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Iniciação científica, com participação nacional e internacional

Feira Brasileira de Iniciação Científica é realizada pela primeira vez em Pomerode e reúne estudantes e professores do Brasil e do México

13 de novembro de 2022

Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode

Entre os dias 07 e 11 de novembro, Pomerode recebeu a etapa nacional da Feira Brasileira de Iniciação Científica (FEBIC), com estudantes de todo o país e do exterior para apresentar seus trabalhos. A Feira foi realizada no Parque Municipal de Eventos.

Na FEBIC foram apresentados 152 projetos, do Brasil inteiro e do México, sendo 15 trabalhos pomerodenses. Os projetos são desde a educação infantil até o ensino médio, com sete categorias, incluindo ensino técnico e de jovens e adultos.

Ainda, paralela ao evento nacional, foi realizada a Mostra de Trabalhos Pedagógicos de Pomerode, com 76 trabalhos participantes.

Os estudantes Alice Vanderlei Filgueiras, Maria Luisa Silva Sales e Heitor Martins Carvalho, orientados pelo professor Franco Junior Marval Javier, vieram de Boa Vista, em Roraima, para apresentar o trabalho “Conservante natural de carnes à base de líquido extraído da planta Manihot Esculenta”, popularmente conhecida como Aipim ou Mandioca.

Integrantes da turma do 4º ano do Ensino Fundamental, da Escola Anjo da Guarda, com nove anos, os três alunos estudaram o uso do Tucupi Negro, uma substância presente no Aipim, como conservante natural de carnes.

Alice, Maria Luisa e Heitor, estudantes de Roraima, participando da FEBIC. (Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode)

“Esta substância, cozida por dez horas, é muito comum como condimento alimentar dos povos indígenas de Roraima, e está presente no molho de pimenta de alguns povos indígenas, que conserva alguns alimentos. Então pensamos que poderia conservar a carne. Fizemos o experimento por três semanas, com carne de frango, de peixe e bovina, que são as mais consumidas em nosso estado. O objetivo era comprovar a conservação e chegamos a este objetivo”, explicam os alunos.

O próximo passo, que será feito em um novo projeto, é analisar a possibilidade do consumo da carne após este método de conservação. Os alunos enalteceram, ainda, a experiência de viajar para tão longe e conhecer uma cultura diferente.

“Estamos gostando muito de Pomerode. É uma experiência muito legal conhecer um lugar tão diferente”, afirmam Alice, Maria Luisa e Heitor.

Um dos projetos pomerodenses a participar da FEBIC foi a iniciativa “Gegen-mücken: repelente natural”, de autoria das estudantes Beatriz Baptista Praxedes, Gabrielli Nitsche Hang, Pérola Soares Arlego Reis, orientadas pela professora Daiane Luchetta Ronchi, da Escola de Educação Básica Municipal Duque de Caxias.

Beatriz, Gabrielli e Pérola, da EEBM Duque de Caxias. (Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode)

 

Traduzindo para o português, o nome do projeto significa “contra-mosquito” e surgiu a partir do incômodo com estes animais durante a realização de diversos projetos, na escola.

“Nós começamos a nos perguntar se havia uma forma natural de repelir estes mosquitos e, em nossas pesquisas, encontramos a citronela. A partir dela, fizemos quatro soluções, com diferentes combinações e todas funcionaram. No fim, optamos por reproduzir a quarta, pelo cheiro melhor, feita com citronela e cravo da índia”, afirmam as estudantes.

O grupo também criou uma logomarca para o repelente natural e o comercializa em pequenos frascos, na escola e na comunidade.

 

Enriquecimento para a educação pomerodense

O Secretário de Educação e Formação Empreendedora de Pomerode, Jorge Buerger, destacou a troca de experiências dos alunos pomerodenses, com estudantes de outros estados, inclusive para quem está participando da Mostra Pomerodense de Projetos.

“É uma oportunidade pois, em uma feira como esta, com representantes do Brasil e do México, os nossos alunos tem oportunidade de se motivarem para continuarem estudando, a fazerem ciência, a se sentirem protagonistas na educação. É isto que entendemos por educação, o professor e o aluno juntos no processo de aprendizagem”, destaca.

Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode

 

Difundir a iniciação na ciência

O coordenador da FEBIC, Jean Mary Facchini, falou sobre o início da Feira e a escolha por Pomerode como sede do evento. “A FEBIC começou em Jaraguá do Sul, há sete anos, mas percebemos, enquanto Instituto Brasileiro de Iniciação Científica, a necessidade de divulgação da produção científica e, se ficássemos apenas em Jaraguá, diminuiríamos o alcance deste objetivo. Então planejamos mudar de sede a cada três anos, ficamos em Pomerode até 2024, plantamos a semente da iniciação científica e seguimos para outra cidade fazer o mesmo trabalho”, disse.

O coordenador enalteceu, também, que o objetivo da FEBIC é um espaço para estudantes apresentarem ideias criativas e inovadores na forma de projetos científicos, onde possam experimentar o fazer ciências.

Além de ser um ambiente de integração e troca de experiências entre estudantes e professores, a feira também se dispõe a ser uma ferramenta de promoção da cultura científica, da experimentação, da disseminação, a inovação e o uso de novas tecnologias.

“A ciência é algo que não pode ficar restrita a uma região, e um dos objetivos da feira é divulgá-la. A iniciação científica tem que ser desde a pré-escola, desde cedo devemos plantar esta semente, trazer este conhecimento para mais perto, motivar os professores e mostrar à comunidade que é atravé do conhcimento, da pesquisa e da ciência, que se muda a sociedade”, destacou.

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