O dom de conseguir harmonia entre o trabalho e a maternidade
Marciana Wehrmeister fala sobre a experiência de ser mãe, enquanto cuida da propriedade da família.

Marciana aproveita ao máximo tempo em que pode atuar na propriedade, na companhia da filha. (Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode)
A maioria das mulheres, quando se torna mãe, além de enfrentar os desafios de uma nova fase da vida, na qual uma vida depende dela, precisa conciliar o cuidado com o filho ou filha aos demais afazeres, sejam eles profissionais ou domésticos.
Marciana Wehrmeister se tornou mãe há pouco mais de um ano e, desde então, mudou completamente a sua rotina. Ela administra, junto do companheiro, Marcos Hoffmann, e do cunhado, Marcelo Hoffmann, uma propriedade de cultivo de morangos e de produção de leite e derivados. Eles possuem a produção desde o ano de 2016 e fazem queijo branco, colonial e kochkäse.
Quando soube que se tornaria mãe, a rotina de Marciana mudou completamente. Antes do nascimento de Manuella Augusta Hoffmann, ela tinha um emprego fora da propriedade, mas deixou o trabalho para se dedicar à filha e à propriedade.
“Estou em casa com ela desde que a Manuella nasceu, porque ainda amamento, mas antes eu trabalhava fora. Meu marido e meu cunhado ainda trabalham fora, com o Marcelo se dividindo entre o emprego fora e a propriedade”, conta.
Hoje, além do cuidado com a filha, Marciana ficou responsável pelo comando do empreendimento, parte que antes quem cuidava era seu marido. “Eu normalmente faço coisas como tirar o leite, processar, ser responsável pelo cuidado com os morangos, adubação, todo o processo, desde o início até o fim, quando o produto chega para os clientes. E neste contexto estão adubação, poda, cuidado com as pragas, com as formigas, colheita, separação dos morangos bons e ruins, e depois embalagem”, relata.

Foto: Arquivo pessoal
Além disso, Marciana ainda tira o leite, higieniza o local da ordenha e produz queijo colonial e kochkäse. Todo o trabalho rural na propriedade é conciliado com a atenção à filha, que completará um ano e seis meses nesta segunda-feira, 09.
“É claro que acaba sendo um pouco complicado, tudo o que eu fazia fora ficou para trás, até porque em alguns casos não posso levá-la junto, pois irá demorar até eu fazer ela entender o que pode e o que não pode. Em algumas situações, eu deixo a Manuella com a avó, pois há serviços que para ela podem ser perigosas. Tem sido um desafio conciliar, é uma experiência nova. Antes eu trabalhava foram sempre focada e sem medo do que pudesse acontecer. Hoje os pensamentos ficam com ela, imaginando se ela está bem, se aconteceu algo, se precisa de algo, mas está tudo tranquilo”, enaltece Marciana.
Mas em outras situações, Manuella é a companheira da mãe e já participa de algumas atividades relacionadas à propriedade da família.

Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode
“Quando eu faço o queijo, normalmente ela fica comigo, para acompanhar, pois isso será o futuro dela, já que planejamos investir no turismo rural. Na colheita dos morangos ela vai junto comigo, pois consigo ficar de olho nela. E a Manuella gosta de comer os morangos também, tenho sempre que cuidar, pois se eu deixar ela come os que estão verdes (risos)”, relata a mãe, orgulhosa.
E mesmo que o equilíbrio entre o cuidado com a propriedade e com Manuella seja um novo desafio, Marciana assume a tarefa com felicidade, pois afirma que nada se compara à sensação de ser mãe.
“É uma maravilha, sempre quis ser mãe e não me arrependo. Foi muito especial ter recebido a bênção de Deus por ser mãe e mesmo que seja um pouco difícil de se adaptar nos serviços da propriedade, eu amo muito, pois tenho o privilégio de ensinar pra minha filha tudo que fazemos para manter a propriedade em dia e de mostrar pra ela de que tudo é feito com amor. É difícil, algumas vezes, mas tudo é possível quando se tem o privilégio de ser mãe e poder ensinar as coisas que amamos fazer”, finaliza Marciana.