Entre formas, massa e farinha, um gostinho de infância
Pomerodense fala sobre a paixão pela confeitaria, especialmente com o preparo de bolachas, que também traz de volta o gostinho da infância
Foto: Yohann Matheus Beier
A produção de bolachas, de Natal e também as famosas amanteigadas e as ferraduras é uma atividade que voltou a fazer parte da pomerodense Stefani Luana Siewerdt nos últimos meses. Mas a relação com a gastronomia e a produção de doces já fazia parte de sua história, desde a infância.
“Minha avó paterna trabalhava, não com a confeitaria, com comida em geral. Ela trabalhava também fazendo cafés em salões, clubes de caça e tiro, fazia bolos, fazia bolachas, e essa era uma fonte de renda dela. Então, sempre que íamos na casa dela, ela servia um bolinho, algumas bolachas, era algo que fazia parte do nosso dia a dia principalmente na infância, quando a gente ia várias vezes ali na casa dela tomar um cafézinho da tarde”, relembra Stefani.
Por mais que a pomerodense não fizesse parte do processo produtivo das bolachas, as boas lembranças do uso do forno a lenha e de a avó sempre ter consigo, em sua casa, um pote com bolachas de Natal fresquinhas para servir aos netos. “Eu adorava e sempre comia várias”, comenta Stefani, rindo.
A infância regada a bolachas de Natal fez com que surgisse a inspiração para se aventurar no preparo de suas próprias bolachas, com uma receita também muito especial.
“Hoje, a receita que eu faço é da família do meu noivo, Yohann, da avó dele, que fui adaptando do meu jeito. Aprimorei as técnicas, inclusive com um curso de panificação e confeitaria que eu finalizei recentemente. Como base usei a receita da avó do Yohann, mas fui adaptando, mexendo em alguns ingredientes, incluindo algo, reduzindo outras coisas, até ficar do meu gosto”, conta.
Além do valor sentimental que o preparo das bolachas proporciona, trazendo aquele gostinho de infância, Stefani também decidiu transformar o que seria apenas um hobby em mais uma fonte de renda, com a venda das bolachas, inclusive as de Natal, neste ano.
“O que me fez começar a produzir as bolachas para venda é o meu amor pela confeitaria, pela culinária no geral. Quem me conhece sabe que eu comecei fazendo aqueles bolos de pacote, prontinhos, que só precisa adicionar ovo, margarina e leite e colocar no forno. Eu sempre fui muito encantada com isso, lembro que, no inverno minha mãe fazia algumas vezes bolinhos de chuva, e eu sempre acompanhava, sempre adorei acompanhar a produção de alimentos no geral e, hoje em dia, poder proporcionar boa comida às pessoas, poder expressar o meu amor, o meu afeto por elas com a comida, eu acho muito, muito bonito”, destaca.
Além de ter a oportunidade de expressar todos estes sentimentos por meio da confeitaria e da panificação, principalmente, há o incremento na renda, com a venda de bolachas, outros doces e salgados.
“Conto muito com a ajuda da minha família, não tanto no aspecto dos doces e salgados no geral, mas na produção das bolachas sim, porque quem produz sabe a dificuldade que é de produzir bolachas sozinho. São muitas etapas para cuidar, então fazer sozinho de fato é uma dificuldade, porque é preciso passar a massa, cortar, cuidar do forno, guardar, são muitas etapas e fazer sozinho é quase impossível. Por isso, conto com a ajuda de todo mundo”.
Às vésperas do Natal, estas bolachas especiais e tão tradicionais na infância de muitos pomerodenses também estão na lista de produção para Stefani, proporcionando não só um momento de alegria ao fazer o que gosta, mas também traz de volta os bons sentimentos e o gostinho dos Natais da infância.
“Fazer as bolachas de Natal traz um sentimento de nostalgia, aquele gosto de infância, lembra de quando eu ia na casa da minha avó comer as bolachas”, declara.
Hoje, Stefani ressalta a gratidão por poder levar bons sentimentos por meio das suas produções culinárias, agradecendo pelos ‘feedbacks’ positivos recebidos ao longo do caminho.
“Para mim, traz um sentimento de gratidão, saber que estou conseguindo levar o que eu quero. A cada dia tento melhorar mais, procurando técnicas, procurando receitas novas, testando coisas novas, então é poder transmitir isso para as pessoas, é o que mais me deixa grata e eu espero sempre que eu consiga melhorar cada dia mais”, finaliza.