Ré que matou mulher trans é condenada a 14 anos de reclusão, em Blumenau
A ré já havia sido julgada pelo Conselho de Sentença no ano passado, porém o júri foi anulado
Foto: Envato Elements
Um desentendimento entre duas mulheres trans levou à morte de uma delas em um ponto de ônibus no bairro Salto do Norte, em Blumenau, em maio de 2022. Na quinta-feira, 07 de março, a mandante do crime foi condenada a 14 anos de reclusão. Nicolly Almeida dos Santos já havia sido condenada no ano passado, porém o júri foi anulado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
O Promotor de Justiça Rodrigo Andrade Viviani, que representou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) no Tribunal do Júri, demonstrou aos jurados que Mônica, a vítima, foi morta por motivo fútil e com recurso que dificultou a sua defesa. Ela morreu depois de levar nove tiros.
As circunstâncias judiciais desfavoráveis e a reincidência, assim como a violência do crime, tornaram inviável a substituição da pena de reclusão por outras restritivas de direitos ou mesmo pela suspensão condicional da pena.
Nicolly vai cumprir a sentença em regime fechado e não terá o direito de recorrer da sentença em liberdade, para garantia da ordem pública.
Como o crime aconteceu
Segundo a ação penal, era por volta das 22h30 do dia 19 de maio de 2022, em uma parada de ônibus próximo a um posto de gasolina no bairro Salto do Norte, quando o coautor do crime, a mando de Nicolly, se dirigiu ao local em uma motocicleta. Lá, surpreendeu a vítima, efetuando disparos com uma arma calibre 9mm.
Os projéteis causaram traumatismo torácico em Mônica, o que, conforme o laudo pericial, foi o motivo de sua morte. Dias antes do crime, ré e vítima haviam se desentendido em uma disputa por um local de programa.
Ação penal de competência do júri n. 5032347.65.2022.8.24.0008