Dia das Mães: ser mãe em seus desafios e alegrias
Deise Dumke Wollick, que celebrou o nascimento de sua primeira filha em 2024, fala sobre o misto de sentimentos com a maternidade
Foto: Arquivo pessoal
Para quem vive a experiência da maternidade, é unânime o sentimento de amor incondicional por seu filho ou filha. No entanto, o processo de adaptação à nova rotina, com uma criança, nem sempre é fácil e simples, e existem diversos desafios.
Para Deise Dumke Wollick, Gerente de Vendas, o nascimento de sua primeira filha, Catharina, foi um misto de emoções. A pequena nasceu em 1º de fevereiro deste ano e representa a realização de objetivo de vida.
“Ser mãe era algo que fazia parte dos meus planos de vida, a partir dos meus 25 anos. Porém, até os meus 35 anos, eu admito que não pensava em ser mãe, achei que teríamos apenas uma vida a dois, eu e meu marido. Mas quando cheguei a esta idade, surgiu a vontade de sermos pais. Não sei se pela idade ou por observar casais sem filhos, que eu achava triste, aí veio a vontade de ser mãe”, revela Deise.
A partir da mudança na decisão de vida e do crescimento da vontade de aumentar a família e viver a maternidade, Deise afirma que tentava engravidar desde os 35 anos. O que quase mudou seus planos novamente foi uma perda, sofrida aos 36 anos, e que a fez repensar novamente a ideia de ser mãe.
“Quando tive esta perda, não tive mais vontade de ser mãe, devido ao sofrimento. Mas depois de um ano, novamente veio a vontade gigantesca de ser mãe e, quando eu descobri que estava grávida, fiquei bem nervosa, pois, por mais que eu e meu marido quiséssemos muito, quando aconteceu veio um medo desconhecido”, conta.
Mesmo com medo e apreensão, a gravidez se seguiu e Deise fez questão de se preparar para a chegada de sua filha. A gerente de vendas conta que fez terapia até o último mês de sua gestação. “Confesso que foi o melhor investimento, pois não sei se iria lidar com leveza caso não tivesse me preparado psicologicamente”, frisa.
O nascimento de Catharina e adaptação à nova rotina
Para Deise, o momento do nascimento de sua filha foi definido como o mais feliz de sua vida. “Foi mágico, e por mais que as mães comentem que é incrível, jamais imaginei que seria tão intenso ao ver o rostinho dela. Foi uma das cenas mais marcantes da minha vida”.
Segundo a gerente comercial, após a emoção do nascimento, veio o desafio da adaptação à nova vida, como mãe. Atualmente, Catharina está com cerca de três meses, e Deise admite que estes primeiros meses trouxeram um impacto grande.
“Eu normalmente sofro com mudanças. Por isso, estes primeiros meses foram impactantes, pela mudança na rotina. Eu trabalhei até o dia antes do parto e sempre tive uma vida muito ativa, não parava para nada, e quando me tornei mãe, precisei parar para cuidar dela. E confesso que foi muito difícil, eu demorei muito a me acostumar, me perguntava o que eu havia feito, e não é que eu me arrependi de ser mãe, mas a mudança fez eu pensar que talvez não tivesse mais a minha vida, quando na realidade era apenas a parte da adaptação, do puerpério. A adaptação foi complicada, por mais que eu estivesse preparada e não tivesse medo de cuidar dela. Fiquei com medo, na realidade, do meu sentimento de incapacidade, de perda, de vazio, falando como Deise, e não como mãe”, comenta.
A gerente de vendas, que sempre teve uma rotina agitada e repleta de compromissos, admite que seu principal desafio foi desacelerar o ritmo.
“Precisei entender que não poderia mais concluir minhas tarefas no meu tempo, mas sim no tempo dela, minha filha me ensinou a ter muita paciência. Superar o medo da mudança também foi um desafio enorme, nunca gostei de mudar minha rotina, confesso que sofri muito psicologicamente”.
Deise já retornou ao trabalho, com a carga horária de meio período. A gerente de vendas trabalha no período da tarde, momento em que a filha fica com uma babá, de confiança, em casa. Durante a manhã, Deise curte os momentos com a filha, passeia, faz atividades de estímulo e coisas diferentes.
“É um momento bem gostoso, que eu tenho certeza que vai fortalecer o nosso vínculo. Confesso que é puxado, não é fácil conciliar carreira com afazeres, e é difícil este início, mas vamos nos acostumando dia após dia com essa rotina. A maternidade, inclusive, é bem diferente do que eu imaginei, pois é muito mais intenso do que imaginava. Você precisa se doar 24 horas por dia e isso acaba sendo exaustivo. Mas tudo vale a pena”, garante Deise.
E tudo compensa por momentos únicos vividos com a pequena Catharina, como por exemplo o primeiro sorriso e a evolução em pouco tempo de vida.
“Vê-la interagindo comigo e meu esposo é uma sensação incrível, que só quem é mãe e pai conseguem explicar. Deus realmente me concedeu o privilégio de ser mãe para eu sentir um amor que não cabe no coração, que não se explica, minha filha é muito mais que eu sonhava. Ela completou nossa vida de um jeito que fica impossível explicar em palavras”, declara Deise.
Por fim, a gerente de vendas e mãe de primeira viagem, frisa a importância de se falar sobre a maternidade como ela é na realidade, com os desafios e sentimentos conflitantes, que fazem parte da experiência.
“Maternidade romantizada não existe, muitas mães tem vergonha de expor seus sentimentos por receio de serem julgadas pela sociedade, muitas acabam sofrendo caladas por acharem que precisam dar conta de tudo sozinhas. Eu nunca tive receio de falar abertamente para todos ao meu redor dos meus sentimentos, sendo eles negativos ou positivos, acho que conversar sobre esses assuntos, com o esposo, familiares, outras mães, ajuda muito na sobrecarga. Uma rede de apoio é fundamental para lidar com esse processo tão intenso de mudança”, finaliza.