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Orgulho em ter feito parte de uma história com sucesso

Ex-funcionário da Porcelana Schmidt fala sobre memórias na empresa, na série de reportagens sobre o tema

7 de dezembro de 2024

Foto: Isadora Brehmer / JP

Uma carreira de 18 anos como funcionário da Porcelana Schmidt, de Pomerode. Davi Junk começou a sua trajetória em uma das principais empresas da região na época no ano de 1974, mais especificamente no mês de dezembro.

Seu título de “funcionário da Porcelana” durou por 18 anos, quando saiu da empresa. “Eu comecei como auxiliar de eletricista, mas com o tempo fui aprendendo cada vez mais e, inclusive, houve um período no qual fiquei sozinho na parte da manutenção, pois havia setores que tinham seus próprios eletricistas e técnicos independentes. Com o passar dos anos fui aprendendo cada vez mais e houve um momento em que já ajudava na parte da mecânica e cheguei a fazer de tudo um pouco, pois era necessário em uma empresa deste porte”, conta.

No início de sua trajetória na Porcelana Schmidt não havia tantas tarefas a serem feitas no dia a dia. Mas depois de um tempo houve novas construções, sendo uma delas a finalização do refeitório. “Então começamos a fazer as instalações necessárias no refeitório e, na sequência novas construções e instalações estavam sendo feitas, aumentando bastante o serviço com isso. E cada vez era necessário que aprender mais coisas, porque sempre vinha algo novo”, relembra Junk.

Por trabalhar em uma área necessária para o funcionamento dos outros setores, o aposentado revela que andava por toda a empresa, do escritório à produção, sempre fazendo serviços em todas as sessões da Porcelana Schmidt. Com isso, ele pôde conhecer toda a estrutura da fábrica e boa parte dos demais funcionários que nela atuavam.

“Por isso pude fazer muitas amizades no período em que trabalhei na Porcelana. Hoje, em muitos lugares que eu vou, encontro alguns conhecidos, outras pessoas me reconhecem e lembram de mim, mesmo que eu não lembre de todos, às vezes, já que eram muitos funcionários que trabalhavam na Porcelana naquela época. Inclusive, eu tinha contato e fiz amizade com membros da diretoria e da gerência. Por isso, fico contente de ter feito boas amizades e me dado bem com todos que eu conhecia”, afirma.

Também durante o seu período como funcionário da Porcelana Schmidt, Davi relembra que houve a construção da Associação da Porcelana Schmidt, em Testo Rega, da qual ele tabém participou.

“Lembro do início da construção da Associação, quando começaram a montar o campo e eu precisei estar lá para fazer as instalações de canos de água. Durante a semana, depois do horário de expediente, íamos até a Associação, fazíamos a irrigação do campo, para que a grama crescesse bem. Puxávamos a água de um riacho próximo. Com um grupo de cinco, 10 ou às vezes 12 pessoas íamos até a Associação para realizar este serviço”, revela Junk.

Foto: Isadora Brehmer / JP

 

A Associação da empresa também foi palco de diversos bons momentos em família e com os amigos. O aposentado conta que participavam de praticamente todos os eventos, além de aproveitar o espaço com amigos, em algumas oportunidades.

“Antes de ser inaugurada a Associação, o nosso setor, a oficina e tudo, chegamos a fazer um tipo de encerramento. Também lembro que havia, na época, o campeonato interno de bocha, e que eram muitos setores e praticamente todos faziam um time, então a disputa era bem grande, na hora. Depois tudo se transformava em uma amizade geral, sempre foram bem divertidos estes momentos”, destaca.

A Porcelana Schmidt também se tornou presença na casa de Junk, já que, assim como outros vários funcionários da empresa, ele também era um consumidor de produtos da Porcelana Schmidt, quando possível.

“Nós sempre prestávamos atenção nos produtos e, quando havia uma promoção, nós comprávamos, peças como vasos, estátuas e jogos completos de porcelana. Havia muitas opções e quando havia uma chance, nós comprávamos a peça ou o jogo e deixávamos guardado. Inclusive meus filhos tem peças da Porcelana Schmidt em suas casas”, afirma.

Relembrando as memórias vividas na empresa e pensando na grandeza que ela já teve, para Junk, o sentimento é de um pouco de tristeza, por se perguntar o que houve para que ela não continuasse como uma potência industrial e empregadora.

Por outro lado, a história da Porcelana Schmidt e de como foi uma das grandes indústrias do ramo no país, traz também um sentimento de orgulho para o ex-funcionário, assim como sentia há anos atrás, quando atuava na empresa.

“Era um orgulho também poder falar ‘eu trabalho na Porcelana Schmidt’, porque tinha poucas indústrias, era Porcelana, na época a outra era a Indústria Weege, mas que tinha bem menos funcionários. Era um orgulho poder trabalhar numa empresa desse porte assim e até hoje mantenho este sentimento, por ter tido a oportunidade de contribuir com a história dela”, finaliza Junk.

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