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O amor pela filha do coração, com uma família completa

Edemar Franz comenta sobre a relação de amor coma filha adotiva, Ana, e sobre como é a relação da família

11 de agosto de 2024

Ana com a mãe, o irmão e o pai, em sua festa de 15 anos. (Foto: Arquivo pessoal)

Amor genuíno que não vê distinção. Assim é possível definir um pouco da relação de Edemar Franz com a filha adotiva, Ana Julia Franz.

A menina foi adotada pelo casal Edemar e Gisele Pereira Sabin Franz com nove anos de idade e, segundo Edemar, sua chegada foi a peça que faltava para que a família estivesse completa.

“Nós tivemos nosso filho biológico Thiago Felipe Franz, mas sempre quisemos ter dois filhos. Porém, como minha esposa teve problemas com a pressão na gestação, optamos por adotar a nossa segunda filha”, conta o pai.

A decisão pela adoção foi tomada após muito diálogo e reflexão. A partir do momento em que tiveram certeza de que era o que desejavam, Edemar e Gisele procuraram o que deveria ser feito. Foram ao Fórum, para dar início aos trâmites legais e preparação. Depois de cerca de oito meses, estavam aptos a entrar na fila de espera pela adoção.

“Desde o início, quando optamos pela adoção, conversamos muito sobre o que realmente queríamos, para não tomar nenhuma decisão precipitada. E depois de estarmos na fila, foi muito rápido, porque colocamos em nosso perfil que adotaríamos uma criança que tivesse entre 0 e 10 anos de idade. Ficamos apenas três semanas esperando, até que veio a notícia que nós esperávamos”, relembra.

Ana era a criança e morava em Rio do Sul, em um abrigo, antes da adoção. Foram dois meses de idas e vindas do casal à cidade do Alto Vale, até que o processo de adoção fosse concluído e Ana pudesse ir para a casa com seus pais.

“Quando escolhemos o perfil, já sabíamos provavelmente que seria uma criança mais velha do que o Thiago, mas os dois são meus filhos, não há diferença alguma. Os primeiros dias até conhecer mais dela, ter mais contato, foram de ansiedade. E digo que foi como ser pai de novo, no momento do nascimento, até porque o Thiago já tinha nascido, então foi experimentar este amor mais uma vez”, ressalta Edemar.

A família do casal, desde o início, apoiou a ideia, embora sempre houvesse aquela fagulha de receio de que algo poderia não sair como planejado. Mas, segundo Edemar, nunca alguém se manifestou contra, assim como o casal sempre se manteve convicto da decisão de adotar uma criança.

“Minha avó era viva na época, e ficou muito ansiosa e feliz pela chegada dela. A família ficou completa. Ana é muito tranquila, nunca tivemos muitos problemas. Foi tudo muito legal, íamos nos enturmando e nos acostumando aos poucos e ela é nossa filha, ponto final”, declara.

Foto: Isadora Brehmer / JP

 

Ainda segundo o pai, a sensação sempre foi de felicidade, pois tudo ocorreu de uma forma natural, como uma relação de pai e filha deve ser. “Quando ela chegou à nossa casa, nos primeiros momentos, ela logo me chamou de pai, chamou minha esposa de mãe, e acredito que foi porque ela sempre quis uma família que estivesse ali com ela”, afirma.

Ana, por sua vez, garante que sua adaptação foi bem tranquila, sem complicação alguma. Sendo logo promovida a irmã mais velha, a jovem comenta que sua relação com o irmão sempre foi harmoniosa. “Foi algo diferente, uma sensação diferente, ter um irmão mais novo, mas eu e o Thiago nunca fomos muito de brigar um com o outro, como acontece com alguns irmãos, e tudo o que eu desejava estar ali”, enaltece.

Para Edemar, a relação com Ana sempre se desenvolveu de forma natural e ele afirma que, desde o princípio, houve o carinho genuíno de uma filha com seu pai e sua mãe. “Quando temos uma criança pequena, como foi com o Thiago, começamos do zero, com trocas de fralda, mais cuidados, e como ela veio mais velha, foi mais tranquilo neste sentido, embora tivesse o processo natural de adaptação dela conosco, até se sentir totalmente à vontade. Mas desde sempre, não houve distinção alguma no sentimento, são meus dois filhos”.

Ana enaltece a gratidão por fazer parte de uma família que a ama incondicionalmente e que lhe proporcionou muito aprendizado e, principalmente, carinho.

“Eu aprendi muito com eles, o meu ensinamento no abrigo foi diferente do que foi aqui. Houve bastante coisas novas, por ser uma cidade com cultura alemã, como o idioma. Eu pude aprender alemão com meus pais, por exemplo, além dos valores para ser uma pessoa correta. E o que eu sinto é o mais puro amor de uma filha para com seus pais”.

A jovem possui 17 anos e Edemar comenta sobre o orgulho em ver a filha caminhando para construir seu próprio futuro, já como Jovem Aprendiz, sem amizades que podem leva-la a caminhos errados.

Ana dançando com seu pai, na festa. (Foto: Arquivo pessoal)

 

E para os pais que cogitam adotar uma criança, Edemar garante que é maravilhoso trazer para a família uma criança com mais idade, dando uma oportunidade de uma vida melhor.

“Eu diria que é uma experiência muito boa, um sentimento muito gratificante e sei que há bastantes crianças com mais idade nos abrigos, e quem adota uma criança mais velha, será teu filho, você conseguirá cria-lo como se fosse seu biológico, dando uma boa educação. Porque é sofrido crescer sem um pai e sem uma mãe, então eu aconselho a quem tiver este pensamento, mas que precisa ser bem conversado também”, finaliza.

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