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Dedicação e carinho em cada processo

Cervejeiro artesanal, que venceu o prêmio Best Of Show do 1º Concurso de Cervejas Caseiras de Pomerode, realizado no 4ª Pomerode Bierfest, fala sobre a experiência na produção da bebida

4 de dezembro de 2022

Wilson realiza sua produção de cervejas em casa. (Foto: Isadora Brehmer)

Produzir cerveja era um hobby que virou uma paixão para Wilson Pereira Júnior. Formado pelo Conservatório de Música Popular de Itajaí e professor de música, o morador de Pomerode encontrou um talento na produção artesanal de cervejas, sendo, inclusive premiado no 1º Concurso de Cervejas Caseiras de Pomerode, com a melhor cerveja entre todas as participantes.

Tudo começou há cerca de seis anos, por meio de um amigo que era cervejeiro. Gastão Reu Neto produzia cervejas desde 2014 e, no ano de 2016, convidou Wilson para participar de uma brassagem, aberta ao público, apresentando-lhe este universo.

“Eu compareci a esta brassagem e foi paixão à primeira vista (risos). Até 2017, eu o acompanhava em algumas produções, já que ele fazia parte do grupo Cervejeiros Pomeranos. Neste mesmo ano, eu fiz um curso relacionado à produção de cerveja e continuamos produzindo a bebida juntos, inclusive, participando de alguns concursos”, conta o músico.

A dupla participou do concurso da Festa Pomerana, de um concurso nacional, no qual, chegaram à semifinal, até que, em 2018, participaram de um concurso durante a Bierfest. Nesta oportunidade, conquistaram o segundo lugar com uma de suas cervejas, do estilo Altbier. Wilson e Gastão ainda participaram de um outro concurso, em 2019, no qual conquistaram o primeiro lugar, com uma cerveja do estilo Barley Wine.

“Eu ainda fiz mais alguns cursos, como um promovido pelos Cervejeiros Pomeranos, de fermentação, depois de análise sensorial, para identificar defeitos na cerveja e depois mais um sobre a água, até que o Gastão saiu de Pomerode, em 2019, e deixou os equipamentos dele comigo, junto da missão de continuar a produzir cerveja. No entanto, logo no ano seguinte veio a pandemia”, relembra o cervejeiro.

Wilson comenta que muitos pararam de produzir cerveja artesanal, porque era uma atividade feita em grupo, além de ser uma forma de reunir os amigos. Mas ele aproveitou para continuar aperfeiçoando a produção e adquirindo mais conhecimento.

“Eu fui fazendo cervejas sozinho, até as coisas voltarem ao normal. Fui adquirindo experiências, conversando com outros cervejeiros, produzindo, pesquisando na internet. E, neste ano, surgiu o concurso da Bierfest, do qual resolvi participar”.

O grande desafio, neste concurso, foi decidir qual seria o tipo de cerveja produzido. Os três estilos do concurso eram Pilsen, IPA e Weiss. Wilson comenta que o Pilsen é um estilo do tipo Lager, e ele normalmente produzia o tipo Ale. Restavam o IPA e o Weiss. Como o IPA tinha um custo de produção maior, Wilson escolheu arriscar-se no Weiss, um estilo que nunca tinha produzido, antes.

“Mas já sabia fazer cerveja, claro, então pensei: vou seguir padrão de cozimento. Peguei um manual prático, com o conhecimento que já tinha, e comecei a fazer, depositando carinho e amor em cada etapa da produção, e acabou sendo a melhor cerveja do concurso”, relata Wilson, que conquistou o prêmio em sua primeira participação solo.

O cervejeiro e músico admite que foi um processo mais tenso no início, por não saber qual seria o resultado, mas comenta que seguiu o mesmo padrão de outras cervejas que produz, respeitando temperatura, seguindo os manuais e pesquisando mais informações. Normalmente, ele produzia cervejas Pilsen Ale, Irish Red Ale, Porter, Stout e Belgium Pale Ale, e agora, com este prêmio, cresceu a sua motivação para continuar produzindo se aventurando até em novos estilos.

“Estou muito feliz. Com este prêmio, me sinto bem mais motivado e sei que é possível fazer cerveja boa. Pretendo seguir participando dos concursos, buscando mais conhecimento, fazendo novos cursos e, quem sabe, entrar para o mapa dos cervejeiros. A ideia é esta, seguir em frente, produzindo de forma artesanal, para que este modo de fazer não se perca. Embora alguns mecanismos evoluíram, o processo é quase todo artesanal e esta é a parte boa, a espera para que a cerveja fique pronta e, para mim, seria um sonho realizado poder viver da cerveja”, finaliza.

 

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