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Dança para preservar memórias

No Dia Internacional da Dança, celebrado nesta sexta-feira, 29, pomerodense fala da importância da preservação das danças folclóricas, para a memória da nossa cultura

29 de abril de 2022

Sandra Denise Rahn: 34 anos de dedicação à dança. (Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode)

A paixão pela dança surgiu como um complemento ao gosto pela manutenção da nossa cultura na vida de Sandra Denise Rahn, integrante que está há mais tempo no Grupo Folclórico Pomerano.

Sua história com o Grupo começou em março de 1988, pois sempre gostou de danças e músicas típicas e uma prima sua já dançava. “Minha mãe participava da Oase, no hospital, e, como eu tinha interesse na dança, ela conversou com a Schwester Anita, que tinha o Grupo Folclórico, para perguntar como eu poderia fazer para participar do grupo”, relembra Sandra.

Schwester Anita explicou que Sandra poderia ir um dia a um dos ensaios, acompanhar como era feito e ver se gostava. E a pomerodense não teve dúvidas ao manifestar seu desejo de fazer parte daquilo.

“Eu sempre gostei de tudo que envolvesse cultura, então comecei a dançar junto ao Grupo e estou até hoje. Nosso grupo executa danças do povo Pomerano, do Norte da Alemanha, porque a Schwester Anita, que foi a fundadora, sempre tentava enaltecer as nossas raízes pomeranas e defendia isso”, conta.

O Grupo já existia há cerca de quatro anos quando Sandra se tornou uma das integrantes. Um dos fatos mais marcantes foi a busca por informações sobre a cultura Pomerana, para que o Grupo tivesse trajes que combinassem com o que era usado pelos pomeranos.

Grupo Folclórico com seu primeiro traje tipicamente pomerano. (Foto: Arquivo pessoal)

 

“E por mais que não exista um certo ou errado na dança, se somos um grupo que se dedica a preservar a tradição, devemos manter as nossas características o mais próximas possíveis do que era, principalmente na forma e nos modelos, adaptando coisas como cores e tecidos. Então, quando o grupo fez 10 anos, inauguramos o nosso primeiro traje Pomerano”, afirma Sandra.

E, de acordo com a integrante, o novo traje, nos moldes das roupas dos pomeranos, foi um incentivo para que o Grupo se dedicasse ainda mais a difundir a cultura do nosso povo. Os encontros de grupos folclóricos, de acordo com Sandra, são algo mais recente, que passou a acontecer há cerca de 15 anos. E, nestes encontros, foram diversas as histórias vividas.

“Todos eles são diferentes e são marcantes, porque você sempre acaba criando histórias para contar, de cada lugar que visitamos. Além disso, são várias as pessoas que a gente acabou conhecendo, assim como as amizades que fizemos e mantemos, por causa do grupo”, destaca.

Integrantes posam com os diversos modelos de trajes que o Grupo já teve. (Foto: Arquivo pessoal)

 

Por fim, como alguém que se dedica à dança há 34 anos, Sandra enaltece a importância da preservação desta forma de manifestação cultural da nossa cidade.

“Acho que precisamos da dança, para defender as nossas raízes, e precisamos levar o conhecimento sobre a cultura e a dança para as próximas gerações, porque é algo que está se perdendo, um pouco. A dança é parta da bagagem imaterial que os imigrantes trouxeram e, portanto, é parte da nossa história. É fundamental sabermos de onde viemos, para sabermos onde ir, no futuro, e a dança faz parte destas memórias”, enaltece.

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