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Pomerodenses pelo mundo: um retorno às origens da família

Luisa Lochner, que tem parte da família alemã, revela porque decidiu morar na Alemanha e como foi a adaptação à nova realidade

18 de novembro de 2023

O casal na Kiliani-Fest (festa típica que homenageia o padroeiro de Würzburg, chamado Kilian) - (Foto: Arquivo pessoal)

Foi em janeiro de 2014 que Luisa Lochner, de 27 anos, decidiu mudar os rumos da sua vida e arriscar-se em uma nova experiência: morar na Alemanha para fazer faculdade.

Formada em hotelaria e hoje atuando como gerente em um hotel, Luisa já vive há quase 10 anos na Alemanha. “Meu pai é alemão, o que facilitou muito a minha vinda pra cá, minha família por parte de pai mora aqui. Então, já tinha vindo várias vezes pra Alemanha para visitas aos familiares”, revela a pomerodense.

E para se sentir ainda mais em casa, a cidade escolhida por Luisa para construir a sua vida foi Würzburg, que é muito parecida com Pomerode, segundo a gerente de hotel, principalmente pela tranquilidade. Mesmo assim, segundo a pomerodense, há diversas diferenças significativas entre residir no país europeu ou no Brasil.

“Mas em questões políticas e econômicas a Alemanha ainda é mais atrativa do que morar no Brasil. O poder de compra aqui é muito maior. Mesmo ganhando um salário mínimo é possível ter conforto morando aqui. Para pessoas com cidadania alemã, que é o meu caso, o governo dá várias assistências, principalmente pra quem está estudando e não tem muito tempo pra trabalhar em paralelo”, comenta.

Luisa e o noivo, Robby, na Alte Main Brücke em Würzburg (uma ponte antiga, atração turística da cidade) – (Foto: Arquivo pessoal)

 

Luisa também conta que mais uma diferença é em relação às leis trabalhistas, que são mais rígidas do que no Brasil, e também são levadas mais a sério, no seu ponto de vista.

Principais desafios em terras germânicas

A gerente de hotel comenta que o primeiro e principal desafio, no início, foi lidar com a solidão, pois ainda não tinha muitos amigos e conhecia pouco a cidade onde foi morar.

“Mas com o tempo isso mudou. Tive que aprender que o alemão é mais fechado mesmo e que demora pra fazer amizade. Com o tempo fui me adaptando, mas nada se compara com a receptividade dos brasileiros. Isso é uma coisa sem igual do nosso país. O que eu mais sinto falta, com certeza, é da minha mãe Cássia e do meu pai Michael, e não posso esquecer, claro, da comida brasileira”, declara Luisa.

Mesmo assim, enfrentando a saudade e alguns outros desafios, morar na Alemanha proporcionou à Luisa diversos outros benefícios, como ela mesma afirma.

“A segurança com certeza é o ponto principal. Como mulher me sinto muito segura andando a noite ou saindo sozinha na rua. A qualidade de vida é muito alta nesse sentido. E, claro, o que eu mais amo aqui é a minha família: meu avô, minha irmã, que também se mudou pra cá, minhas tias e primos”.

Além disso, estar residindo na Europa torna possível a realização de outros sonhos, como conhecer cada cantinho do Velho Continente.

Foto: Arquivo pessoal

“A minha paixão é viajar e, como a Alemanha fica basicamente no meio da Europa, facilita muito. Em duas horas de carro já estou em outro país. Isso com certeza também é uma das coisas que eu mais amo”, enaltece Luisa.

 

Planos para o futuro: ir ou ficar?

Quando questionada sobre os desejos para o futuro, após quase 10 anos como moradora da Alemanha, Luisa não tem dúvidas sobre o que fazer.

“Vou me casar ano que vem, em junho, com um alemão. Não tenho/temos planos de voltar pro Brasil, a não ser de férias. Tem quase 10 anos que venho construindo a minha vida aqui, não tenho planos de voltar. A saudade bate, de vez em quando, mas volta e meia eu passo as minhas férias no Brasil pra acabar com ela”, garante.

E para quem sonha em seguir o mesmo caminho e tem o desejo de morar na Alemanha, Luisa dá algumas dicas:

“Pra mim a adaptação aqui foi fácil por ter familiares pra me ajudar. Mas o mais importante foi saber falar a língua alemã. Isso facilitou muito. Na minha infância eu aprendi a falar alemão em casa com o meu pai. Mas ler e escrever também é muito importante e eu tive uma base muito boa estudando no Colégio Doutor Blumenau em Pomerode, aonde eu tive a oportunidade de fazer todos os certificados de alemão”, finaliza.

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