Quando tudo começou
Pomerode, no início da colonização – metade do século XIX, fazia parte da Colônia Blumenau fundada por Hermann Bruno Otto Blumenau – era conhecida como linha colonial de Rio do Testo.
Pomerode, no início da colonização – metade do século XIX, fazia parte da Colônia Blumenau fundada por Hermann Bruno Otto Blumenau – era conhecida como linha colonial de Rio do Testo. Desde 1865, o nome Pommeroda está nos mapas de distribuição dos lotes coloniais de Blumenau e era a região central da linha colonial do Vale do Rio do Testo. Após a emancipação político-administrativa de Blumenau em 1883, Pomerode continuou integrada no município blumenauense e em 1934 foi elevada a categoria de Distrito e a sede do distrito foi denominada de Vila de Rio do Testo. Por intermédio da Lei nº 380 foi criado o Município de Pomerode e o mesmo foi instalado oficialmente em 21 de janeiro de 1959.
O nome Pomerode está ligado a origem de seus fundadores, imigrantes vindos da Pomerânia (Pommern), norte da Alemanha. Literalmente é a junção do radical Pommern e do verbo rodern, verbo alemão que significa tirar os tocos, tornar a terra apta para o cultivo agrícola. Os imigrantes, quando aqui se estabeleceram, tiveram que retirar o seu sustento da agricultura, então todos tiveram que roçar o terreno, organizar as roças e se alimentar dos produtos que plantavam.
Os primeiros imigrantes de Pomerode se estabeleceram ao longo do Rio do Testo pelo sistema de minifúndios (pequenas propriedades rurais), onde cultivavam arroz, fumo, batata, mandioca, cana de açúcar, milho e feijão. O colono também se dedicava à criação de gado leiteiro e suíno, cujas matrizes vieram da Europa.
O início da colonização remonta ao ano de 1863, quando o imigrante João Fernando Luebke, sua esposa e as cinco filhas, estabeleceram-se na localidade de Ribeirão Luebke, próximo da divisa com o Município de Blumenau. Nos anos seguintes vieram muitos imigrantes, em sua maioria pomeranos, e mais tarde vieram italianos e poloneses.
O povoamento ao longo do Vale do Rio do Testo, às margens do rio com o mesmo nome, foi estratégico para construir a ligação terrestre entre a Colônia Blumenau e a Colônia de Dona Francisca, atual região de Joinville e assim fortalecer os meios de comunicação e o comércio entre as colônias.
As primeiras edificações eram rústicas construções de pau a pique, cobertas com folhas de palmeiras. Depois de algum tempo, os habitantes retiravam as toras do mato para a construção de casas de madeira. Quando reuniam mais recursos financeiros reproduziam em terras brasileiras a técnica construtiva do enxaimel.
Os moradores do Vale do Rio do Testo organizaram a vida comunitária nos povoados e em regime de mutirão edificaram as escolas. Para os imigrantes alemães luteranos o espaço das escolas serviu para a pregação da Palavra de Deus – a Igreja foi edificada em 1884-1885, ao passo que os imigrantes alemães católicos construíram a sua Igreja em 1870. Também no sistema de mutirão os habitantes de Rio do Testo criaram as instituições recreativas, destacando-se aí as Sociedades de Atiradores.
Até a virada do século XX, Rio do Testo/Pomerode era uma colônia voltada apenas para agricultura e pecuária de subsistência, com pequenos pontos comerciais nas áreas centrais dos povoados. Com o passar dos anos, foram criadas pequenas empresas familiares de laticínios, embutidos, móveis e cerâmica, que impulsionaram o início da industrialização no Vale do Rio do Testo.
Anos mais tarde, em 1946, foi instalada a indústria da porcelana que se tornou uma das mais importantes para a economia local. Hoje, a cidade é considerada um forte pólo têxtil e metal-mecânico.
por Roseli Zimmer, historiadora