Tecnologia

Governo Federal elabora guia sobre o uso de telas por crianças e adolescentes

A ideia é que o guia seja abrangente, de acordo com a diversidade de famílias brasileiras, e trabalhe não apenas com o tempo de uso, mas também na diferença dos tipos de uso

15 de fevereiro de 2024

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Para tentar conter os danos causados pelas telas, sobretudo no que diz respeito ao uso por crianças e adolescentes, o Governo Federal está elaborando um guia oficial para o uso consciente de dispositivos eletrônicos. Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o Secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, João Brant, detalhou a iniciativa.

De acordo com o secretário, entre os anos de 2019 e 2022, houve um crescimento de 64% nas taxas de lesões autoprovocadas intencionalmente por crianças e adolescentes, situações como tentativas de suicídio, por exemplo. O dado está relacionado ao uso de telas por este grupo.

“É evidente que quando a gente pensa no uso de telas nós estamos falando de uma série de impactos, na saúde mental, na saúde física, de crianças e adolescentes, nós vemos isso acontecer conosco, adultos viciados às vezes na tela, nos celulares, e nós vamos ter um conjunto de orientações para as famílias, para os educadores, para os profissionais de saúde”, destacou o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, João Brant, ao programa A Voz do Brasil desta quarta-feira (14/02).

A iniciativa, que deve ser lançada até o final deste ano, tem como ponto de partida o diagnóstico de que pais, mães, familiares, responsáveis e educadores desejam orientações robustas, baseadas em evidências, que os ajudem a lidar com a nova realidade do uso intensivo de telas e dispositivos eletrônicos pelas crianças e adolescentes.

A ideia é que o guia seja abrangente, de acordo com a diversidade de famílias brasileiras, e trabalhe não apenas com o tempo de uso, mas também na diferença dos tipos de uso. “Essas orientações precisam ser equilibradas, ou seja, elas não podem ser uma regra que venha de cima pra baixo, elas precisam pensar nas diferentes realidades do País, elas precisam dar conta de oferecer informações e caminhos para as famílias, para os educadores, profissionais de saúde poderem atuar”, pontuou João Brant.

O projeto é um esforço conjunto entre a Secretaria de Comunicação Social (Secom) e o Ministério da Saúde (MS), Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Ministério da Educação (MEC), Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Sua formulação teve início em 2023, com uma consulta pública e a sociedade participou por meio da plataforma Participa + Brasil. De acordo com João Brant, cerca de 600 contribuições foram apresentadas.

“O grupo [de trabalho] está sendo formado com participação da sociedade civil, especialistas em pediatria, em psicologia, educação, diferentes áreas que vão compor, absorver e discutir as 600 contribuições que foram apresentadas na consulta pública que a gente fez para poder, até o final do ano, chegar com um conjunto de informações precisas e tentando responder a esse desafio de como a gente orienta as famílias, os educadores, os profissionais de saúde para lidar com esse problema do uso de telas”, explicou o secretário.

Fonte: Agência Gov

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