Nove tremores de terra foram sentidos em Pirabeiraba
Segundo a Defesa Civil de Joinville, a hipótese mais provável é a de que tenha ocorrido uma acomodação de solo.
Uma noite de tensão e muito medo que vai demorar para sair da cabeça das pessoas que moram às margens da SC-301, na serra Dona Francisca, no distrito de Pirabeiraba. Um barulho forte, semelhante a uma explosão, seguido de tremores de terra, ocorreu por volta das 21h de sábado. Desta hora até o meio-dia de ontem, moradores relataram que foram sentidos mais seis, mas com intensidade menor. Segundo a Defesa Civil de Joinville, a hipótese mais provável é a de que tenha ocorrido uma acomodação de solo, como as que ocorreram em dois bairros de Jaraguá do Sul em março de 2010. Os relatos mostram que o problema ocorreu no lado direito da SC-301, para quem sobre a serra, entre os kms 83 e 87, além da entrada do Quiriri.
Quem vivenciou o tremor e ouviu o estrondo correu para a rua e logo dezenas de hipóteses foram levantadas. Teve história de gente que passou mal e foi levada para o hospital, até de explosão de gasoduto ou detonação clandestina de rochas. Houve quem pensou em queda de avião e até de meteoro. “Equipes da Defesa Civil, bombeiros e PM passaram a madrugada e o domingo ouvindo a comunidade e vistoriando a região. Foi constatado que não houve nenhum tipo de explosão”, afirma o secretário de Proteção Civil e Segurança Pública, Alvir Antônio Schneider. O helicóptero Águia sobrevoou o local na manhã de ontem para ajudar a Defesa Civil a procurar a origem dos tremores.
Segundo ele, existe um cismógrafo em Jaraguá, que pode ajudar a explicar o que ocorreu. “Isto vai ajudar a verificar a intensidade do tremor, mas já sabemos que foi mais uma movimentação mais superficial, diferente de um terremoto, que ocorre nas placas tectônicas.” O órgão também vai pedir uma avaliação do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, da UFSC . “A princípio, não há risco para os moradores e até pode se repetir, se levarmos em consideração que em Jaraguá os tremores foram sentidos por quatro dias”, afirma. Se houver novas ocorrências, a orientação é ligar para o 191.
Márcio Bruhn, que tem um comércio no km 86, chorou, ontem, ao recordar o que tinha vivido na noite anterior. Emocionado, contou que passou muitas possibilidades de desgraça pela cabeça depois do primeiro barulho. “Foi assustador. Tive medo de morrer. Lembrei da última vez que a encosta caiu, e as pedras rolaram do morro”, revela. Segundo ele, teve vizinho que foi para a casa de amigos ou parentes para passar a noite em segurança. Ele e outros moradores também pensaram que poderia ter tido batida entre caminhões, mas não houve nenhum acidente naquele horário na região.
Quatro telhas quebradas, parede rachada, quadros e luminárias no chão e pias deslocadas. Depois do estrondo e tremor de sábado à noite, este foi o prejuízo contabilizado pela dona de casa Lenice Bruhn. “Pensamos que algum caminhão explodiu, ou que houve detonação de rochas. O chão tremeu”, recorda. O marido, o empresário José Ailton Machado, também se assustou e seguia sem explicações na tarde de ontem. Ele conta que já foi militar e já trabalhou com explosivos e o que sua família viveu nunca tinha visto antes. “Não sei como as coisas caíram aqui em casa. O impacto foi muito grande e só atingiu um lado da casa, que fica mais perto da mata”, conta.
Fonte: www.ndonline.com.br