Doando sangue e promovendo vida
O mês de novembro é lembrado pelo Dia Nacional do Doador de Sangue e professora de Pomerode relata experiência como doadora
Sthefany em doação de sangue realizada em 2021. (Foto: Arquivo pessoal)
Ao longo de todo o ano, são realizadas campanhas de estímulo à doação de sangue. No entanto, quando o fim do ano se aproxima, este trabalho se intensifica, já que a demanda por bolsas de sangue tende a aumentar nesta época.
O aumento na divulgação acerca da importância da doação de sangue também se intensifica no fim do mês de novembro, em comemoração ao Dia Nacional do Doador de Sangue, lembrado em 25 de novembro. É nesta data que os profissionais da área e membros da comunidade que já são doadores se unem, a fim de estimular mais pessoas a aderirem à prática da doação de sangue, que pode salvar vidas.
Quem já realiza este ato de amor ao próximo é Sthefany Caroline Luebke, professora que atua em Pomerode e doadora de sangue há cerca de oito anos. Ela afirma que se tornou uma doadora devido ao desejo constante de contribuir com a comunidade de alguma forma, ajudando a outras pessoas.
“A doação de sangue surgiu como uma maneira de fazer isso, pois é um gesto simples e rápido, mas que pode ter um impacto imenso na vida de quem precisa. Lembro-me de ver as campanhas de doação na televisão quando era mais nova, mas não podia doar por ser menor de idade, e também havia a dificuldade de acesso ao Hemosc. Quando completei 19 anos, estava trabalhando em Blumenau, e coincidentemente perto do Hemocentro. Decidi, então, que era o momento certo para realizar minha primeira doação”, relembra.
Sthefany comenta que a primeira experiência como doadora de sangue foi tranquila, apesar do receio inicial em relação à possibilidade de sentir dor no processo. A professora afirma, ainda, que a equipe do Hemosc foi acolhedora, prestativa e esclareceu todas as suas dúvidas, o que tornou a experiência positiva e a encorajou a continuar como doadora.
“A motivação para continuar doando vem da consciência de que um pequeno gesto pode fazer uma enorme diferença. Dedicar uma hora do meu dia a cada três meses, e doar alguns mililitros de sangue que o corpo rapidamente repõe, pode muitas vezes significar a chance de vida para alguém. Esse pensamento é o que me incentiva a continuar doando de forma regular, sabendo que estou contribuindo para que mais pessoas tenham a oportunidade de superar momentos difíceis”, destaca.
De acordo com o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina, o Hemosc, somente no ano de 2024 (no período de 1º de janeiro a 30 de setembro), 104.218 pessoas se cadastraram e foram doadores de sangue, no Estado.
Ainda segundo dados do Hemosc, no momento, a maior necessidade é dos seguintes tipos de sanguíneos: A e O, positivo e negativo, sendo que o O negativo está em situação considerada de alerta. O estoque do Hemosc pode ser consultado no site, https://www.hemosc.org.br/, que é atualizado todos os dias, às 5h da manhã.
Sendo uma das doadoras do Estado, inclusive com a carteirinha oficial, Sthefany reforça a importância e o valor de uma atitude simples, que é a doação de sangue.
“Manter os bancos de sangue abastecidos é essencial para atender às emergências, cirurgias e tratamentos de doenças. A necessidade de sangue é constante e, um dia, qualquer um de nós ou nossos familiares pode precisar desse recurso vital. Além disso, a doação é facilitada por benefícios que funcionam como incentivos, como a isenção em taxas de inscrição para concursos públicos e um dia de folga no trabalho. Isso ajuda a tornar o processo mais acessível, ainda que nossas rotinas sejam corridas. O Hemosc, por exemplo, oferece atendimento em horários estendidos e até aos sábados, o que facilita a doação para quem tem uma agenda cheia. A satisfação de saber que sua doação pode salvar vidas é algo que supera qualquer dificuldade logística”, garante.
A professora também comenta sobre um outro tipo de doação, não tão comentado, mas que tem uma importância tão grande quanto. “Além de ser doadora de sangue, também estou cadastrada como doadora de medula óssea. O cadastro é feito no próprio Hemosc, e é um processo simples. Diferente da doação de sangue, a doação de medula óssea exige compatibilidade entre doador e receptor, e a chance de encontrar um doador compatível é de cerca de um em cem mil pessoas. Por isso, é importante que mais pessoas se cadastrem, pois cada novo cadastro aumenta as chances de encontrar um doador para alguém que precisa urgentemente. Ser doadora de medula é mais uma forma de oferecer esperança e ajuda para quem está enfrentando desafios de saúde. A possibilidade de ser um elo de vida para alguém é algo que me faz sentir ainda mais comprometida com essas causas”, reforça.
A coordenadora técnica do Hemosc Blumenau, Vânia Bittencourt da Silva, acrescenta, ainda, que o fim do ano traz, também a necessidade ainda maior do recebimento de doações de sangue.
“Não existe um substituto para o sangue, e todos os dias temos pacientes internados com diagnósticos que requer o tratamento com hemocomponentes do sangue, a exemplo dos acidentes de trânsito com grande perda de volume sanguíneo, doenças hematológicas como anemia, leucemia, queimaduras graves e cirurgias de grande porte. Na época de festa precisamos manter nosso estoque de sangue adequado, geralmente aumenta o número de acidentes nas rodovias, além dos pacientes com doenças oncológicas. Durante todo ano o sangue é necessário, e contamos com o gesto solidário da nossa população para vir doar” , frisa a coordenadora.
O Hemosc irá realizar, entre os dias 25 e 30 de novembro, a campanha “Pratique o bem, doe sangue”, que comemora o Dia Nacional do Doador de Sangue. As doações acontecem mediante agendamento prévio via site, https://www.hemosc.org.br/agende-sua-doacao-area-doador.html .