Em busca de um doador
Pomerodense Simond Hoffmann, que foi diagnosticado com Leucemia no fim do ano passado, busca doador de medula
óssea compatível
A doação de medula, além de um ato de amor ao próximo, é uma maneira de salvar vidas. O transplante de medula óssea é, em vários casos, a única chance de sobrevivência de alguém com determinada patologia. Quem geralmente utiliza deste recurso são portadores de Leucemia, uma doença que, a cada ano, faz mais vítimas.
No ano passado, o Jornal de Pomerode contou a história do menino Emanuel Penteado, que descobriu a doença aos quatro anos, e aos nove, teve de ser submetido a um transplante de medula, pois as quimioterapias para tentar conter a doença estavam debilitando o seu corpo. Entretanto, conseguir um doador de medula não é tão fácil. As chances de compatibilidade é de uma em cem mil. No fim do ano passado, a feliz notícia para o garotinho. O doador foi encontrado, e depois de quase quatro meses em Curitiba, Emanuel voltou para Pomerode com um final feliz.
Agora, quem enfrenta essa luta é o pomerodense Simond Hoffmann. Diagnosticado com Leucemia no fim do ano passado, ele enfrenta uma batalha diária contra a doença. Foi internado com urgência em Blumenau. Passou três meses e meio no hospital, recebendo tratamento intensivo contra a doença para que esta entrasse em remissão. Em março, Simond pode finalmente voltar para casa. Entretanto, ele precisa voltar constantemente ao hospital para continuar o tratamento, a fim de que a doença não volte.
A recomendação médica é que Simond realize o transplante de medula óssea, entretanto, ele esbarra na mesma dificuldade que Emanuel, e de vários outros portadores da doença, encontrar um doador de medula compatível. De acordo com o filho, Adilson Hoffman, muitas pessoas ainda não conhecem a doação de medula, ou têm medo do transplante. “Tem pessoas que acham que o procedimento é demorado, perigoso, mas na verdade, é um processo muito simples. Já existe bastante incentivo para a doação de medula óssea, mas ainda é preciso mais. É necessário fornecer mais informação às pessoas, para que elas compreendam sobre a doação. Muitas pessoas não se tornam doadoras por medo ou receio”.
Simond possui quatro irmãos, mas nenhum deles é 100% compatível. “Um dos irmãos de meu pai tem a compatibilidade de 70%, mas mesmo assim, o médico acha arriscado. O ideal, segundo ele, é que o doador tenha a compatibilidade mínima de 90%. Por isso, nós estamos recorrendo ao Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), entrando na fila por um doador compatível”, conta Adilson.
Para tentar disseminar informação sobre a doação de medula óssea e o processo de transplante, a família criou uma página na rede social Facebook. Intitulada “Doe medula óssea ao seu amigo Simond”, o objetivo é incentivar as pessoas a se tornarem doadoras. “Já dizia o ditado, às vezes é preciso sentir algo na pele para compreender a importância de alguma coisa. Hoje, percebemos o quanto a doação de medula óssea é importante para salvar vidas. É um processo tão simples. Por isso, criamos a página. Para incentivar que cada vez mais pessoas entrem para o banco mundial de doadores. Queremos aumentar o número, comover e conscientizar”.
Adilson diz que na página, é compartilhado conteúdo informativo, e que sua iniciativa conseguiu incentivo de outra página muito famosa em todo o Brasil, a “Leucemia Zero”. O endereço da página de Simond é só acessar facebook.com/doemedulasimond. Quem ainda não é doador e deseja se tornar, pode se dirigir até o Hemocentro de Blumenau, localizado na Rua Theodoro Holtrup, nº 40 – Vila Nova, de segunda a sexta-feira, das 7h15 as 18h30 e de sábado, das 8h15 as 11h. O telefone é (47) 3222-9800. Confira abaixo como se tornar um doador de medula óssea.
Passo a passo para se tornar um doador
– Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar medula óssea. Esta é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções, sob anestesia, e se recompõe em apenas 15 dias.
– Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5 a 10ml para testes. Estes testes determinam as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente.
– Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante.
– Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação.
– Tudo seria muito simples e fácil, se não fosse o problema da compatibilidade entre as células do doador e do receptor. A chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de UMA EM CEM MIL!
– Por isso, são organizados Registros de Doadores Voluntários de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar. Quando um paciente necessita de transplante e não possui um doador na família, esse cadastro é consultado. Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação.
– Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte.
– A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e de amor ao próximo.
– É muito importante que sejam mantidos atualizados os dados cadastrais para facilitar e agilizar a chamada do doador no momento exato. (Fonte: Inca)