JP Explica: o que fazer ou não, ao se deparar com um acidente em que há pessoas feridas

Quando nos deparamos com um acidente, tendo pessoas feridas ou não, um dos primeiros instintos é tentar ajudar, de alguma forma. Inclusive, uma das atitudes mais comuns é oferecer um copo d’água, para ajudar a “acalmar os nervos”.

No entanto, em casos em que há pessoas feridas, algumas atitudes tomadas com o intuito de ajudar podem acabar se tornando prejudiciais às pessoas feridas.

O Médico Coordenador Estadual da Central de Regulação de Urgências no Vale do Itajaí, André Roeder de Lima, explica que cada caso terá uma abordagem diferente e individual, mas que, no geral, a primeira coisa a ser feita é ligar para um serviço de urgência, como o Samu (192), que tem médicos 24 horas, prontos para orientar e dizer as melhores medidas a serem tomadas antes de uma ambulância chegar.

“Por exemplo, dar água com a intenção de acalmar os nervos pode, sim, provocar o agravamento do quadro, em algumas situações. Pacientes vítimas de acidentes, podem ter dificuldade na deglutição ou ter necessidade de cirurgias de urgência. A água pode causar um engasgo ou uma broncoaspiração, que é quando a água vai para os pulmões. Além disso, caso a pessoa precise de uma cirurgia, a ingestão de água atrapalhará muito a equipe do hospital e aumentará os riscos do procedimento”, explica o médico.

Caso a pessoa queira ajudar e já tenha acionado o serviço de emergência, pode fazê-lo tentando criar uma “cena segura”, para evitar que novos acidentes aconteçam e que mais pessoas saiam feridas.

“Uma regra básica para todos que trabalham em ambulâncias e no atendimento pré-hospitalar, é entender o conceito de ‘cena segura’. Enquanto a cena não estiver segura, todas as pessoas que querem ajudar, podem acabar se ferimento e causar outros acidentes. O erro mais comum é quando alguém despreparado tenta ajudar, sem tomar as medidas de segurança de cena, e acaba se envolvendo no acidente e até saindo gravemente ferido. Entre as medidas iniciais que podem ser adotadas, estão sinalização da cena, com cones ou galhos de árvores, observação se tem gasolina ou odor similar, indícios de incêndio, sinais de energia elétrica como fios caídos próximos ou avarias em postes”, destaca o médico.

Por fim, André enaltece a importância de esperar o socorro capacitado, que oferecerá o atendimento mais acertado às vítimas.

“Lembro novamente que, em Santa Catarina, temos contato 24 horas com médicos, que estão 100% à disposição do cidadão. Todos os contatos via 192, após o atendente pegar os dados do endereço, são transferidos imediatamente ao médico que, além de enviar uma ambulância, está preparado para orientar o que pode ser feito”, finaliza.