No contato com a terra, momentos de paz
Roseli Radünz teve seu jardim premiado no Concurso de Jardins de Pomerode e fala como o cuidado com ele representa uma terapia em seu dia a dia
Foto: Isadora Brehmer / JP
O Concurso de Jardins de Pomerode é uma forma de valorizar o esforço dos moradores em manter suas propriedades com belos jardins e, desta forma, embelezar ainda mais o município. Com ele, diversos jardins são premiados, recompensando os moradores por sua dedicação.
Neste ano, um dos jardins premiados foi o de Roseli Radünz, moradora do Centro. Dona Rose, como é conhecida, revela que sempre gostou de cuidar do jardim e lidar com plantas.
“Na minha infância e juventude, nós sempre cuidávamos do jardim. Depois que viemos morar onde estamos atualmente, no terreno ao lado, eu plantava morango, batata-doce e adorava cuidar destas plantas. Mas como depois não pude mais, fiquei apenas com o meu jardim. Para mim, com as flores ou qualquer planta que seja, poder podar, adubar, não há alegria maior. Eu sempre digo, as plantas não reclamam comigo, elas não xingam, elas me dão uma flor bonita para me alegrar”, comenta.
No dia a dia, na parte da manhã, Roseli se dedica a cuidar da casa, algumas vezes na pousada da família. Para a empresa de usinagem, administrada pelo filho e por um sócio, Roseli vai na parte da tarde, ajudando em questões administrativas e também no jardim, é claro. Além disso, há dias em que ela vai à casa da filha, em Blumenau, para auxiliar no cuidado com o jardim dela.
Tudo isso pela paixão que Roseli nutre pela jardinagem, pelo cuidado com plantas e planejamento de onde irá cada espécie, em seu jardim ou em outros.
“Eu adoro ir a lojas de decorações, ver as novidades, o que tem de diferente. Adoro ir para floriculturas, ver plantas e é difícil eu sair de lá sem comprar uma. Eu sempre gostei, porque para mim é assim: se eu estou um pouco chateada, nervosa, ou há alguma coisa me incomodando, ficar dentro de casa é terrível para mim, pois eu fico muito brava. Então vou para fora, nem que seja para tirar apenas um ‘matinho’, do meio do grama, mas eu preciso botar a mão na terra, botar luva pra mim não serve. Eu preciso sujar bastante as mãos na terra, assim, ter um contato com ela. Isso é uma terapia, isso é um anti-stress que não tenho como descrever”, afirma.
Segundo Roseli, sua flor preferida é a rosa, embora a aposentada admita que não tem muita sorte com o cultivo das rosas, pelo fato de serem extremamente sensíveis. “Tenho apenas algumas na parte dos fundos do meu jardim. Mas eu gosto de qualquer flor, de todas”, garante.
Roseli conta, também, que este foi o segundo ano consecutivo em que participaram do Concurso de Jardins de Pomerode. “No ano passado, o senhor Mário Frahm, que mora na parte da frente da nossa casa, disse que deveríamos nos inscrever, pois nosso jardim é bonito. No início eu não quis, pois é um espaço meu e eu achava que não precisava divulgar. Mas ele insistiu, falando sobre as várias pessoas que passam em frente e tiram fotos. Mesmo assim, eu ainda não queria me inscrever, só que meu marido Waldemar, acabou nos inscrevendo e ganhamos o primeiro lugar da região”, relembra.
Inscritos novamente neste ano, o casal conquistou novamente o primeiro lugar da região dos bairros Centro, Ribeirão Areia e Ribeirão Clara. E, o neto ajudou a colocar a placa indicativa de jardim participante do concurso, o prêmio foi dividido com ele.
Entre as diversas plantas e flores que Roseli cultiva em seu jardim, estão Dipladenia, a Primavera, as suculentas, o Manacá, Fênix, Ixôra, Begônia, Antúrios, Gerânios e Orquídeas, e diversas outras.
Inclusive, segundo a aposentada, são as Orquídeas as plantas que mais são desafiadoras, assim como as Violetas, por serem muito sensíveis.
Roseli conta que alguns de seus momentos de paz são desfrutando de seu jardim, seja pela manhã, tomando um café ou comendo alguma fruta, ou à noite, após um dia de trabalho, observando as estrelas ou a lua, em seu balanço.
“É tudo tão lindo! O jardim, para mim, significa a natureza que Deus nos deu. Mesmo se ele for pequeno, podemos fazer coisas bonitas, e, para mim, as cores, os cheiros, as flores, o verde, os pássaros, são as coisas mais lindas. É gratificante poder ter um espaço como este, na minha vida. E a terra é uma terapia. Mexendo nela, sem luvas, cria uma conexão com a terra, que nos acalma e nos faz ficar mais tranquilos”, finaliza.