edição, não há casos confirmados de dengue na população, porém, 22 casos são suspeitos/em investigação.

Quanto aos focos identificados, o município soma 26 focos do mosquito Aedes Aegypti, espalhados na cidade. Segundo o boletim divulgado pela Prefeitura, os focos estão nos seguintes bairros: Testo Rega (3), Testo Alto (1), Centro (10), Ribeirão Herdt (1),Testo Central (8), Vale do Selke Pequeno (3).

A identificação destes focos é feita por meio de agentes da Vigilância Sanitária, que monitoram, semanalmente, as armadilhas espalhadas pela cidade. Estas armadilhas são feitas com pedaços de pneus, colocados em locais estratégicos, de forma que acumulem água.

Fiscais verificam as armadilhas a cada sete dias. (Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode)

A cada sete dias, período em que as larvas se desenvolvem, as armadilhas são checadas, para verificar se há as larvas do mosquito, que, posteriormente, são analisadas, para confirmar se são do Aedes aegypti. Caso sejam, o local é considerado um foco do mosquito.

Ao todo, segundo a Vigilância Epidemiológica, existem 131 armadilhas espalhadas em pontos estratégicos da cidade. Além disso, os fiscais também monitoram pontos como cemitérios e floriculturas, e checam quando há alguma denúncia. E para contribuir no combate à doença, para que a situação não saia do controle, o apoio da comunidade é fundamental.

A gerente de Vigilância Epidemiológica, Vera Lúcia Dümes Límoli Silva, destaca a importância da colaboração da comunidade, em prol do combate à dengue.

“O número de focos do mosquito da dengue aumentou assustadoramente no ano de 2022 em nosso município. No momento, ainda não temos nenhum caso confirmado da doença em Pomerode, porém existem muitos focos do mosquito, o que é um sinal de alerta para iniciarmos a prevenção de forma efetiva para combater o mosquito. A dengue é uma doença que mata e precisa ser levada a sério. A prevenção é a melhor forma para evitarmos uma possível epidemia de dengue na nossa cidade. Cuidados simples podem salvar muitas vidas, faça a sua parte”, enaltece.

A principal orientação é evitar o acúmulo de água parada, principalmente nos seguintes pontos: caixas d’água descobertas e lajes; canos de ladrão na caixa d’água; calhas; latões e outros recipientes abandonados; ralos desativados e pneus sem uso; plantas e vasos de plantas; piscinas (é preciso limpar semanalmente); bebedouros de animais; lixeiras, garrafas e latas.

Larvas encontradas em armadilhas feitas pela Vigilância. (Foto: Divulgação)

A dengue em SC

No período de 02 de janeiro a 02 de abril de 2022, foram notificados 22.561 casos de dengue em Santa Catarina.

Desses, 9.422 foram confirmados (8.197 pelo critério laboratorial e 1.225 pelo critério clínico epidemiológico), 70 inconclusivos (classificação utilizada no SINAN para os casos que, após 60 dias da data de notificação, ainda não tiveram sua investigação encerrada), 4.540 foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 8.529 estão em investigação, pelos municípios.