Saúde

Saúde masculina merece atenção o ano inteiro

Mês de novembro é dedicado à campanha de conscientização e prevenção sobre o câncer de próstata, mas os cuidados devem acontecer durante todo o ano

30 de novembro de 2024

Foto: Isadora Brehmer / JP

O mês de novembro é sempre lembrado pela cor azul, com a campanha voltada à conscientização e prevenção do câncer de próstata, o segundo tipo de tumor maligno que mais atinge os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

De acordo com uma estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), referente ao período 2023 a 2025, espera-se que 72 mil novos casos da doença sejam diagnosticados no Brasil.

Em Pomerode, segundo o painel de dados DataSUS, no ano de 2023 três pacientes estavam em fase tratamento contra o câncer de próstata, com idades de 68, 78 e 82 anos.

Já neste ano de 2024, segundo a Secretaria de Saúde de Pomerode (SESA), houve mais três novos diagnósticos de câncer de próstata em moradores da cidade, cujas idades são 61, 62 e 81 anos.

Para quem se deparou com o diagnóstico da doença, a notícia sempre é impactante e traz uma mudança total em vida. Hans Ehlert, morador de Pomerode, recebeu a notícia de que estava com um tumor na próstata no ano de 2020, quando seu médico percebeu alterações em seus exames de rotina, especialmente no PSA, que significa “Antigénio Específico da Próstata” (utiliza-se internacionalmente a sigla PSA, do inglês “Prostate Specific Antigen”).

Trata-se de um exame de sangue, no qual é analisado o valor obtido, e assim se permite ajudar a diferenciar se há uma situação de aumento benigno da próstata ou de cancro da próstata. Se houver uma suspeita da presença de cancro, deve ser realizada uma biópsia da próstata.

“Desde os meus 45 anos, eu faço consultas com um urologista. O meu PSA estava sempre em 2, 3, e quando completei 50 anos, o PSA chegou a 4. Eu continuei realizando os exames a cada seis meses e, nos meus 57 anos, meu PSA chegou a 7. Isso foi em 2020, no começo da pandemia”, relembra Hans.

Com o resultado o médico urologista que o atendia decidiu que seria necessário fazer um exame do toque, a partir do qual foi identificado um nódulo. O urologista solicitou, então, a realização de uma ressonância, na qual foi constatado o nódulo, de cerca de 1,3 milímetros.

“Foi muito difícil receber essa notícia, porque o câncer assusta e não sabemos o que pode acontecer depois. Como eu conheço pessoas que tiveram câncer inclusive com metástase, tudo isso nos traz medo e muitas coisas passam pela nossa cabeça. Mas meu médico, o Dr. Raphael Lahr, me trouxe muita confiança, dizendo que eu não me preocupasse, pois faríamos tudo conforme deveria ser feito e ia dar certo”, conta Ehlert.

O médico urologista decidiu que, com o quadro que Hans apresentava, era possível aguardar e monitorar o nódulo por algum tempo antes da cirurgia. A partir de então, a cada três meses, o pequeno empresário voltava ao médico, para realizar novos exames a fim de medir o índice do PSA e a cada seis meses era feita uma nova ressonância. Essa rotina perdurou por três anos.

“No ano passado, no mês de julho, eu fiz a cirurgia robótica, em Curitiba, com o Dr. Raphael. Correu tudo bem, a recuperação foi tranquila e, em dois meses, eu estava pronto para o trabalho novamente”, revela Hans.

Agora, o morador de Pomerode está na fase de acompanhamento pós-cirurgia, novamente passando pelo exame de sangue para medir o PSA regularmente. Este período de acompanhamento e monitoramento tem a previsão de durar por cinco anos.

“Estive no médico no mês de julho e logo irei novamente, para seguir o acompanhamento. Estou seguindo todas as orientações do médico à risca. Estou me sentindo bem e viajando para aproveitar a vida”, comenta.

Hans Ehlert é um exemplo que ilustra a importância do acompanhamento médico, por parte dos homens, para que, se houver alguma doença, que ela seja descoberta o quanto antes, pois assim o tratamento tem mais chances de sucesso.

O pequeno empresário afirma que frequenta o médico regularmente desde os 45 anos, que é algo do qual não abre mão. “O cardiologista eu frequentava antes, sempre ia, a cada um ou dois anos. E o urologista passei a frequentar depois dos 45 anos, pelo menos uma vez por ano, para saber como estava a minha saúde”, frisa.

Por isso, o morador de Pomerode aconselha a todos que procurem um médico com frequência, para que se façam todos os exames preventivos e de rotina, a fim de garantir que esteja tudo bem com a sua saúde, ou diagnosticar um problema o mais cedo possível.

“Meu conselho é procurar um médico, pois assim você sempre terá uma avaliação melhor, principalmente quando chegamos ao 40, 45 anos. E é importante também procurar um profissional que seja de confiança, alguém que dê a devida atenção a você e à sua saúde. Por isso, também agradeço ao Dr. Raphael, que foi muito importante para minha recuperação e me transmitiu a confiança em todo o processo”, finaliza.

 

O câncer de próstata

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma). Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum. A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. Incidência maior também nos estados onde o acesso da população aos médicos e às tecnologias diagnósticas são mais fáceis.

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual.

Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.

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