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Queijaria de Pomerode recebe medalha Super Ouro no 2º Concurso de Queijos Artesanais de SC

Premiação aconteceu na noite de quarta-feira, 6, em Rio do Sul

8 de novembro de 2024

Foto: Divulgação/Epagri

O queijo Testo, da empresa Pomerode Alimentos, foi o destaque do 2º concurso de Queijos Artesanais de Santa Catarina. Ele recebeu medalha Super Ouro dentre os  27 classificados como Ouro, ou seja, que levaram a nota entre 9 e 10. A premiação aconteceu na noite de quarta-feira, 6, em Rio do Sul, após avaliação realizada durante por um júri com representantes de diferentes estados brasileiros.

A queijaria é dos irmãos Juliano e Bruno Mendes, localizada no município de Pomerode.  Eles adquiriram o empreendimento em 2017 e naquele ano começaram a produção de queijos artesanais diferenciados. De acordo com a engenheira de alimentos da empresa, Isadora de Andrade, a premiação se soma a outras – inclusive de âmbito mundial – e confirma a qualidade do produto.

“O queijo Testo é maturado por 12 meses, de casca lavada, semiduro, com cristais de tirosina na massa, com sabor de caldo de carne, amendoado, bastante intenso justamente pelo tempo de maturação”, explica ela.

Isadora recebeu o troféu Super Ouro das mãos do presidente Dirceu Leite (Foto: Divulgação/Epagri)

O evento foi realizado pela Epagri em parceria com a Associação dos Municípios do Vale do Itajaí (Amavi) e  da Universidade do Alto Vale do Itajaí (Unidavi). Participaram 175 queijos de 50 queijarias de todas as regiões de Santa Catarina: 32 receberam a medalha Prata (notas entre 8 e 8,9) e  51 a Bronze (notas entre 7 e 7,9). A próxima edição do concurso será em Videira, em 2026.

Queijos autorais

O concurso abriu inscrições para quatro tipos de queijos: coloniais, tradicionais, autorais e os tipos (parmesão, serrano, etc). Os jurados avaliaram os seguintes critérios: aparência geral (casca, massa, textura, composição total), aroma (casca, massa, composição total, possíveis defeitos), textura (elasticidade, cremosidade, granulosidade, untuosidade), sabor (sensação, intensidade, possíveis defeitos) e adequação ao estilo da categorial na qual o queijo está inscrito.

Patrícia Schonz, professora de tecnologia de alimentos do IFSC campus de São Miguel do Oeste, coordenou a equipe de jurados. Ela ficou impressionada com a variedade e o diferencial dos queijos participantes do concurso. “Recebemos muitos queijos autorais, que ainda recebem o nome de colonial, mas que apresentam características únicas da região de produção. São queijos com tamanhos, gostos e texturas diferentes de um colonial. Os produtores catarinenses são muito criativos e contam com produtos de excelente qualidade”, diz ela.

De acordo com o presidente da Epagri, Dirceu Leite, por meio do concurso a Epagri dá oportunidade aos pequenos empreendimentos mostrarem todo o potencial dos queijos que produzem, bem como a qualidade. “Os queijos catarinenses são diferenciados e com certeza alcançarão novos mercados a partir da premiação”, diz ele.

Concurso avaliou 175 queijos artesanais de 50 queijarias de Santa Catarina (Foto: Divulgação/Epagri)

Vitrine para os queijos catarinenses

Conforme Telma Tatiana Köene, coordenadora Estadual do Programa Gestão de Negócios e Mercados da Epagri, o concurso é uma grande vitrine para os queijos artesanais de Santa Catarina. “O concurso apresenta o queijo catarinense para o mundo. Os que ganham medalha atraem consumidores e estimulam o turismo rural na região. Os que não recebem premiação têm oportunidade de qualificar produção, pois recebem orientações da banca sobre todos os critérios avaliados, com recomendações dos pontos a melhorar”, explica ela.

O produtor rural de Nova Veneza, José Carlos Semprebom, vencedor da medalha Super Ouro em 2023, confirma isso. “Aumentamos a produção em 20% para atender a procura”, relata. Ele trabalha com turismo rural e comercializa o queijo sem sair da propriedade.

Feira permitiu a compra de queijos artesanais diferenciados, de sabores únicos, de diferentes regiões catarinenses (Foto: Divulgação/Epagri)

Capacitação para os queijeiros

O concurso aconteceu em paralelo com a Feira Catarinense de Queijos Artesanais (6 e 7/11) e o I Simpósio Catarinense de Queijos Artesanais (7/11). De acordo com a coordenadora dos eventos, extensionista rural da Epagri Katiucia Micheli Visentainer, os eventos se complementam para atingir o objetivo da Epagri que é qualificar o queijo artesanal produzido pelos agricultores familiares de Santa Catarina.

“O concurso foi uma amostra de queijos legalizados que passaram por avaliação de um corpo técnico. Já a feira permitiu a compra de queijos diferenciados, de sabores únicos, tanto por consumidores como por comerciantes. O evento fechou com o simpósio, que trouxe informações para aquele produtor que deseja aprimorar os conhecimentos na produção de leite e de queijo, ou até mesmo legalizar o seu empreendimento”, explica.

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