Queijaria de Pomerode recebe medalha Super Ouro no 2º Concurso de Queijos Artesanais de SC
Premiação aconteceu na noite de quarta-feira, 6, em Rio do Sul
Foto: Divulgação/Epagri
O queijo Testo, da empresa Pomerode Alimentos, foi o destaque do 2º concurso de Queijos Artesanais de Santa Catarina. Ele recebeu medalha Super Ouro dentre os 27 classificados como Ouro, ou seja, que levaram a nota entre 9 e 10. A premiação aconteceu na noite de quarta-feira, 6, em Rio do Sul, após avaliação realizada durante por um júri com representantes de diferentes estados brasileiros.
A queijaria é dos irmãos Juliano e Bruno Mendes, localizada no município de Pomerode. Eles adquiriram o empreendimento em 2017 e naquele ano começaram a produção de queijos artesanais diferenciados. De acordo com a engenheira de alimentos da empresa, Isadora de Andrade, a premiação se soma a outras – inclusive de âmbito mundial – e confirma a qualidade do produto.
“O queijo Testo é maturado por 12 meses, de casca lavada, semiduro, com cristais de tirosina na massa, com sabor de caldo de carne, amendoado, bastante intenso justamente pelo tempo de maturação”, explica ela.
O evento foi realizado pela Epagri em parceria com a Associação dos Municípios do Vale do Itajaí (Amavi) e da Universidade do Alto Vale do Itajaí (Unidavi). Participaram 175 queijos de 50 queijarias de todas as regiões de Santa Catarina: 32 receberam a medalha Prata (notas entre 8 e 8,9) e 51 a Bronze (notas entre 7 e 7,9). A próxima edição do concurso será em Videira, em 2026.
Queijos autorais
O concurso abriu inscrições para quatro tipos de queijos: coloniais, tradicionais, autorais e os tipos (parmesão, serrano, etc). Os jurados avaliaram os seguintes critérios: aparência geral (casca, massa, textura, composição total), aroma (casca, massa, composição total, possíveis defeitos), textura (elasticidade, cremosidade, granulosidade, untuosidade), sabor (sensação, intensidade, possíveis defeitos) e adequação ao estilo da categorial na qual o queijo está inscrito.
Patrícia Schonz, professora de tecnologia de alimentos do IFSC campus de São Miguel do Oeste, coordenou a equipe de jurados. Ela ficou impressionada com a variedade e o diferencial dos queijos participantes do concurso. “Recebemos muitos queijos autorais, que ainda recebem o nome de colonial, mas que apresentam características únicas da região de produção. São queijos com tamanhos, gostos e texturas diferentes de um colonial. Os produtores catarinenses são muito criativos e contam com produtos de excelente qualidade”, diz ela.
De acordo com o presidente da Epagri, Dirceu Leite, por meio do concurso a Epagri dá oportunidade aos pequenos empreendimentos mostrarem todo o potencial dos queijos que produzem, bem como a qualidade. “Os queijos catarinenses são diferenciados e com certeza alcançarão novos mercados a partir da premiação”, diz ele.
Vitrine para os queijos catarinenses
Conforme Telma Tatiana Köene, coordenadora Estadual do Programa Gestão de Negócios e Mercados da Epagri, o concurso é uma grande vitrine para os queijos artesanais de Santa Catarina. “O concurso apresenta o queijo catarinense para o mundo. Os que ganham medalha atraem consumidores e estimulam o turismo rural na região. Os que não recebem premiação têm oportunidade de qualificar produção, pois recebem orientações da banca sobre todos os critérios avaliados, com recomendações dos pontos a melhorar”, explica ela.
O produtor rural de Nova Veneza, José Carlos Semprebom, vencedor da medalha Super Ouro em 2023, confirma isso. “Aumentamos a produção em 20% para atender a procura”, relata. Ele trabalha com turismo rural e comercializa o queijo sem sair da propriedade.
Capacitação para os queijeiros
O concurso aconteceu em paralelo com a Feira Catarinense de Queijos Artesanais (6 e 7/11) e o I Simpósio Catarinense de Queijos Artesanais (7/11). De acordo com a coordenadora dos eventos, extensionista rural da Epagri Katiucia Micheli Visentainer, os eventos se complementam para atingir o objetivo da Epagri que é qualificar o queijo artesanal produzido pelos agricultores familiares de Santa Catarina.
“O concurso foi uma amostra de queijos legalizados que passaram por avaliação de um corpo técnico. Já a feira permitiu a compra de queijos diferenciados, de sabores únicos, tanto por consumidores como por comerciantes. O evento fechou com o simpósio, que trouxe informações para aquele produtor que deseja aprimorar os conhecimentos na produção de leite e de queijo, ou até mesmo legalizar o seu empreendimento”, explica.