Possíveis focos de dengue
Moradores da rua Lorenz Engels, em Testo Central, temem possíveis focos de dengue em fonte de água parada situada
em uma embarcação abandonada
A recomendação para evitar a dengue é bastante conhecida. Evitando o acúmulo de água parada a procriação do mosquito transmissor é impedida, e é essa a postura que os moradores da região de Testo Central têm procurado ter. Entretanto, na última semana, o Jornal de Pomerode recebeu uma denúncia de moradores, sobre um barco abandonado na região da rua Lorenz Engels, que era utilizado por uma antiga empresa para remover areia do rio. A embarcação, por sua vez, estaria sendo fonte de reservas de água parada e ambiente ideal para grande procriação de mosquitos.
O local está abandonado. Na margem do rio, está o barco envolto por sacolas de lixo, limo e larvas de insetos. Na parte de cima do barco há um compartimento de armazenamento que fica a céu aberto. Dentro dele, conforme mostra a foto, havia uma poça de água parada e suja, proveniente das chuvas que ocorreram em Pomerode semanas atrás. E em outras partes avariadas da embarcação, nota-se claramente que é possível haver mais água parada em lugares escondidos.
No arredor do barco, também encontramos uma espécie de balsa flutuante quebrada, com barris de plástico, nos quais também existe a possibilidade de haver água parada.
Moradores da região relatam que esse é um problema antigo. A embarcação teria sido largada a mercê do tempo há dois anos, época em que a sede da empresa que funcionava ali, fechou as portas.
Depois disso começaram a vir os mosquitos excessivos. Uma moradora conta que é impossível deixar portas e janelas da casa abertas depois de certo horário. “Fica impossível, a impressão é de que seremos levados pelos mosquitos”. Ela ainda enfrenta outro problema. Sua filha de apenas dois anos é alérgica as picadas e recentemente levou tantas, que a mãe pensou até se tratar de um caso de catapora. A solução encontrada foi o uso de inseticidas e repelentes.
Os vizinhos reclamam que fazem suas partes e não deixam água acumular, mas a situação está fora de controle. “De que adianta a gente fazer nossa parte se a prefeitura não está ajudando?”, reclama.
Em contato com a vigilância epidemiológica de Pomerode, o supervisor do programa da dengue, Jeancarlo Hille, informou não ter conhecimento do caso, mas que uma visita ao local seria marcada para verificar se existe a possibilidade de haver foco de dengue no local. Caso exista a suspeita, o proprietário do terreno será procurado.
Caso a pessoa queira fazer uma denúncia de algum lugar com água parada e infestação de insetos, pode ligar para a equipe do Programa de Controle da Dengue de Pomerode, da Vigilância Epidemiológica, passar endereço e eles irão averiguar o caso.
A assessoria de imprensa afirmou que as pessoas podem ficar tranquilas, pois o município está monitorado. Até o momento, foram detectados apenas dois focos do Aedes Aegypti no município, ambos em armadilhas no Centro.
Dengue no Brasil – A dengue voltou a ser notícia e motivo de preocupação desde o início do ano. O Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa), divulgado no mês de março pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, indicou que 340 cidades brasileiras estavam em situação de risco para a ocorrência de epidemias e 877 estavam em alerta. Além disso, outros 627 locais apresentam índice satisfatório.
Em Santa Catarina, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde confirmou 1.308 casos de dengue em Santa Catarina. Deste total, 834 são autóctones (transmissão dentro do Estado), 83 importados (transmissão fora do Estado) e três casos indeterminados (não é possível determinar o local provável de infecção, sendo dois deles em Itajaí e um em Balneário Camboriú). Foi confirmado um caso de dengue em Pomerode, mas segundo a vigilância epidemiológica a pessoa não foi infectada no município.