Especiais

Minutos que fizeram a diferença para salvar uma vida

Após um ano, pomerodenses relembram parada cardíaca revertida e detalhes que foram fundamentais para salvar uma vida

25 de setembro de 2023

Horst Schroeder teve a vida salva, graças à ajuda rápida e fundamental que recebeu, ao sofrer uma parada cardiorrespiratória. (Foto: Raphael Carrasco / JP)

Era um dia normal no cotidiano de Horst Schroeder e Alexandra Hanzen, comerciantes locais de Pomerode. Porém, em minutos, o dia de ambos foi transformado por conta de uma parada cardiorrespiratória.

Horst estava em mais um dia comum em seu mercado, localizado na Rua XV de Novembro, no Centro de Pomerode. Ele conversava com familiares após a instalação de uma estrutura para os embutidos, no local, como em um dia qualquer.

De repente, Horst acabou sofrendo uma parada cardíaca, assustando a família e também vizinhos da loja. Eis que entra em cena Alexandra, que trabalha tem um estabelecimento comercial de produtos de limpeza, bem ao lado do mercado em que o pomerodense entrou em PCR.

De prontidão, Alexandra pediu para que ligassem para os bombeiros imediatamente. Com o auxílio de uma médica, que trabalha próximo de uma empresa que realiza laudos médicos para empresas, decidiu, então, iniciar os procedimentos de reanimação cardíaca, colocando em prática os ensinamentos que teve durante os cursos de bombeiros mirins e aspirante.

Quando os bombeiros e o SAMU chegaram ao local, uma verdadeira equipe de resgate foi formada para lutar pela vida de Horst. Em conjunto com a equipe do helicóptero Arcanjo-03, todos uniram forças e conhecimentos para realizar diversas etapas de reanimação, buscando reverter a parada cardíaca que ameaçava a vida do pomerodense.

 

Equipe do Arcanjo-03 auxiliou na ocorrência, no Centro de Pomerode. (Foto: Arquivo JP)

 

Os minutos pareciam se arrastar e a tensão no ar era palpável, mas todos permaneceram firmes em sua missão. Com dedicação e incansável esforço, finalmente, a parada cardíaca foi revertida. Com cuidado e urgência, Horst foi imediatamente conduzido ao hospital para receber os cuidados médicos necessários.

Depois de alguns dias, Horst acordou no hospital e não se lembrava de nada do ocorrido. Em conversa com os enfermeiros e médicos, ele foi informado que havia sofrido uma parada cardiorrespiratória.

“Eu lembro que, quando acordei, comecei a observar as coisas ao redor. Vi aqueles aparelhos ligados e percebi que estava dentro de um hospital. Aí, a enfermeira perguntou meu nome, se eu lembrava da minha idade, se sabia o nome dos meus pais. E eu respondi tudo e logo a médica disse que não tinha sofrido nenhuma sequela. Foi um choque muito grande, pois, até hoje, não sabemos o que pôde ter causado essa PCR”, conta.

Hoje, o pomerodense conta que faz acompanhamento de rotina para monitorar o seu coração, apesar de não ter sofrido sequelas que comprometessem a sua vida. Com um Cardioversor Desfibrilador Implantável, que é um dispositivo eletrônico implantado cirurgicamente no peito do paciente, próximo ao coração, por meio de uma intervenção minimamente invasiva, Schroeder toma todos os cuidados necessários para poder seguir sua rotina com tranquilidade.

Schroeder conta que acredita e tem fé de que tudo que aconteceu foi um milagre. Inclusive, isto, foi dito pelos próprios médicos, após ele acordar.

“Os médicos disseram que foi um milagre. Passar tudo o que passei, ter ‘ido e voltado’ várias vezes durante a reanimação e não ter tido sequelas graves, é quase um caso raro de se acontecer. Neste tempo também percebi que tenho muitos amigos e também fiz outros que torceram pela minha recuperação. E, tenho fé em Deus e com certeza só tenho a agradecer a ele. Hoje, posso dizer que faço aniversário duas vezes ao ano”, finaliza.

Já Alexandra, que estava no lugar certo e na hora certa, conta que estava naquele dia, na loja, por um acaso. Ela relata que ela e sua cunhada tinham combinado de ir até Blumenau. Porém, a ida até a cidade vizinha foi cancelada por conta de um imprevisto.

“Eu sempre acredito que Deus sempre nos coloca um propósito. E, naquele dia, como íamos até Blumenau, acordei mais cedo e por causa do cancelamento dessa ida até lá, fui pra loja antes. E, eu me emociono até hoje quando falo desta situação, já que foi um momento muito delicado. Ver o estado que o Horst estava, conhecendo ele, vendo ele todos os dias, já que somos vizinhos de comércio, foi algo muito tenso. Porém, uma série de circunstâncias aconteceram naquele dia e fizeram com que ele pudesse ter uma segunda chance de viver. E, com certeza a gente fica com o sentimento de dever cumprido, em poder ajudar”, conta.

Alexandra trabalha ao lado do comércio de Horst e foi fundamental na reanimação da PCR. (Foto: Raphael Carrasco / JP)

 

Alexandra também ressalta que o conhecimento de primeiro socorros e um pré-atendimento, antes da chegada dos serviços de socorro, podem fazer a diferença em um caso como este.

“Eu fiz os cursos de bombeiros mirins e aspirantes, aqui em Pomerode. E, por isso, tinha um conhecimento de primeiros socorros e de como proceder em uma situação como esta. Eu acredito que as pessoas precisam também saber um pouco sobre primeiros socorros, procurar saber um pouco como funciona, já que você pode estar salvando uma vida, ao realizar um procedimento inicial. E, todo esse ‘trabalho’ feito antes dos bombeiros, Samu e Arcanjo chegarem foi fundamental para que se tivesse, ao menos, 10% de chance para salvá-lo”, relata.

Por fim, ambos agora, seguem suas rotinas em seus devidos comércios. Uma história de amizade, heroísmo e fé, que, com certeza, ficarão na memória dos dois, para sempre.

Notícias relacionadas