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Mantendo tradições de Páscoa, de geração em geração

Família de Pomerode fala sobre a tradição de pintar casquinhas de ovos para a montagem da Osterbaum, na preparação para a Páscoa

13 de abril de 2025

Foto: Raphael Carrasco / JP

Reunir a família em torno de uma tradição transmitida através de gerações, na época da Páscoa. É isso que faz a família Hornburg/Bolduan, quando a data comemorativa se aproxima, ao pintarem as casquinhas de ovos e montarem a Osterbaum em casa.

Uma das tradições da família é se reunir na casa localizada na Rota do Enxaimel, em Testo Alto, com as crianças, Breno Hornburg Bolduan, Alina Hornburg Bolduan e Ayra Rahn, os adultos Francielle Hornburg Bolduan, Guilherme Bolduan, Jairo Rahn, Osvaldo Hornburg e Raulina Hornburg, para pintar as casquinhas e preparar a Osterbaum.

Segundo Francielle, o início da preparação para a Páscoa traz, também, um momento de reflexão acerca do significado da data. “É um momento muito bacana, algo que já passamos há muitas gerações e agora com um significado todo especial. Antes, fazíamos a Osterbaum para deixar o jardim bonito, por ter o significado da Páscoa, a respeito da morte e da ressurreição de Cristo. Agora, conseguir repassar isso para as crianças, de uma maneira lúdica, é realmente muito bacana”, afirmou.

Raulina revela que a tradição de pintar as casquinhas e fazer a Osterbaum é mantida na família há cerca de 70 a 80 anos, sendo transmitida através das gerações. Francielle comenta que a preparação já começa bastante tempo antes da Páscoa, começando com a tarefa de armazenar as casquinhas de ovos, desde o Natal.

Alguns dos ovos utilizados neste ano pela família vem da propriedade da sogra de Francielle, que guarda as casquinhas para a própria Osterbaum e também para a família. “Optamos sempre por fazer com ovos produzidos nas nossas casas e, geralmente, quando chega, a época da quaresma, nós montamos a Osterbaum”, afirma Francielle.

Foto: Raphael Carrasco / JP

 

Para a montagem da árvore de Páscoa, a família pinta as casquinhas junto das crianças, além de realizar outras tradições no momento da Páscoa, como esconder os ovos de chocolate e fazer as pegadas do coelho, para que as crianças procurem.

“Nós também temos uma ligação muito forte com a igreja, especialmente nesta época. Meu relacionamento com meu marido começou após um convite meu para uma vigília de Páscoa, algo que é muito tradicional da nossa comunidade luterana. Ele estava em Rio dos Cedros e eu convidei para vir conhecer esta tradição, de estar na madrugada anunciando que Cristo renasceu”, relembra Francielle.

Hoje, com os filhos Breno e Alina, além da sobrinha Ayra, a tradição de pintar as casquinhas está voltando, a fim de promover momentos em família e de socialização. “Quando falamos que pintaríamos as casquinhas, o Breno ficou muito animado e ansioso a semana inteira, pois adora”, declara Francielle.

Foto: Raphael Carrasco / JP

 

Em 2024, na celebração da Páscoa, a família promoveu a tradição da busca pelos ovos, trazidos pelo coelho, na data. Foram feitas pegadas de dentro do carro para a varanda, para que as crianças buscassem os ovos e mantivessem viva a crença e o encantamento pela Páscoa.

Raulina complementa, falando que antigamente era um pouco diferente, que faziam um ninho, bem caprichado para deixar os ovos e a própria coloração dos ovos era diferente, sem tintas artificiais.

Para a família, manter estas tradições familiares da celebração da Páscoa em nossa cidade é imprescindível, já que ela possui um valor imensurável.

“A cultura diante de nós sendo vivida, por isso, somos muitos gratos por ter os nossos pais também ainda aqui. Ter o Opa e a Oma junto, podendo ensinar, repassar essas coisas às crianças é muito especial. Eu não tive muito contato com os meus avós, então não tive esse momento. Meus avós, eles faleceram jovens, e eu acho muito bacana meus filhos terem a chance de ter este contato, ouvirem estas histórias”, declara Francielle.

Por fim, a família comenta a gratidão por cada momento vivido em conjunto, especialmente em uma época tão especial como a Páscoa.

“É muito gratificante vivermos momentos assim, nos divertindo, estar pintando a cara do outro, ao mesmo tempo em que fazemos este resgate. Eu acho que podemos definir em alegria, satisfação e realização. Agradecemos a Deus pela família que nós temos e poder estarmos passando isso para eles”, finalizam.

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